segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

MP INDICIA MILITARES POR TERRORISMO NO RIOCENTRO

Procuradores denunciam 6 envolvidos no caso Riocentro


Thaise Constancio | Agência Estado

Três procuradores federais do grupo Justiça de Transição denunciaram seis envolvidos na
explosão de uma bomba no estacionamento do Riocentro, em Jacarepaguá, zona oeste do
Rio, na noite de 30 de abril de 1981. O atentado foi durante um show pelo Dia do Trabalho,
que reunia cerca de 20 mil pessoas, a maioria jovens. As provas foram reunidas em 38
volumes de documentos e 36 horas de gravações de depoimentos em áudio e vídeo, de
acordo com o jornal O Globo.
Entre os seis denunciados pelos procuradores Antonio Cabral, Andrey Mendonça e Marlon
Weichert, surgem os nomes de quatro suspeitos que nunca haviam aparecido. Foram
apontados os generais reformados Nilton Cerqueira, então comandante da Polícia Militar
do Rio, e Edson Sá Rocha, que era chefe da Seção de Operações do Destacamento de
Operações de Informações (DOI).
Também aparecem na lista de denunciados o ex-delegado capixaba Cláudio Antônio Guerra,
que trabalhava no Departamento de Ordem Política e Social (Dops), e o major reformado
Divany Carvalho Barros, que pertencia ao DOI do 1º Exército (DOI-1). Em depoimento,
Barros assumiu que foi ao estacionamento destruir provas que incriminassem os militares.
O general reformado, Newton Cruz, que era chefe da Agência Central do Serviço Nacional
de Informações (SNI), já tinha sido indiciado no inquérito de reabertura do caso, em 1999.
Outro nome que reaparece é o do então capitão Wilson Luiz Chaves Machado, dono do
carro onde a bomba explodiu e parceiro do sargento Guilherme Pereira do Rosário, único
morto no atentado. Hoje coronel reformado, Machado já tinha sido denunciado outras
quatro vezes, mas as provas foram desqualificadas pelo Superior Tribunal Militar (STM).
De acordo com a denúncia, o grupo agia em duas frentes: planejamento e operacional.
Todos são acusados de tentativa de homicídio doloso, explosão, transporte de explosivos,
formação de quadrilha, favorecimento pessoal e fraude processual. Passados 33 anos do
atentado, os procuradores alegam que o crime é imprescritível porque foi praticado contra
o País.
Além disso, não estariam cobertos pela Lei de Anistia, válida de 1961 a 1979. Além dos seis,
outros nove nomes foram identificados, mas todos já falecidos. O atentado provocou a morte
imediata do sargento Rosário, lotado no DOI-1 e que carregava a bomba.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
http://atarde.uol.com.br/politica/materias/1569390-procuradores-denunciam-6-
envolvidos-no-caso-riocentro

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