segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

ERUNDINA REAGE AOS DESVIOS DO PSB

Excelente entrevista da Folha de S. Paulo, revela que Luiza Erundina pensa em sair do Partido Socialista Brasileiro caso a agremiação aceite o ingresso do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab. Sempre coerente, ela reclama da centralização exercida pelo presidente estadual do partido, o também deputado federal Márcio França, que vendeu (quem o afirma sou eu, não Erundina) ao governador Geraldo Alckmin em troca da secretaria de Turismo e meia-dúzia de cargos no Estado.
Conheço bem os dois lados desta história, pois fundei e presidi o PSB em Taubaté, e fui membro do diretório estadual. Tenho a maior admiração por Luíza Erundina, uma das melhores figuras políticas do Brasil, de uma honestidade pessoal inquestionável e uma coerência política rara. Ela está certa em denunciar e resistir a esta avacalhação com um partido que, como ela recorda "tem no nome o S de Socialismo". Com vários governadores importantes e em grande crescimento, o PSB não pode ser amesquinhado por barganhas políticas, como as que faz o Márcio França.
Transcrevo aqui o começo da matéria, que pode ser lida na íntegra (recomendo), na Folha de hoje:


Isolada, ex-prefeita Luiza Erundina ameaça deixar o PSB

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BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
A possível chegada do prefeito Gilberto Kassab, que prepara a saída do DEM, ameaça provocar uma baixa histórica no PSB. Desiludida, a deputada Luiza Erundina (SP) promete deixar o partido se o flerte for consumado.
Ela anunciou a decisão à Folha na noite de anteontem. Em tom de desabafo, acusou a direção da sigla de desprezar os ideais socialistas ao negociar a filiação de Kassab, que planeja levar aliados como o vice-governador Guilherme Afif (DEM).
Alessandro Shinoda/Folhapress
Desiludida, a deputada Luiza Erundina (SP) promete deixar o PSB se for confirmado que Kassab irá para o partido
Desiludida, a deputada Luiza Erundina (SP) promete deixar o PSB se for confirmado que Kassab irá para o partido
"Eles representam forças claramente conservadoras, de direita. Se forem aceitos, não terei mais espaço no partido. Não terei razão para estar nele", afirmou Erundina.
Aos 76 anos, a primeira mulher a governar a capital paulista (1989-92) não poupou adjetivos para atacar a aproximação: "absurda", "inconsequente", "incoerente". Prometeu lutar "até o fim", mas admitiu ter poucas chances de brecá-la.
"Já estou isolada no partido há muito tempo. Se isso acontecer mesmo, não vou mais respirar politicamente no PSB", sentenciou.

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