terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

AUDIOVISUAL DO MIN. DA CULTURA LAMENTA MORTE DE EDUARDO COUTINHO

Nota de Pesar - SAV

Escrito por: Redação
Fonte: Ministério da Cultura
02.02.2014

Integrante do Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE nos anos 60, iniciou as filmagens do então filme de ficção Cabra Marcado Para Morrer, sobre as Ligas Camponesas, que foi interrompido pelo Golpe Militar de 64. Retomado em 1981, Coutinho encontrou os personagens e documentou a história da família de camponeses que, como o filme, foi dispersada no período ditatorial. Cabra Marcado Para Morrer, o documentário, é um dos principais filmes da história do cinema brasileiro e abriu caminho para uma das carreiras mais profícuas e importantes de nosso cinema.

A partir de Santo Forte (1999), Coutinho aperfeiçoa seu estilo de escuta e construção de personagens no documentário. Seu humanismo e sua alteridade se refletem esteticamente em documentários sobre os mais diversos aspectos da vida brasileira como a religiosidade (Santo Forte, 1999), as relações entre os moradores de um prédio em Copacabana como metáfora social e antropológica do nosso país (Edifício Master, 2002), sobre os operários anônimos que participaram das greves operárias do ABC, junto a Lula (Peões, 2004), sobre a passagem do tempo e a velhice (O Fim e o Princípio, 2005).

Um dos seus documentários mais radicais, Jogo de Cena (2005), Coutinho filma depoimentos de mulheres comuns contando suas histórias de vida, intercaladas por atrizes, contando as mesmas histórias, aprofundando sua pesquisa sobre o cinema, a realidade e a construção de histórias a partir do filtro de uma câmera.


A este seguem-se Moscou (2009) e As Canções (2011).

Coutinho deixará uma enorme lacuna no cinema documental contemporâneo. Suas obras, porém, permanecerão como clássicos do gênero a inspirar as novas gerações.

Mario Borgneth
Secretario do Audiovisual
Ministério da Cultura

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