247 - Dias atrás, uma gerente do Itaú Personalité, em São Paulo, recebeu uma resposta inusitada de um potencial cliente, que prospectava para sua carteira.
– Não, obrigado. Não tenho interesse em ser cliente de um banco que tenta interferir no processo político brasileiro.
A reação era decorrente do excessivo engajamento do Itaú no processo eleitoral de 2014. Uma de suas acionistas, Neca Setubal, além de coordenadora do programa de Marina Silva, doou 83% dos recursos que bancam seu instituto. Além disso, em diversas entrevistas, defendeu
temas de interesse do Itaú, como a independência do Banco Central
e a redução do papel de bancos públicos, como Banco do Brasil,
BNDES e Caixa Econômica Federal, na economia brasileira.
O impacto do casamento entre Marina Silva e Neca Setubal nos
negócios do Itaú ainda levará tempo para ser devidamente avaliado.
Mas os danos à imagem do banco já podem ser medidos nas redes
sociais. Essa associação já produziu dezenas de "memes" – peças
na internet que ironizam a situação.
Num deles, Neca Setubal "afirma": "Devo R$ 240 milhões para a
Receita Federal. Eleja Marina e me ajude a sair dessa". Em outro, a
mensagem é: "Fora Marina. E leve o Itaú junto". Há, também, na
internet uma campanha para que Marina seja lançada candidata à
presidência do Itaú. E já se espalha o apelido "Marineca" para a
candidata, como se ela fosse uma marionete da herdeira do banco.
Tradicionalmente, bancos costumam ser mais conservadores, quando
o assunto é política. Mantêm distância protocolar dos candidatos e,
quando têm preferências, não as assumem explicitamente, mas
apenas nos bastidores. Desta vez, no entanto, o Itaú decidiu correr
o risco de uma exposição maior. E já paga o preço nas redes sociais.
Além disso, mesmo que "vença" as eleições presidenciais de 2014,
com Marina Silva, o Itaú não terá tantos motivos para comemorar.
Temas de interesse direto da instituição financeira, como a multa
de R$ 18,7 bilhões imposta, por sonegação, pela Receita Federal,
serão acompanhados de perto pela opinião pública. Afinal, qual seria
a reação da opinião pública se o leão ficasse mais manso para os
acionistas do Itaú?
http://www.brasil247.com/pt/247/relacoes_com_investidores/
153652/Dano-%C3%A0-imagem-do-Ita%C3%BA-pode-custar-
mais-que-a-multa.htm
Se o financiamento das eleições fossem públicas, e os candidatos fossem indicados pelos Diretórios Municipais, a democracia certamente iria avançar e não teriamos candidatos corruptos como o Senador Aécio Neves.
ResponderExcluir