Mostrando postagens com marcador Egito. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Egito. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 13 de maio de 2014

DITADURA MILITAR DO EGITO PREPARA FALSAS ELEIÇÕES

Em Luxor, no Egito, defronte a uma estátua do deus Horus.

DELFT (Países-Baixos) - Em visita à Espanha para denunciar o que chama de "governo dos traidores", o ex-ministro do Investimento do Egito, Yahia Hamed afirmou que seu país "não é um país que possui um Exército, mas um Exército que possui um país". O Egito terá eleições presidenciais nos próximos dias 26 e 27, mas devido à repressão e banimento políticos das principais forças políticas, é certa e vitória do ex-ministro da Defesa e marechal da reserva Abdel Fatah al Sisi. 
O Egito de hoje é uma ditadura militar, resultante de um golpe que derrubou o primeiro presidente eleito em eleições limpas, Mohamed Mursi, do partido Irmandade Muçulmana. A eleição de Mursi desagradou aos Estados Unidos, que não admitem um governo muçulmano num país estratégico como o Egito, mesmo tendo ele 80% de sua população muçulmana. Yahia pertence ao partido Liberdade e Justiça, também muçulmano.

Yahia Hamed, ex-ministro egípcio.

Mursi encontra-se preso e seu ex-ministro afirma temer por sua vida, pois o militares já mostraram não ter limites na perseguição a qualquer força de oposição. Com o apoio de tribunais amedrontados, colocaram na ilegalidade não apenas a Irmandade Muçulmana (classificada em dezembro passado como "organização terrorista") mas também o Partido Nacional Democrático, do antigo ditador Hosni Mubarak e até o movimento juvenil 6 de Abril, que teve papel central na derrubada deste último. 
O candidato da ditadura, al-Sisi, terá apenas um adversário, Hamdin Sabbaki, um progressista de 59 anos que ficou em terceiro lugar na última eleição, quando Mursi foi o vencedor. Sabbaki tem ideologia nasserista (de Gamal Abdel Nasser - 1958-1970) ou seja, nacionalista árabe, e é apoiado por grupos laicos e esquerdistas.
As eleições deste final de mês devem ocorrer um clima de instabilidade, já que as forças de oposição alijadas do processo possuem grupos radicais que tem praticado atentados que já custaram cerca de 300 mortes, muitas delas de policiais e funcionários do governo ditatorial. Em represália, juízes ligados ao regime militar tem decretado muitas sentenças de morte, como a que atinge o guia supremo da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie e 652 de seus seguidores. Antes, outra sentença do mesmo juiz condenou à morte mais de 300 muçulmanos ligados ou simpatizantes do ex-presidente Mursi.

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

GLOBO INSTIGA PRECONCEITO ÁRABE-JUDEU NO BRASIL. CRIME IMPERDOÁVEL!!!

CARTA ABERTA À REDE GLOBO CONTRA A MENTIRA SOBRE OS PALESTINOS


Federação Árabe Palestina do Brasil
A REDE GLOBO, DIREÇÃO E AUTOR DA NOVELA "AMOR À VIDA", PRESTAM UM 
TRIBUTO AO ÓDIO E PRECONCEITO AO EXIBIR CENA ONDE TRANSMITE O 
CONCEITO DE QUE TODOS OS PALESTINOS SÃO TERRORISTAS. 

ISSO DEMONSTRA O QUANTO ESSA EMISSORA ESTÁ TOTALMENTE DESCO-
NECTADA COM A REALIDADE DO CONFLITO PALESTINO ISRAELENSE OU 
ESTÁ CONECTADA COM SETORES MINORITÁRIOS DA SOCIEDADE 
BRASILEIRA QUE PREGAM A DISCRIMINAÇÃO RACIAL, ÉTNICA E RELIGIOSA 
COMO FILOSOFIA DO AGIR E PENSAR.


