sexta-feira, 18 de março de 2011

REVISTA VEJA SEGUROU CONFISSÃO DE ARRUDA PARA AJUDAR O SERRA

No seu excelente blog, Miguel do Rosário analisa esta imensa maracutaia praticada pela revista Veja, cuja história recente está cheia delas. Simplesmente, a revista dos Civita segurou uma entrevista bombástica do governador cassado do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de setembro do ano passado até agora, para poupar os políticos que Arruda confessa ter financiado com dinheiro de propinas e doações ilegais que ele arrancava de empresários.
A denúncia de Arruda é gravíssima, e uma revista que se especializou em criar escândalos contra o Governo federal deveria tê-la colocado na capa, se fizesse Jornalismo e tivesse o mínimo interesse em combater a corrupção.
Leia o ponderado artigo de Miguel do Rosário e confira o original no seu blog:


http://www.gonzum.com/2011/03/veja-escondeu-entrevista-bomba-de.html?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+Gonzum+%28Gonzum%29






Agora, falando sério, Arruda terá que provar suas acusações. A mídia, que se torna ultraprudente sempre que seus amigos envolvem-se em falcatruas, tentará neutralizar de alguma maneira o depoimento do ex-governador do Distrito Federal, o qual só terá efeito jurídico se vier acompanhado de provas. Quanto ao efeito político, porém, representa um verdadeiro terremoto, seguido de tsunami e vazamento nuclear.

Não custa nada a base governista entrar em ação e criar uma CPI para investigar o caso. Por muito menos, fizeram-se CPIs contra o governo Lula. Afinal, não se trata de um bandido comum e sim o único governador do DEM, o sujeito cotado para ser o vice de José Serra nas eleições presidenciais de 2010. O povo brasileiro não aceita compaixão. Uma CPI permitirá a quebra de sigilos bancários e telefônicos, fornecendo dados para esclarecer de vez o tamanho da podridão de um partido que nos últimos tempos tem investido pesadamente no moralismo como uma de suas principais plataformas políticas.

Ressalte-se, todavia, que faltam provas, e não quero emular o comportamento irresponsável de setores da imprensa, que julgam e condenam antes de qualquer investigação mais séria. A prudência neste caso é necessária sobretudo porque Arruda envolveu o nome de ao menos uma pessoa até então considerada imune a esse tipo de pilantragem, o senador pedetista Cristóvão Buarque. 

O mais grave nisso tudo é o fato de Arruda ter concedido a entrevista emsetembro do ano passado e a revista ter divulgado só agora. O depoimento aconteceu antes das eleições. Era uma notícia fundamental para o brasileiro entender os bastidores da política partidária. Se a rede Globo deu sete minutos no Jornal Nacional para um ex-presidiário pé-de-chinelo inventar que pediu emprestado 9 bilhões ao BNDES, teria que dar tempo para Arruda dizer o que sabia na TV sobre as lideranças do DEM. Era um fato relevante, que certamente mudaria o rumo da campanha. Mais uma vez, vemos que a democracia brasileira apenas será completa quando possuir uma imprensa ética e não esse conglomerado de golpistas sem-vergonhas, situação que talvez só conseguiremos alcançar através de uma legislação mais adequada para a comunciação social no país. Será que a mídia, agora, dará a publicidade condizente ao caso? Será que a Globo vai botar o Arruda falando no Jornal Nacional?

Sobre as razões que teriam levado a Veja a publicar a entrevista agora, dias depois do DEM eleger seu novo presidente, a hipótese mais plausível é que Arruda deve ter ameaçado dar o "furo" para outra revista. O ex-governador diz, na entrevista, que o mais hipócrita de seu partido foi Agripino Maia (agora o novo presidente), que lhe pediu dinheiro, sabendo de onde vinha, e depois, quando a bomba estourou, foi o primeiro a lhe apontar o dedo acusatório. Ao ver Agripino ganhando destaque na mídia como novo chefe do partido, Arruda deve ter sentido o sangue subir-lhe às têmporas e decidiu usar as cartas que tinha na manga para se vingar.

Ouçam abaixo o canto dos cisnes da raça demista:



Do Blog do Noblat (via Nassif)

Arruda diz à VEJA quem ajudou com dinheiro

Advogados de Arruda informam que essa entrevista foi concedida à VEJA em setembro passado, antes das eleições.

Segundo o ex-governador, dinheiro da quadrilha que atuava em Brasília alimentou campanhas de ex-colegas como José Agripino Maia e Demóstenes Torres 

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