247 - No primeiro debate entre os presidenciáveis, na Rede Bandeirantes, Marina tentou vender uma imagem de si própria que não correspondia à realidade. Disse que não fazia "oposição pela oposição", dando como exemplo o fato de ter votado a favor da CPMF, quando seu partido – na época, o PT – era contra.
Marina mentiu. Como foi demonstrado ontem pelo 247, nas quatro ocasiões em que teve a oportunidade de votar em relação ao imposto do cheque, criado para financiar a saúde, ela votou contra (leia mais aqui). E a mentira foi desmascarada no debate da Record, no último domingo, quando
a presidente Dilma Rousseff a confrontou com dados do próprio
Senado.
Pega numa situação desconfortável, Marina ontem soltou uma nota.
Mais uma vez mentirosa. Disse que foi favorável à CPMF quando o
assunto tramitou numa comissão do Senado. Nesta ocasião, houve
apenas uma votação simbólica e quem representou o PT foi a
liderança do partido no Senado – e não Marina Silva.
O fato de Marina ter sido pega na mentira foi, sem dúvida, um dos
pontos altos do último debate. No entanto, chega a ser comovente
o esforço dos jornais brasileiros para proteger a candidata do PSB
das suas próprias fragilidades.
Na Folha, Marina foi vitimizada. Na manchete, ela, "alvo do PT", se
contradiz sobre CPMF. No Globo, também vitimizada, Marina, "após
ataque", "tenta explicar posição sobre CPMF". No Valor, joint-venture
dos grupos Folha e Globo, mais uma tentativa de proteção. A
manchete informa que ela votou quatro vezes contra a CPMF, mas "sob orientação do PT".
Ora, mas o discurso de Marina era justamente o de "não fazer oposição
pela oposição" e de ter desafiado seu próprio partido.
Protegida pelos meios de comunicação familiares, Marina continua à
vontade para alimentar mitos e inverdades. Ontem, em Caruaru,
tentou culpar a presidente Dilma Rousseff por sua própria mentira.
Disse que ela, por não conhecer os meandros do parlamento, teria
"feito confusão".
“A CPMF tramita desde 1993. Entrei no Senado em 95. No processo
da comissão, o senador Antônio Carlos Magalhães (DEM, já falecido)
propôs um fundo de combate. Eu propus estudar medidas de combate
à pobreza. Fizemos o bom combate na comissão. Aprovamos a proposta
e no plenário houve mudança no texto e os recursos foram reduzidos
pela metade. Aí sim votamos contrários”, disse a candidata. “Fico
tranquila porque sei o que fiz. Obviamente, uma pessoa como a
presidente Dilma, que nunca foi vereadora, deputada, que não teve
qualquer mandato político, tem uma certa dificuldade de entender o
trâmite legislativo de uma proposta”.
Na comissão, Marina, quem se manifestou foi a liderança do PT. E no
plenário, em quatro ocasiões, você votou contra. O resto é apenas
conversa mole.
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