MAL SABEM ESSES SENHORES DESSA EMISSORA QUE OS PALESTINOS SÃO 
ÁRABES E QUE NO BRASIL HÁ MAIS DE 12 MILHÕES DE ÁRABES E 
SEUS DESCENDENTES(LIBANESES, SÍRIOS, LIBANESES, EGÍPCIOS, 
JORDANIANOS E OUTRAS NACIONALIDADES ÁRABES). 

MAL SABEM ESSES SENHORES QUE AO OFENDER E DISCRIMINAR 
O POVO PALESTINO ESTÃO DISCRIMINANDO NÃO SÓ OS BRASILEIROS 
ÁRABES, MAS TODA A NAÇÃO BRASILEIRA QUE RECEBEU DE BRAÇOS ABER-
TOS ESSES ÁRABES QUE SEMPRE CONTRIBUIRAM PARA O DESENVOLVIMEN-
TO E CONSTRUÇÃO DO BRASIL.

A HISTÓRIA DA PRESENÇA ÁRABE NO BRASIL ESTÁ PRESENTE DESDE A 
CHEGADA DE PEDRO ÁLVARES CABRAL. EM TODOS OS RAMOS DA ATIVI-
DADE HUMANA ESTÃO PRESENTES OS BRASILEIROS DE ORIGEM 
ÁRABE: CULTURA, CULINÁRIA, ECONOMIA,MEDICINA, ENGENHARIA, 
POLITICA, COMÉRCIO E TANTAS OUTRAS ATIVIDADES.

EM VEZ DE PREGAR A PAZ ENTRE ISRAELENSES E PALESTINOS, EN-
TRE ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL, A DIREÇÃO DA REDE GLOBO PREGA 
O CONFLITO, IMPORTA O CONFLITO DE MANEIRA IRRESPONSÁVEL E 
ENGAJADA. ÁRABES E JUDEUS NO BRASIL NUNCA TIVERAM NENHUM TIPO 
DE PROBLEMA DE CONVIVÊNCIA E DIÁLOGO AQUI NO BRASIL. A DI-
REÇÃO DA GLOBO NÃO QUER QUE CONTINUE ASSIM? A QUEM ESTÁ PRES-
TANDO ESSE SERVIÇO DE GERAR ÓDIO E CONFLITO?

REPUDIAMOS, CONDENAMOS TAL LINHA DE AÇÃO E EXIGIMOS QUE 
OS RESPONSÁVEIS PELA CENA SE RETRATEM E SE SE DESCULPEM COM 
OS PALESTINOS E OS ÁRABES. É O MINIMO QUE PODERÃO FAZER PARA 
REPARAR ESSA DESASTROSA CENA VISTA POR MILHÕES DE BRASILEIROS.


FEDERAÇÃO ÁRABE PALESTINA DO BRASIL

terça-feira, 22 de novembro de 2011

LINDA CENA NO EGITO!





Em meio a conflitos entre facções religiosas (a maior estupidez humana!) cristão no Cairo fazem uma roda de proteção a muçulmanos num momento de suas orações. Ah, se cada um de nós que nos dizemos cristãos agíssemos com tal tolerância e fraternidade com os irmãos de outra Fé! 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O FIM DA DITADURA NO EGITO

