O Conversa Afiada republica do Facebook do Leandro Fortes:
Dei-me ao trabalho de macular minha manhã de domingo e ler a matéria da Veja sobre a tal
delação premiada de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras.
Como era de se esperar, o texto não tem nem uma mísera prova e está jogado naquele
apagão de fontes que, desde 2003, caracteriza o jornalismo denunciativo de boa parte
da mídia nacional.
A matéria elenca números e nomes sem que nenhum documento seja apresentado ao leitor,
de forma a dar ao infeliz assinante uma mínima chance de acreditar naquilo que está
escrito. Nada. Nem uma fotocópia do cabeçalho do inquérito da Polícia Federal.
O autor do texto, então, deve ter lançado mão de duas opções, ambas temerárias no
ofício do jornalismo:
1) Teve a orelha emprenhada por uma fonte da PF – agente ou delegado – e decidiu publicar
a matéria mesmo sem ter nenhuma prova de nada. Dada as circunstâncias da Veja e a
maneira como seus repórteres ascendem dentro da revista, esse tipo de irresponsabilidade
tanto é admirado quanto estimulado;
2) Inventou tudo, baseado em deduções, informações fragmentadas, desejos, ilusões e
ordens do patrão.
No texto, uma longa e entediante sucessão de clichês morais, descobre-se lá pelas
tantas que os depoimentos estão sendo gravados em vídeo e criptografados, para, assim,
se evitar vazamentos.
Logo, é bem capaz que Veja, outra vez, faça esse tipo de denúncia sem que precise – nem
se sinta pressionada a – jamais provar o que publicou. Exatamente como o grampo sem
áudio entre o ministro Gilmar Mendes e o ex-mosqueteiro da ética Demóstenes Torres.
Novamente, o Frankenstein jornalístico montado pela Veja visa, única e exclusivamente,
atingir o PT às vésperas das eleições, a tal “bala de prata” que, desde as eleições de 2002,
acaba sempre saindo pela culatra da velha e rabugenta mídia brasileira.
O esqueminha de repercussão, aliás, continua o mesmo: sai na Veja, escorre para o Jornal
Nacional e segue pela rede de esgoto dos jornalões diretamente para as penas alugadas de
uma triste tropa de colunistas.
Embrulhado o pacote, os suspeitos de sempre da oposição se revezam em manifestações
indignadas e em pedidos de CPI.
Uma ópera bufa que se repete como um disco arranhado.
Mas é o que restou à combalida Editora Abril, depois que a candidatura de Aécio Neves
morreu junto com Eduardo Campos naquele trágico desastre de avião.
Dei-me ao trabalho de macular minha manhã de domingo e ler a matéria da Veja sobre a tal
delação premiada de Paulo Roberto da Costa, ex-diretor da Petrobras.
Como era de se esperar, o texto não tem nem uma mísera prova e está jogado naquele
apagão de fontes que, desde 2003, caracteriza o jornalismo denunciativo de boa parte
da mídia nacional.
A matéria elenca números e nomes sem que nenhum documento seja apresentado ao leitor,
de forma a dar ao infeliz assinante uma mínima chance de acreditar naquilo que está
escrito. Nada. Nem uma fotocópia do cabeçalho do inquérito da Polícia Federal.
O autor do texto, então, deve ter lançado mão de duas opções, ambas temerárias no
ofício do jornalismo:
1) Teve a orelha emprenhada por uma fonte da PF – agente ou delegado – e decidiu publicar
a matéria mesmo sem ter nenhuma prova de nada. Dada as circunstâncias da Veja e a
maneira como seus repórteres ascendem dentro da revista, esse tipo de irresponsabilidade
tanto é admirado quanto estimulado;
2) Inventou tudo, baseado em deduções, informações fragmentadas, desejos, ilusões e
ordens do patrão.
No texto, uma longa e entediante sucessão de clichês morais, descobre-se lá pelas
tantas que os depoimentos estão sendo gravados em vídeo e criptografados, para, assim,
se evitar vazamentos.
Logo, é bem capaz que Veja, outra vez, faça esse tipo de denúncia sem que precise – nem
se sinta pressionada a – jamais provar o que publicou. Exatamente como o grampo sem
áudio entre o ministro Gilmar Mendes e o ex-mosqueteiro da ética Demóstenes Torres.
Novamente, o Frankenstein jornalístico montado pela Veja visa, única e exclusivamente,
atingir o PT às vésperas das eleições, a tal “bala de prata” que, desde as eleições de 2002,
acaba sempre saindo pela culatra da velha e rabugenta mídia brasileira.
O esqueminha de repercussão, aliás, continua o mesmo: sai na Veja, escorre para o Jornal
Nacional e segue pela rede de esgoto dos jornalões diretamente para as penas alugadas de
uma triste tropa de colunistas.
Embrulhado o pacote, os suspeitos de sempre da oposição se revezam em manifestações
indignadas e em pedidos de CPI.
Uma ópera bufa que se repete como um disco arranhado.
Mas é o que restou à combalida Editora Abril, depois que a candidatura de Aécio Neves
morreu junto com Eduardo Campos naquele trágico desastre de avião.
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2014/09/07/a-veja-para-iniciantes-so-ze-nao-sabia/
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