Sheherazade e a alta dos linchamentos
Por Altamiro Borges
Tenho a mais absoluta convicção de que programas sensacionalistas do tipo "Datena" e comentários de comunicadores como a Sheherazade, o Olavo de Carvalho e o Reinaldo Azevedo (não por acaso, todos assumidamente de direita ou extrema-direita) contribuem fortemente para o aumento da violência e da criminalidade. Não fosse assim, a TV e os demais meios não serviriam para nada, especialmente para a Publicidade. Se a mídia é capaz de criar hábitos e necessidades, como ocorre na propaganda, por que não tornaria a violência algo banal, absorvido pela sensibilidade embotada das pessoas a ele expostas? Ou a Comunicação de massa funciona, ou não funciona. E sabemos todos que sim, funciona.
Tenho a mais absoluta convicção de que programas sensacionalistas do tipo "Datena" e comentários de comunicadores como a Sheherazade, o Olavo de Carvalho e o Reinaldo Azevedo (não por acaso, todos assumidamente de direita ou extrema-direita) contribuem fortemente para o aumento da violência e da criminalidade. Não fosse assim, a TV e os demais meios não serviriam para nada, especialmente para a Publicidade. Se a mídia é capaz de criar hábitos e necessidades, como ocorre na propaganda, por que não tornaria a violência algo banal, absorvido pela sensibilidade embotada das pessoas a ele expostas? Ou a Comunicação de massa funciona, ou não funciona. E sabemos todos que sim, funciona.
Vejam abaixo o texto de meu amigo Miro Borges sobre pesquisa feita pela USP, confirmando que o número de bárbaros assassinatos de suspeitos e inocentes por grupos de cidadãos influenciados pela mídia aumentou depois do criminoso comentário da Sheherazade. Criminoso pelo contéudo (apologia ao crime), e criminoso por ter sido veiculado numa concessão pública de TV (ou seja, um canal que pertence ao povo, não ao sr. Senor Abravanel, vulgo Silvio Santos, que apenas a explora por tempo determinado e em caráter precário - a concessão pode ser cassada a qualquer momento). O Altamiro explica:
O Núcleo de Estudos da Violência da Universidade São Paulo (USP) divulgou nesta semana um estudo que comprova o aumento dos linchamentos no Brasil. Foram contabilizados 37 casos de espancamentos coletivos entre fevereiro e maio deste ano, que resultaram na morte de 20 pessoas – entre eles, o da dona-de-casa do Guarujá, no litoral paulista, que chocou o país. Por coincidência ou não, o crescimento desta barbárie ocorreu logo depois do criminoso comentário da âncora Rachel Sheherazade no telejornal do SBT, em 4 de fevereiro. Na ocasião, a nova musa da direita nativa defendeu histericamente os linchamentos, justificando ação de “justiceiros” que acorrentaram um jovem negro no Rio de Janeiro.
A postura da jornalista, famosa por suas posturas fascistóides, gerou forte reação da sociedade. Nas redes sociais, ela foi rotulada de “assassina” e “criminosa”. Até no Congresso Nacional, sempre tão servil aos barões da mídia, houve críticas das bancadas do PT, PCdoB e PSOL. A deputada Jandira Feghali, reconhecida militante da luta pela democratização da mídia, acionou a Procuradoria-Geral da República questionando os anúncios publicitários do governo federal concedidos a uma empresa que explora uma concessão pública e faz apologia do crime.
Diante das críticas, o SBT divulgou nota tentando salvar a sua imagem – e, principalmente, as verbas publicitárias. “A emissora respeita a liberdade de expressão de seus comentaristas, porém ressalta que a opinião é da mesma [Sheherazade], e não do SBT”. A cínica desculpa não convenceu e a reação cresceu. Silvio Santos, dona da rede, optou por esconder sua âncora durante alguns dias. Na sequência, a emissora anunciou que ela retornaria ao seu posto. Será que agora ela fará novos comentários fascistóides, contribuindo para elevar ainda mais o índice de linchamentos no país?
http://altamiroborges.blogspot.nl/2014/06/sheherazade-e-alta-dos-linchamentos.html#more
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