A insustentável leveza das ditaduras

Eduardo Guimarães, no blogcidadania.com.br

Após quase três semanas de luta, dezenas de milhões de egípcios conseguiram fazer renunciar um dos ditadores “do bem” da direita mundial, Hosni Mubarak, encastelado no poder havia trinta anos. Um déspota contra quem nunca se ouviu ou leu um milésimo do que a imprensa internacional não pára um só dia de dizer contra Cuba ou contra o Irã.
De repente, de algumas semanas para cá, no entanto, a ditadura egípcia entrou no noticiário e não saiu mais. Não era mais possível esconder que um dos tentáculos dos Estados Unidos no Oriente Médio estava se putrefazendo em alta velocidade.
Mas a questão que me acorre à mente diante de um desfecho da crise institucional no Egito que muitos – este blogueiro incluído – duvidaram de que pudesse ocorrer é sobre a natureza das ditaduras, sobre como vão levando as sociedades sobre as quais se abatem a um ponto de esgotamento como esse a que chegou o país do Oriente Médio.
Ditaduras são insustentáveis. Podem durar décadas valendo-se da força, mas não conseguem se manter indefinidamente. Vejam o caso da ditadura egípcia. Nem o apoio americano ou da grande mídia internacional foi suficiente para impedir que o povo colocasse um ponto final naquilo. E não foi por falta de tentativas.
Mubarak, a mídia e os EUA tentaram enrolar o mundo com aquela tal de transição “lenta, gradual e segura” que já foi imposta ao Brasil, mas no Egito não rolou. Na manhã de hoje, já se falava em uma mobilização de VINTE MILHÕES de pessoas. Além disso, o país estava paralisado. Nada funcionava. Imaginem tudo parar por quase três semanas.
Nesse momento, lembro-me de Cuba. Jamais houve nada parecido por lá. Não se tem nem notícia de repressão de manifestações contra o governo. Figuras isoladas promovem greves de fome que são recebidas com frieza pela população, apesar de a mídia lhes dar extrema visibilidade, como se tais ações tivessem alguma representatividade.
O regime cubano não cai e não é contestado pelo povo. Por que? Os cubanos não saem às ruas porque são covardes? A repressão em Cuba seria maior do que em qualquer outra nação supostamente submetida a ditadura? Não creio. O que me parece é que não há, naquele país, um sentimento de que vive sob regime ditatorial.
Acima de tudo, portanto, o que se deve extrair do que aconteceu no Egito é um modus operandi de luta pela liberdade que promete infernizar ditaduras nos quatro cantos da Terra. O povo mostrou que tem o poder. Que é só sair as ruas e se recusar a permitir que o país funcione sob o jugo de ditadores.
Ditaduras não têm base popular e, assim, não têm o peso de governos legitimamente constituídos, ungidos pelo desejo das maiorias democráticas. Essa “leveza” das ditaduras, portanto, é o que as torna insustentáveis, como o Egito acaba de mostrar ao mundo, para desespero de todos aqueles aos quais as ditaduras beneficiam.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

MIRIAM LEITÃO TEM MEDO DA INTERNET


Paulo Henrique Amorim: Calma, Miriam Leitão! Internet e celular não fazem revolução
PDFImprimirE-mail
Este ansioso blogueiro teve a infelicidade de assistir ao Bom (?) Dia Brasil, esta manhã. (Não seria gentil desligar a tevê da cozinha …) E viu, perplexo, a urubóloga Miriam Leitão exibir um gráfico sobre a venda de celulares no Egito.
Um espanto. O Renato e a Renata pareciam diante de um milagre de Fátima! A venda de celulares aumentou vertiginosamente – como em todos os cantos do mundo, inclusive no Brasil. Logo, a revolução!
A revolução americana de 1776, a Francesa de 1789 e a Bolchevique de 1917 – algumas revoluções de razoável consequência – dispensaram a internet e o celular. Não consta que Lenine ou George Washington mobilizassem forças e traçassem estratégias com a ajuda do twitter.
No Irã, onde se diz que houve uma profusão de torpedos, os torpedos deram n’água. Não fizeram revolução nenhuma. Quem estava lá, lá ficou.
Essa fetichização da tecnologia não passa de papo furado de conservador para desqualificar movimentos populares. O Mubarak não vai cair por causa dos celulares da urubóloga. Ele vai cair porque a galera foi para a rua. E iria com ou sem os celulares de urubóloga.
Essa fetichização é um merchandising da Indústria da Telecomunicação. A TIM e a Vivo deveriam patrocinar o Bom (?) Dia Brasil. (Recomenda-se a Globo não aceitar o patrocínio da BrOi, porque lá na Bahia o pessoal tem uma certa implicância com a BrOi.)
Mark Zuckerberg, o quindim de Iaiá da Time, que o escolheu o Homem do Ano, ficou muito feliz com a “revolução” da urubóloga. Se ele é capaz de derrubar o ditador do Egito (não sem, antes, obter a aprovação do Departamento de Estado) o que mais ele poderá fazer?
Ele poderá vender esse “poder” miraculoso a meia dúzia de anunciantes. A capa da TIME revela que o Facebook hoje tem os maiores anunciantes convencionais dos Estados Unidos – da Proctor and Gamble, à Nike e ao Viagra.
Já imaginou? O Zuckerberg oferecer num mesmo pacote, com bonificação de volume, “Viagra + derrubar o rei Abdullah da Arábia Saudita”? Quem sabe WPP, a maior agencia de publicidade do mundo, não compra isso? E repassa aos dois gênios do Google?
Faz parte da pseudo ingenuidade do pensamento conservador imaginar que a “ciência é neutra”. Que a tecnologia é neutra. Os neoliberais, por exemplo, pregavam que o Banco Central é “neutro”. É tudo a mesma “teologia”. Agora, celular faz revolução.
Daqui a pouco o jornal do Murdoch para Ipad, The Daily, vai vender à Chevron um anúncio com a promessa de derrubar o Chávez.
(Conversa Afiada)

