sábado, 12 de março de 2011

EM CASAS QUE TÊM LIVROS, ALUNOS COM MELHORES NOTAS

Educação, livros e leitura no Brasil
Levantamento revela que 40% dos estudantes possuem até dez livros em casa.
País ocupa a 53% posição em leitura.

Apenas quatro estudantes brasileiros, entre cada dez, têm até dez livros em suas respectivas residências. Este dado consta do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), realizado no ano de 2009, destinado a medir o aprendizado por todo o mundo.  O Brasil, segundo o levantamento, tem uma média de livros abaixo à de nações com melhores índices na educação.

Ainda conforme o Pisa, o dicionário e os livros que auxiliam nas tarefas escolares são as publicações mais presentes nas prateleiras dos estudantes do país. Para 64 alunos entre cada cem, disseram ter livros de poesias em suas casas. 

Os números do estudo, que abrange informações de 65 países, foram apontados pelo movimento “Todos pela Educação”, articulação que reúne organizações da sociedade civil, educadores e gestores públicos, com o objetivo que auxiliar na luta pelo direito à educação básica de qualidade.

A análise das informações do Pisa elaborada pelo movimento, contudo, apenas aponta que, em geral, a posse de livros pode ser associada à obtenção de melhores notas nas avaliações. Conforme o grupo“Todos pela Educação”, a educação é um tema complexo e seu nível de qualidade não pode ser vinculado apenas ao acesso a livros. 

No estudo, realizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil obteve a 53º posição em leitura e ciências, e em 57º em matemática.

Os melhores rendimentos no processo de aprendizado foram verificados em localidades da China. Em Xangai, por exemplo, os alunos que conseguem melhores notas nas provas têm de 25 a 100 livros e apenas 10,2% dos jovens têm de zero a dez livros. Números parecidos a estes foram verificados na Coréia do Sul e na Finlândia.

Independentemente da relação que se faça entre rendimento escolar e acesso a livros, o Pisa demonstra a necessidade de se instituir programas e ações que estimulem a leitura entre a população brasileira, especialmente, entre os estudantes. Para isso, o país esbarra ainda, em outro dado preocupante: ainda persiste o problema da alfabetização de crianças na idade adequada. Outra questão que deve ser notada pelos dados revelados é que o número de livros nas mãos dos estudantes brasileiros retrata o nível social e econômico das famílias, onde tanto maior o padrão de vida familiar, mais o acesso a livros e à escolaridade.

Entre os países latino-americanos, a situação do estudante brasileiro é bastante ruim. Entre os jovens que responderam ao questionário afirmando possuir mais de 200 livros, o nosso percentual é de apenas 1,9%, ficando atrás de países como Argentina, México e Colômbia, por exemplo.  No país, somente 1% dos alunos disseram ter mais de 500 obras.

A metodologia do Pisa se baseia em avaliações realizadas a cada três anos, por meio de testes de leitura, matemática e ciências. A cada edição do estudo, é evidenciado uma das áreas. Nesta última edição, a leitura foi o tema fortalecido pelo levantamento.

Participam da avaliação alunos de 15 anos dos 34 países integrantes da OCDE e de mais 31 países convidados. 

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