247 - O Supremo Tribunal Federal viveu, nesta quarta-feira, mais
um dia de baixaria. Algo a que os brasileiros já estão acostumados
desde que Joaquim Barbosa se tornou presidente da suprema corte.
Na sessão de hoje, ele interrompeu votos, chamou um colega pelo
nome – "Barroso" – e ainda o acusou de fazer um voto político,
quando, na verdade, o mais escancarado político do STF se chama
Joaquim Barbosa.
Esta sessão, na qual o STF atingiu um dos momentos mais baixos
de sua história, só não chegou ao fim com o encerramento do
julgamento dos embargos infringentes em decorrência de mais uma
manobra política. O objetivo: aumentar a pressão sobre dois
ministros que ainda não votaram sobre o tema da "formação de
quadrilha", Teori Zavascki e Rosa Weber, cujos votos tendem a ser
pela absolvição.
Curiosamente, a manobra uniu dois ministros que, até recentemente,
eram antípodas na suprema corte: Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes.
Quando, durante o voto pró-absolvição de Luís Roberto Barroso, Gilmar
decidiu se ausentar do plenário, Barbosa aproveitou a ausência para
tentar encerrar a sessão. Assim, toda a mídia familiar, que, ao longo
da Ação Penal 470, pautou o comportamento de alguns ministros, terá
um dia a mais para pressionar Teori e Rosa Weber. Não se sabe, ainda,
como eles se comportarão diante da chamada "faca no pescoço".
Até agora, o julgamento está 4 a 1 pela absolvição e seria definido
com o voto dos dois. Rosa já votou pela absolvição na fase inicial do julgamento e deverá repetir seu voto. Portanto, a decisão está nas
mãos do ministro Teori.
Esse tipo de manobra, que visa submeter colegas à pressão midiática,
ocorreu antes mesmo da aceitação dos embargos infringentes, quando
um voto decisivo de Celso de Mello foi adiado por uma semana –
assim, foi possível colocar uma capa de Veja antes do voto do decano
e textos de colunistas do naipe de Augusto Nunes, que diziam que ele
não seria nem nome de rua no interior paulista caso admitisse os
embargos.
Ou seja: repete-se o mesmo jogo baixo de antes. O curioso é que a
manobra desta quarta tenha unido justamente Joaquim Barbosa e
Gilmar Mendes. O primeiro, desde sempre, pautou suas decisões por
uma espécie de populismo judicial. O segundo mantinha a fama de
garantista. Tanto era assim que Barbosa, em outro clássico do seu
vasto repertório de baixarias, acusou Gilmar, em plenário, de destruir
a credibilidade da Justiça no Brasil. Os dois, no entanto, se uniram.
Política?
http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/131590/Manobra-de-Gilmar-
e-JB-p%C3%B5e-faca-no-pesco%C3%A7o-de-Teori.htm
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