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

BRASIL INFLUI NO ORIENTE MÉDIO, DIZEM OS EUA


Posted By Joshua Keating     Share

A series of cables released today reveal that U.S. diplomats were alarmed by Brazil's forays into Mideast diplomacy, long before last year's unsuccessful nuclear deal with Iran and therecognition of the Palestinian state. 
March 2005 cable concerns a visit that former Brazilian Foreign Minister Celso Amorim made to the Middle East in preparation for that year's Arab-South American summit. Amorim snubbed an invitation by the Israeli government to pay a visit, instead spending 24 hours in the Palestinian territories. The U.S. Embassy in Brasilia writes: 
The [Brazilian Foreign Ministry], we believe, underestimated the sensitivities aroused by its somewhat ham-handed diplomacy, yet are unwilling to acknowledge that the Summit and Amorim's ill-conceivd visit to the region could undermine the Middle East peace process at a delicate and promising moment.
A December 2008 cable expresses concern over former Brazilian President Luiz Inácio Lula da Silva's strong criticism of the Israeli invasion of Gaza:
Brazil's initial reaction might have given reason for hope for a more balanced approach to Middle East peace issues if it had not been followed up by the usual one-sided posture of laying most of the blame at Israel and taking potshots at the U.S. for not doing more to stop Israel. The clich-laden bromides of Brazilian officials are also indicative of a lack of real understanding of the Middle East that is troubling in a government that proposes to become involved.
Leia a íntegra em:

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

AGENTES DE MUBARAK AGRIDEM JORNALISTAS

A Folha de S. Paulo traz extensa cobertura dos acontecimentos no Egito, inclusive matéria do enviado Samy Adhirni, da qual reproduzo trecho sobre a perseguição dos agentes da ditadura contra os jornalistas:




DO ENVIADO AO CAIRO 

Simpatizantes do ditador Hosni Mubarak espalharam pânico no centro do Cairo e apertaram ontem o cerco contra jornalistas estrangeiros, gerando temores de que um grande protesto oposicionista previsto para hoje termine em mais sangue.
O clima de calma e o silêncio que se instalaram ao amanhecer eram mera aparência: militantes pró-Mubarak hostis a estrangeiros circulavam do lado da calçada do hotel para intimidar jornalistas.
A Folha testemunhou uma equipe da rede britânica BBC correndo de manifestantes, que acabaram alcançando os jornalistas a poucos metros do hotel. Máquinas fotográficas foram destruídas, e os repórteres foram levados aos empurrões para um lugar desconhecido.
Uma funcionária do hotel circulava pela calçada gritando frases religiosas em tom apocalíptico. Uma garrafa foi jogada contra a porta.
Dentro do saguão, funcionários confiscavam máquinas fotográficas e filmadoras e pressionavam todos a sair.
Acompanhada de outros jornalistas, a Folha deixou o local em um táxi que foi parado na primeira esquina.
Soldados revistaram o carro e confiscaram uma fita cassete na qual estava a entrevista com um membro da Irmandade Muçulmana, grupo oposicionista de orientação islâmica (leia texto sobre o assunto na página A14).
Instantes após a saída da Folha, o hotel foi atacado e invadido duas vezes. O Exército reagiu e levou os jornalistas a outro hotel.
Ocorreram ao menos 15 ataques a repórteres só ontem, de acordo com a ONG britânica Comitê para a Proteção dos Jornalistas.
Houve vítimas entre jornalistas brasileiros. Luiz Araujo, do jornal gaúcho "Zero Hora", foi agredido e teve o equipamento destruído. Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, foram detidos e obrigados a deixar o país.
Também há relatos de que foram presos integrantes das ONGs Human Rights Watch e Anistia Internacional. A ONU decidiu tirar cerca de 600 funcionários do país.

