terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

ESQUERDA RECONHECE DERROTA EM GRANDES CIDADES DO EQUADOR. NORMAL NUMA DEMOCRACIA.

Direita avança também no Equador

Por Altamiro Borges

Após sofrer duros revezes em vários nações da América Latina, a oligarquia local - com apoio aberto ou enrustido dos EUA e a cobertura da mídia colonizada - volta a mostrar suas garras no continente. Em alguns países, ela aposta escancaradamente na desestabilização da economia e no caos político, como na Venezuela e na Argentina. Em outros, ela tenta superar a sua divisão e apresenta candidatos "jovens", com o discurso da "inovação", para atrair eleitores. Neste domingo (23), a "nova direita" do Equador obteve importantes vitórias eleitorais nas disputas para as três principais cidades do país - inclusive na capital, Quito, além de Guayaquil e Cuenca.

O próprio presidente Rafael Correa, que chegou ao poder em 2007, reconheceu a derrota. Ele realçou a vitória do partido governista na maioria das cidades, mas apontou o revés em Quito como um forte obstáculo ao avanço da chamada "revolução cidadã" - que combina medidas de distribuição de renda, maior incentivo à participação democrática da sociedade e uma política externa mais independente. O atual prefeito de Quito, que tem 2,2 milhões de habitantes, também admitiu o revés. "Reconhecemos e estamos encarando diretamente os resultados", afirmou Augusto Barrera.

Mauricio Rodas, de 39 anos, venceu o pleito com 58% dos votos. Ele é o principal expoente da "nova direita" do Equador. Formado nos EUA e proveniente de uma família abastada, ele prega a redução do papel do Estado, a diminuição dos impostos e medidas de estímulo ao setor privado. Eleito pela coalizão Suma-Vive, uma aliança de partidos de centro e direita, ele pediu uma "transição ordenada" na prefeitura e felicitou Augusto Barrera por "reconhecer democraticamente" o resultado. "Quito não é apenas de uma cor, é de todas as cores. Hoje venceu a dignidade", afirmou aos seus seguidores.

Já em Guayaquil, com 2,3 milhões de habitantes, o prefeito Jaime Nebot foi reeleito com 60% dos votos, contra 38% de Viviana Bonilla, candidata de Rafael Correa, segundo as projeções da boca de urna. Em Cuenca, terceira cidade do Equador, com 712 mil habitantes, a oposição de direita venceu com Marcelo Cabrera, que derrotou o atual prefeito, Paul Granda, do partido governista. Antes dos resultados, o presidente equatoriano já havia advertido para os riscos. "A revolução está ameaçada pelo assédio de toda a direita unida - que tem financiamento nacional e internacional -, por assessores estrangeiros e por uma campanha suja impressionante". Seu temor, agora, está confirmado!

Segundo o sítio Opera Mundi, Mauricio Rodas "foi integrante da juventude social-cristã do Equador, força política de direita que elegeu León Febres Cordero (1984-1988), acusado por uma comissão da verdade de ter instalado um regime de torturas, desaparecimentos forçados e terrorismo de Estado. O político recebe orientações de Moisés Naim, membro da NED (Fundação Nacional para Democracia dos EUA), da Junta Diretiva do Banco Mundial e ex-ministro da Indústria e Comércio de Carlos Andrés Perez, na Venezuela, conhecido por levar a cabo um governo neoliberal. A ponte aconteceria por meio do 'think thank' Ethos, baseado no México e fundado por Rodas em 2008".
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/02/direita-avanca-tambem-no-equador.html#more

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