sábado, 27 de setembro de 2014

QUE TAL UM MUTIRÃO GERAL PELO PADILHA, NO NINHO TUCANO?



O PT, ao qual não sou filiado, mas considero de longe o partido mais articulado do Brasil, comete sérias falhas no Estado de São Paulo. É muito difícil criticar o PT, porque alguns membros mais entusiasmados logo apontam "fogo amigo" e rechaçam qualquer tipo de ponderação. Mas, por lealdade, sinto-me obrigado a expressar minha opinião, apelando à reflexão sincera dos companheiros e companheiras.
Em 2012, antes da eleição para prefeito da capital, participei de um debate no Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, presidido pelo querido amigo Altamiro Borges. Vários amigos petistas presentes, e o grande jornalista Raimundo Pereira lançava seu livro sobre o "mensalão". Havia um clima de desânimo total, diante do fenômeno Russomano, que parecia invencível. Fui o único a dizer que não via tal favoritismo nas ruas, e que ainda havia chances de vencer, caso o partido se mobilizasse mais e saísse da paralisia. Raimundo, um dos jornalistas mais bem informados do Brasil, discordou explicitamente: "Você está enganado, esta eleição já está perdida". Felizmente, desta vez ele estava errado e eu estava certo. Haddad é hoje o prefeito de São Paulo, dando um sopro de modernidade à grande metrópole.
Agora, em 2014, o mesmo clima de paralisia acometeu o PT paulista. Com as exceções de praxe - há militantes dando seu sangue nas ruas, e tenho que aplaudí-los de pé - o PT no Estado vem fazendo uma campanha morna, se não fria, para o melhor candidato que o partido jamais lançou para governador, o dr. Alexandre Padilha. Nunca vi desperdiçar-se um "produto" tão bom, por puta divisão interna.
Na semana passada, na capital, conversei com vários petistas e simpatizantes. A esta altura do campeonato, ainda estavam discutindo se Padilha era ou não a melhor escolha para representar o PT nas eleições! Oras bolas, o processo de escolha foi democrático, partindo da indicação feita por Lula. O candidato é militante histórico, leal, e brilhou como ministro das Relações Institucionais de Lula e, depois, da Saúde de Dilma. Não tem manchas em seu passado, e seria, tranquilamente, um grande governador, o único capaz de recuperar nosso Estado de vinte anos de marasmo e corrupção tucanas.
São Paulo não merece continuar nas mãos desse partido tão anti-social e incompetente.

PESQUISAS
Os "institutos de pesquisas" integram o núcleo da campanha da direita. Todo o PIG é patrocinado fortemente pelo governo de SP, onde, por exemplo, a Sabesp gasta mais em publicidade do que em prevenção da seca ou contenção dos vazamentos que desperdiçam 30%  da água fornecida.
Diante da queda fulminante de Aecinho Neves, os institutos decidiram que ele não poderia ficar abaixo de 15%, sob risco de arrastar consigo os candidatos a governador, senadores e deputados do PSDB. Alckmin, especialmente, por ser o dono do maior cofre, tem que ser protegido a qualquer custo. Não basta o PIG esconder os muitos erros, fracassos e escândalos do governo tucano: é preciso mostrá-lo como um campeão de votos, vencedor desde sempre. Ninguém teria chances de derrotá-lo.
Assim, o Aecinho ficou três semanas (e várias pesquisas) estacionado nos 15%, enquanto todos os demais candidatos mais representativos oscilavam para cima ou para baixo. Ninguém me convence que isso seja possível.
Da mesma forma, Padilha ficou estacionado por várias semanas nos 4 e 5%. Tudo se movia, menos o candidato do PT! Só nas últimas semanas, ele subiu um pouquinho, para 8 ou 9% e daí não sai, nas pesquisas que o PIG encomenda ou produz. EU NÃO ACREDITO!
Em 2010, para governador, o PT obteve 35,53% dos votos, no Estado de São Paulo. O que teria acontecido com esse enorme contingente de eleitores para se reduzir tanto? A vida dessas pessoas piorou tanto de lá pará cá? A rejeição ao PT aumentou neste ano, mais do que no auge do "mensalão" estampado nas manchetes e tratado com horas de TV? Lula deixou de ser admirado pelos que gostam dele? Não encontro explicações. Na pior das hipóteses, ainda que houvessem razões importantes, digamos que o PT caísse para a metade: Padilha estaria hoje, a uma semana do pleito, com uns 18 a 20%, certo? Mas, não. As pesquisas insistem em mantê-lo num distante terceiro lugar.

MUTIRÃO
A experiência me diz que uma eleição pode virar completamente em uma semana. Já aconteceu muitas vezes, como provam Erundina, Marta, e até o tucano prefeito de Curitiba, que na véspera da eleição de 2012 estava em TERCEIRO LUGAR.
Se cada deputado e candidato a deputado do PT, cada prefeito do partido, reunirem suas bases hoje e amanhã, e convocarem a todos para um MUTIRÃO por Padilha, se cada um de nós, filiados ou simpatizantes sontuniarmos ou formos (os que estão fazendo corpo-mole) para as ruas, portas de fábrica e escolas, casa a casa, podemos perfeitamente gerar uma "onda vermelha" capaz de surpreender.
Não pensem que estou sonhando: isso já aconteceu, nosso candidato é simplesmente o melhor, Alckmin sofre de "fadiga de material", nada promete de novo e as pessoas buscam uma alternativa sem conseguirem enxergar, porque temos sido incapazes de expor o Padilha aos milhões de paulistas.
Dá prá crescer muito, e talvez, até para vencer. O eleitor está decidindo agora, e só votará em Alckmin se não conhecer a nossa alternativa. Teremos jogado fora uma oportunidade histórica, de quebrarmos a hegemonia do PSDB em São Paulo, no momento em que ela está mais frágil, sustentada apenas pelo PIG. Quem acha que todo paulista é reacionário, precisa lembrar-se que a capital elegeu duas mulheres e um negro, nas últimas décadas, e que o PT saiu da última eleição para governador com mais de um terço do eleitorado.
Vamos à luta? Jogar atoalha antes do final da batalha é indigno dos petistas e da Esquerda que o apóia.
Está lançado o desafio!

Um comentário:

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