MUBARAK EXPULSA JORNALISTAS BRASILEIROS!


Esperneando nas suas últimas horas de poder, a ditadura de Hosni Mubarak perde todo o senso de realidade e comete atos de força totalmente estúpidos. Agora prende e expulsa dois jornalistas, como fez com profissionais de vários países. É o último espasmo do bando criminoso, derrotado pela Revolução Democrática do bravo Povo egípcio.


Ministério das Relações Exteriores

Assessoria de Imprensa do Gabinete

Nota à Imprensa nº 43

3 de fevereiro de 2011



Situação no Egito

O Governo brasileiro deplora os confrontos violentos associados aos últimos desdobramentos da crise no Egito, em particular os atos de hostilidade à imprensa reportados ontem e hoje.

O Governo brasileiro protesta contra a detenção dos jornalistas brasileiros Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Rocha, da TV Brasil, e manifesta a expectativa de que as autoridades egípcias tomem medidas para garantir as liberdades civis e a integridade física da população e dos estrangeiros presentes no país.

Ao reafirmar a solidariedade e amizade do Brasil ao povo egípcio, o Governo brasileiro espera que este momento de instabilidade seja superado com a maior rapidez possível em um contexto de aprimoramento institucional e democrático do Egito.

A Embaixada do Brasil no Cairo continuará prestando assistência a turistas e residentes brasileiros que se encontram no país.


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

MIRO: REVISTAS SEMANAIS ESCONDERAM A REVOLUÇÃO EGÍPCIA!

O blogueiro Francisco Bicudo chamou a atenção para um fato curioso nas capas das revistonas desta semana. Nenhuma delas deu manchete para as explosões populares que abalam as ditaduras pró-EUA no mundo árabe. “Quem aguardava análises e relatos de fôlego sobre Tunísia, Egito e afins deu com os burros n'água”.
Por Altamiro Borges
A Veja, que mais se parece como uma sucursal rastaqUera do império, deu na capa o “bom-mocismo” de Luciano Huck e Angélica. É certo que o ator global foi um dos principais cabos eleitorais do demotucano José Serra e que vem sofrendo inúmeras críticas na sociedade – por crimes ambientais e outros. Mas é evidente que este assunto, tipicamente plantado, não tem maior relevância do que a explosão social no Egito.
Já a revista Época, da Editora Globo — que mantém fortes ligações com os EUA desde o sinistro acordo com a Time-Life —, trouxe na capa outro tema momentoso: “O guia essencial dos imóveis”. E a IstoÉ destacou “O novo astro da fé”, sobre o ex-lavrador que comanda a igreja evangélica que mais cresce no país. Apenas a revista CartaCapital, única que faz um jornalismo mais crítico, trouxe na manchete "A convulsão árabe".
As suspeitas razões editoriaisO que explica a opção editorial destas três revistonas? Não dá para dizer que foi falta de tempo para um trabalho jornalístico mais acurado. Afinal, as explosões de revolta nesta região estratégica já ocorrem há duas semanas – tendo resultado na derrubada do presidente da Tunísia e em mega-protestos no Egito.
Não dá para afirmar, também, que o assunto tem pouca relevância. O fim destas ditaduras, fantoches dos EUA e de Israel, pode alterar radicalmente a geopolítica mundial. O possível declínio da hegemonia ianque fortaleceria movimentos de independência nacional e de integração regional. Numa região rica em petróleo e conflagrada, a conquista da democracia resultaria em governos menos submissos aos EUA.
Defesa das ditaduras "pró-ocidente"O que explica, então, esta comida de bola editorial? No caso da revista Veja, ela não vacila em confessar sua opção. Em matéria nas páginas internas, alerta para o perigo da vitória dos “grupos radicais islâmicos”, num discurso típico do Departamento de Estado dos EUA. Teme o fortalecimento do “eixo do mal”. Na prática, a famiglia Civita prefere as ditaduras árabes “pró-ocidente”, do que as revoltas populares por democracia.
No que se refere às outras duas revistas, as razões não foram explicitadas. Há episódios, no entanto, que devem causar calafrios em toda a mídia hegemônica. Na Tunísia, um dos primeiros alvos dos manifestantes foi o prédio da maior emissora privada de televisão do país, que sempre fez o jogo sujo da ditadura local.
Em toda esta onda de protestos no mundo árabe, as redes sociais superaram a velha mídia na mobilização da sociedade. A “revolução do jasmim” na Tunísia já foi apelidada, erroneamente, de revolução da internet. No Egito, o ditador Mubarak ainda tenta se safar censurando a internet e os celulares. Estes e outros fatores talvez expliquem porque as revistonas preferiram minimizar a explosão popular na região.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MUBARAK É DITADOR, MAS "GENTE NOSSA"

