terça-feira, 3 de junho de 2014

VENCEDOR DO OSCAR: "É IMPOSSÍVEL VIVER SEM A MÚSICA BRASILEIRA!"


Ao receber seu Oscar das mãos de Anthony Hopkins, em 1993, Fernando Trueba faz um comentário engraçado: "Eu gostaria de acreditar em Deus para agradecer-lhe (pelo prêmio), mas eu só acredito em Billy Wilder. Então, obrigado, Sr. Wilder!"...

O cineasta espanhol Fernando Trueba ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 1993 conheceu o Brasil mais de perto em 2004, quando visitou a Bahia a convite do músico Carlinhos Brown. Passou a estudar e curtir as várias manifestações musicais populares, e a conhecer os principais compositores e cantores brasileiros.
Realizou um elogiado documentário "O Milagre do Candeal", em 2004, e tem o projeto de filmar a história do baterista Francisco Tenório Júnior, o "Tenorinho", que tocava com Vinícius e Toquinho e foi sequestrado e assassinado pela ditadura argentina, em 1976.
Na edição de domingo, 01/06/14, a revista dominical do jornal espanhol "El País", o premiado cineasta publica o artigo "Banda Sonora de un País", cheio de elogios à música brasileira. "Para os que amam a música brasileira não há distinção de gêneros nem de épocas: desde os fundadores Ernesto Nazareth e Miguel Gomes e seus continuadores Villa-Lobos e Chiquinha Gonzaga, a personalidades geniais como o grande Pixinguinha, ou os grandes da geração intermédia como Ary Barroso, Doryval Caymmi, Noel Rosa ou o maestro Radamés Gnattali, autores de páginas imortais da música popular, até este equador da música brasileira que é Antonio Carlos Jobim, fronteira entre o passado e o futuro, entre a tradição e a modernidade, onde uma vez mais o clássico e o popular, o folclore e o jazz formam parte de uma mesma obra, inseparáveis, irredutíveis, uma mesma coisa".
Trueba lamenta que a ditadura militar tenha interferido no momento mais criativo da arte brasileira: "Muitos dos melhores instrumentistas do Brasil se dispersaram pelo planeta, infiltrando-se nas melhores bandas do mundo e fazendo-as soar melhor".
Ao final, Fernando Trueba faz uma declaração de amor: "Em "Prima della Revoluzione", a película de Bertolucci, um personagem gritava: 'Não se pode viver sem Rossellini'. Me confesso amante do cinema de Rossellini, mas creio que poderia viver sem ele. Porém, creo que... não se pode viver sem a música brasileira!"

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