Nicolelis e a Comissão da Ciência Brasileira: Estratégias para o futuro
por Conceição Lemes
O Viomundo é testemunha: ao pensar o futuro da ciência no Brasil, boa parte dos pesquisadores brasileiros volta os olhos, automaticamente, sem pestanejar, para Estados Unidos, Europa e Ásia. Miguel Nicolelis, um dos mais respeitados neurocientistas do mundo, mira em outro alvo.
Professor e pesquisador na Universidade Duke, Nicolelis é apaixonado pelo Brasil e nosso povo. Membro das academias Brasileira, Francesa e do Vaticano de Ciências e ganhador de 38 prêmios internacionais, entre os quais dois dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, ele vive na “ponte aérea” Durham, Carolina do Norte – Macaíba, Rio Grande do Norte, onde implantou o Instituto Internacional de Neurociências de Natal Edmond e Lilly Safra (IINN-ELS).
É uma infatigável usina de propostas inovadoras, que funciona a mil por hora.
Tanto que, em 23 de novembro de 2010, divulgou aqui, em primeira mão, o Manifesto da Ciência Tropical: Uso democrático da ciência para transformação social e econômica do Brasil.
Agora, três meses depois, se lança a mais este desafio: a Comissão do Futuro da Ciência Brasileira, anunciada nesta quinta-feira, 3 de março, em meio a uma porção de crianças do bairro Cidade Esperança, periferia de Natal, numa escola de educação científica para alunos do IINN-ELS. Escola que nasceu justamente com a proposta de descentralizar a produção da ciência brasileira.
“O objetivo é fazer um diagnóstico profundo estado atual da ciência brasileira, recomendar soluções para seus problemas e propor um plano estratégico para os próximos 10 anos”, afirma Nicolelis, convidado pelo ministro da Ciência e Tecnologia (MCT), Aloizio Mercadante, para criar a comissão e presidi-la. “Esperamos que a ciência brasileira dê um salto qualitativo que lhe possibilite ser protagonista no cenário científico mundial e possa contribuir com a sociedade.”
“A comissão será independente, e os seus membros trabalharão voluntariamente”, frisa. “A escolha dos membros foi feita exclusivamente por mim.”
A Comissão do Futuro da Ciência Brasileira será composta por:
Presidente: Miguel A. L. Nicolelis, Duke University e ELS-IINN
Membros efetivos
- Alan Rudolph, Biólogo, International Neuroscience Foundation, EUA
- Alexander Triebnigg, Médico, Presidente da Novartis, Brasil
- Conceição Lemes*, Jornalista, Brasil
- Débora Calheiros, Pesquisadora, EMBRAPA, Brasil
- Jon H. Kaas, Neurocientista, Vanderbilt University, US National Academy of Science, EUA
- Luiz A. Baccalá, Engenheiro, Escola Politécnica, USP, Brasil
- Luiz Gonzaga Belluzzo, Economista, Professor Emérito UNICAMP, Brasil
- Mariano Sigman, Neurocientista, Universidade de Buenos Aires, Argentina
- Marilena Chauí, Filósofa e Professora, USP, Brasil
- Mariluce Moura, Jornalista, FAPESP, Brasil
- Mauro Copelli, Físico, UFPE, Brasil
- Patrick Aebischer, Neurocientista, Presidente da École Polytechnique Fédérale de Lausanne, Suíça
- Ricardo Abramovay, Cientista Político, FEA-USP, Brasil
- Robert Bishop, Cientista Computacional, ex-CEO da Silicon Graphics, EUA
- Ronald Cicurel, Matemático e Filósofo, Suíça
- Selma Jeronimo, Médica-pesquisadora, UFRN, Brasil
- Stevens Rehens, Biólogo, UFRJ, Brasil
- Thereza Brino, Educadora em Tecnologia da Informação, Brasil
- Victor Nussenzweig, Médico, New York University, Brasil/EUA
- William Feiereisen, Cientista Computacional, Intel, EUA
Por ser uma ação realmente funda
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