Do blog tomandonacuia.blogspot.com:

Egito: ditadura amiga vale para o PIG


MUI AMIGOS
Uma ditadura amiga dos EUA sempre tem um tratamento diferenciado pela grande mídia internacional e pelo PIG nacional. A abordagem que o P.I.G faz sobre o colapso da ditadura egípcia em nada se assemelha ao que assistimos diariamente na cobertura dos noticiários sobre Venezuela, Cuba e o Irã. A tal falta de liberdade de imprensa só serve mesmo para os países com governos à esquerda.  Como o governo do Egito é financiado e armado até os dentes pelos americanos, a ditadura de Hosni Mubarak é desenhada como um apêndice que apodreceu e precisa ser removido, sem que ocorra a contaminação da região e dos negócios dos conglomerados e de empresas norte-americanas

O governo do Irã, por exemplo,  virou tema preferido do PIG nacional devido à aproximação do governo Lula no sentido de negociar uma saída pacífica para a falsa crise nuclear criada pelos americanos e seus aliados. Cuba então está sempre no top 10 das "crises" artificiais montadas pela mídia, tendo o apoio de filhotes da ditadura e a influência da CIA e de seus agentes disfarçados de adidos no Brasil.

 O PIG cobra democracia da Venezuela, de Cuba e do Irã, mas faz rodeios para condenar ditaduras aliadas dos americanos. Anualmente o PIG exalta às vítimas do Holocausto judeu, mas silencia vergonhosamente sobre o massacre do povo palestino, assim com da subtração dos seus territórios feito a ferro e a fogo pelo Estado de Israel. Da mesma forma esse exemplo serve para as ditaduras e os regimes fechados do oriente médio, que geralmente são  recebidos com honras de Estado pelo governo americano e seus aliados, tendo a paparicação midiática da imprensa internacional.

Saddan Russein e Osama Bin Laden também eram aliados de primeira hora dos americanos. O primeiro quis desafiar o seu criador e foi enforcado para nao deixar nenhum livro de mémorias solto por ai, e o segundo deve estar em alguma tenda bem protegida, afinal, sua família é grande aliada comercial dos americanos. 

