O repúdio aos escravocratas da Ellus
Por Altamiro Borges
A marca de grife Ellus até que merecia irreverentes protestos com o slogan: “Ellus: trabalho escravo é atrasado”. Daria para confeccionar adesivos e produzir camisetas bonitinhas, que seriam usados em singelos “desfiles” nas lojas que comercializam os seus produtos. Seria uma forma de escrachar a empresa que, durante a “São Paulo Fashion Week” na semana passada, exibiu uma camisa escrota com a estampa: “Abaixo este Brasil atrasado”. Seria também uma forma de lembrar aos mais tapados que a Ellus já foi acusada de explorar trabalho escravo no Brasil – a exemplo de várias outras marcas da moda, como Zara, Gregory, M.Officer, Collins, Marisa, Pernambucanas e C&A.
Como já apontou o jornalista Kiko Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo, a iniciativa destrambelhada da Ellus foi um “incrível tiro no pé”. Ela utilizou a velha de tática de “bater a carteira e gritar pega ladrão”, mas se deu mal. Nas redes sociais, a marca de grife foi motivo de chacota. A empresa até tentou justificar seu “protesto” diante da plateia de “mauricinhos e patricinhas”, mas não convenceu. “Na São Paulo Fashion Week, foi lido um manifesto cabeça-oca chamado ‘Desabafo’. Se a intenção era provar o estereótipo de que a indústria da moda é forrada de pessoas superficiais, iletradas e magras, o objetivo foi plenamente alcançado”, ironizou o blogueiro.
Num dos trechos, o tal manifesto afirma: “Brasil = ineficiência, improdutividade. Isso faz com que fiquemos isolados do mundo, acarretando esse atraso todo em relação ao mundo moderno. É claro que os maiores responsáveis são os políticos e os governos antiquados, cartoriais, quase medievais, que com suas ideias atrasadas de protecionismo acabam por gerar atrofia. Precisamos desburocratizar, simplificar, avançar, abrir, internacionalizar, se não, cada vez mais, ficaremos isolados nas geleiras do Polo Sul”. Haja besteirol e cinismo! Será que a Ellus quer simplificar e desburocratizar as regras para explorar ainda mais o trabalho escravo? Quem mesmo defende ideias medievais e atrasadas?
Na terça-feira (27), finalmente o Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional do Trabalho Escravo, que fixa a expropriação dos imóveis urbanos e rurais onde se comprovar o uso de trabalho análogo à escravidão. A PEC determina que as propriedades que forem expropriadas sejam destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular – sem indenização ao proprietário. Ela ainda impõe o confisco de “todo e qualquer bem de valor econômico” que seja encontrado na propriedade, que deve ser revertido a um fundo especial a ser regulamentado por lei. A expropriação também não retira eventuais sanções legais a serem aplicadas ao titular do imóvel.
A marca de grife Ellus até que merecia irreverentes protestos com o slogan: “Ellus: trabalho escravo é atrasado”. Daria para confeccionar adesivos e produzir camisetas bonitinhas, que seriam usados em singelos “desfiles” nas lojas que comercializam os seus produtos. Seria uma forma de escrachar a empresa que, durante a “São Paulo Fashion Week” na semana passada, exibiu uma camisa escrota com a estampa: “Abaixo este Brasil atrasado”. Seria também uma forma de lembrar aos mais tapados que a Ellus já foi acusada de explorar trabalho escravo no Brasil – a exemplo de várias outras marcas da moda, como Zara, Gregory, M.Officer, Collins, Marisa, Pernambucanas e C&A.
Como já apontou o jornalista Kiko Nogueira, do blog Diário do Centro do Mundo, a iniciativa destrambelhada da Ellus foi um “incrível tiro no pé”. Ela utilizou a velha de tática de “bater a carteira e gritar pega ladrão”, mas se deu mal. Nas redes sociais, a marca de grife foi motivo de chacota. A empresa até tentou justificar seu “protesto” diante da plateia de “mauricinhos e patricinhas”, mas não convenceu. “Na São Paulo Fashion Week, foi lido um manifesto cabeça-oca chamado ‘Desabafo’. Se a intenção era provar o estereótipo de que a indústria da moda é forrada de pessoas superficiais, iletradas e magras, o objetivo foi plenamente alcançado”, ironizou o blogueiro.
Num dos trechos, o tal manifesto afirma: “Brasil = ineficiência, improdutividade. Isso faz com que fiquemos isolados do mundo, acarretando esse atraso todo em relação ao mundo moderno. É claro que os maiores responsáveis são os políticos e os governos antiquados, cartoriais, quase medievais, que com suas ideias atrasadas de protecionismo acabam por gerar atrofia. Precisamos desburocratizar, simplificar, avançar, abrir, internacionalizar, se não, cada vez mais, ficaremos isolados nas geleiras do Polo Sul”. Haja besteirol e cinismo! Será que a Ellus quer simplificar e desburocratizar as regras para explorar ainda mais o trabalho escravo? Quem mesmo defende ideias medievais e atrasadas?
Na terça-feira (27), finalmente o Senado aprovou a Proposta de Emenda Constitucional do Trabalho Escravo, que fixa a expropriação dos imóveis urbanos e rurais onde se comprovar o uso de trabalho análogo à escravidão. A PEC determina que as propriedades que forem expropriadas sejam destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular – sem indenização ao proprietário. Ela ainda impõe o confisco de “todo e qualquer bem de valor econômico” que seja encontrado na propriedade, que deve ser revertido a um fundo especial a ser regulamentado por lei. A expropriação também não retira eventuais sanções legais a serem aplicadas ao titular do imóvel.
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