O que vai ocorrer no Egito após a queda do ditador eu não faço a mínima idéia, mas o certo é que tem muito sheik árabe com as barbas de molho.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

MENTIRAS SOBRE O EGITO

Pepe Escobar: Fúria, fúria, contra a contrarrevolução

Fúria, fúria, contra a contrarrevolução
1/2/2011, Pepe Escobar, Asia Times Online
Fúria, fúria, contra a morte da luz (Dylan Thomas)
Islamófobos de todo o mundo calem o bico e ouçam o som do poder do povo. A dicotomia artificial que inventaram para o Oriente Médio – ou a ditadura de vocês ou o jihadismo – jamais passou de truque barato. Repressão política, desemprego em massa e comida cara são mais letais que um exército de homens-bomba. Assim se escreve a história real; um país de 80 milhões – dois milhões dos quais nascidos depois de o ditador de hoje ter chegado ao poder em 1981, e nada menos que o coração do mundo árabe – põe afinal abaixo o Muro do Medo e passa para o lado do autorrespeito.
O neofaraó egípcio Hosni Mubarak ordenou toque de recolher; ninguém arredou pé das ruas. A polícia atacou; os cidadãos organizaram a própria segurança. Chegaram os tanques; a multidão continuou a cantar “de mãos dadas, o exército e o povo são aliados”. Nada de revolução colorida parida em think-tanks, nada de islâmicos em ordem unida; são egípcios médios, carregando a bandeira nacional, “juntos, como indivíduos num grande esforço cooperativo para exigir de volta o país que nos pertence” – nas palavras do romancista egípcio e Prêmio Nobel Ahdaf Soueif.
E então, inevitável como a morte, a contrarrevolução levantou a cabeçorra armada. Jatos bombardeiros made in USA e helicópteros militares atacaram “bravamente” em voos rasantes as multidões na Praça Tahrir [Praça Liberdade] (retrato do governo de Mubarak como exército de ocupação no Egito; e imaginem o ultraje do ocidente, se o ataque acontecesse em Teerã). Comandantes militares falando sem parar pela televisão estatal. Ameaça de que tanques de fabricação norte-americana tomariam as ruas – conduzidos por soldados de batalhões de elite – para o ataque final (embora os próprios soldados dissessem a jornalistas da rede al-Jazeera que em nenhum caso disparariam contra a multidão). Para coroar, a “subversiva” rede al-Jazeera foi repentinamente cortada do ar.
Diga alô ao meu suave torturador…
A Intifada egípcia – dentre outros múltiplos significados – já reduziu a cacos a propaganda inventada no ocidente, de que “árabes são terroristas”. Agora, as mentes afinal descolonizadas, os árabes inspiram o mundo inteiro, ensinam ao ocidente como se faz mudança democrática. E adivinhem só! Ninguém precisou de “choque e horror”, rendições, tortura e trilhões de dólares do Pentágono para que a coisa funcionasse! Não surpreende que Washington, Telavive, Riad, Londres e Paris, todas, nem suspeitaram do que estava a caminho.
Hoje somos todos egípcios. O vírus latino-americano – bye-bye ditaduras e neoliberalismo arrogante, caolho, míope – contaminou o Oriente Médio. Primeiro a Tunísia. Agora o Egito. Depois o Iêmen e possivelmente a Jordânia. Logo a Casa de Saud (não surpreende que culpem os egípcios pelos “tumultos”). Mas o terremoto político do norte da África, na Tunísia, em 2011 também colheu a faísca dos movimentos de massa na Europa em 2010 – Grécia, Itália, França, Reino Unido. Fúria, fúria contra a repressão política, contras as ditaduras, contra a brutalidade da Polícia, contra os preços da comida, contra a inflação, contra empregos miseráveis, contra o desemprego em massa.
Faraó 2011 parece remix de Xá do Irã 1979. Claro, não há aiatolá Ruhollah Khomeini para liderar as massas egípcias, e o ex-chefe da Agência Internacional de Energia Atômica, o egípcio Mohamed ElBaradei, está sendo acusado por alguns, nas ruas, de “assaltar nossa revolução”. Mas é difícil não lembrar que o Xá do Irã está enterrado no Cairo, porque os iranianos não permitiram que fosse enterrado na terra-mãe.
O Faraó reagiu à Intifada nomeando para a vice-presidência seu czar “suave” da inteligência, Omar Suleiman (o primeiro vice-presidente, desde que o Faraó assumiu o poder em 1981), e virtual sucessor. Suleiman é sinistro suave especialista em rendição, no qual a CIA confia e que supervisionou número incontável de sessões de tortura de ditos “terroristas” em território egípcio; senhor, que fala inglês, de sua Guantánamo árabe. Em Washington, o establishment gostou muito.
Leia mais em:

POVO FAZ HISTÓRIA NO EGITO

EGITO: IMAGENS DA AL JAZEERA

IMPRESSIONANTE RETRATO DO EGITO, HOJE

Uma foto de mil palavras...

Foto de Ben Curtis, AP, 30.01.2011

MUBARAK É O PROBLEMA

O povo egípcio decidiu mudar sua História, expulsando do poder o ditador Hosni Mubarak, sustentado durante 30 anos pelas potências ocidentais e por sua polícia repressora. Chegou a hora de o ditador retirar-se, para que o povo possa corrigir as tremendas injustiças sociais, a miséria, e encontrar caminhos democráticos. 



segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

FISK DESCREVE A LUTA NAS RUAS DO CAIRO

Robert Fisk é o correspondente no Oriente Médio do jornal britânico The Independent. Vive em Beirute há 25 anos, e já recebeu vários prêmios internacionais. Aqui a primeira parte de seu relato sobre os fatos que presencia nas ruas do Cairo.
Egito em erupção
29/1/2011, Robert Fisk, The Independent, UK
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Pode ser o fim. Com certeza é o começo do fim. Em todo o Egito, dezenas de milhares de árabes enfrentaram gás lacrimogêneo, canhões de água, granadas e tiroteio para exigir o fim da ditadura de Hosni Mubarak depois de mais de 30 anos.
Enquanto Cairo mergulha em nuvens de gás lacrimogêneo dos milhares de granadas lançadas contra multidões compactas, era como se a ditadura de Mubarak realmente andasse rumo ao fim. Ninguém, dos que estávamos ontem nas ruas do Cairo, tínhamos nem ideia de por onde andaria Mubarak – que mais tarde apareceria na televisão, para demitir todos seus ministros. Nem encontrei alguém preocupado com Mubarak.
Eram dezenas de milhares, valentes, a maioria pacíficos, mas a violência chocante dos battagi – em árabe, a palavra significa literalmente “bandidos” – uniformizados sem uniforme das milícias de Mubarak, que espancaram, agrediram e feriram manifestantes, enquanto os guardas apenas assistiam e nada fizeram, foi uma desgraça. Esses homens, quase todos dependentes de drogas e ex-policiais, eram ontem a linha de frente do Estado egípcio. Os verdadeiros representantes de Hosni Mubarak.
Num certo momento, havia uma cortina de gás lacrimogêneo por cima das águas do Nilo, enquanto as milícias antitumultos e os manifestantes combatiam sobre as grandes pontes sobre o rio. Incrível. A multidão levantou-se e não mais aceitará a violência, a brutalidade, as prisões, como se essa fosse a parte que lhe coubesse na maior nação árabe do planeta. Os próprios policiais pareciam saber que estavam sendo derrotados. “E o que podemos fazer?” – perguntou-nos um dos guardas das milícias antitumulto. “Cumprimos ordens. Pensam que queremos isso? Esse país está despencando ladeira abaixo.” O governo impôs um toque de recolher noite passada. A multidão ajoelhou-se para rezar, à frente da polícia.
Como se descreve um dia que pode vir a ser página gigante da história do Egito? Os jornalistas devem abandonar as análises e apenas narrar o que aconteceu da manhã à noite, numa das cidades mais antigas do mundo. Então, aí está a história como a anotei, garatujada no meio da multidão que não se rendeu a milhares de policiais uniformizados da cabeça aos pés e e milicianos sem uniforme.
(Leia o artigo completo no blog Redecastorphoto)