Padilha foi direto ao ponto ao falar dos “legados malditos” recebidos dos tucanos
No balanço dos três anos e um mês como ministro da Saúde, ao deixar o posto ontem, Alexandre Padilha foi direto ao ponto e não poderia ter sido mais objetivo ao lembrar dos “legados malditos” que os governos do PT herdaram em 2003 da era tucana comandada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) na saúde e em tantas outras áreas da administração do país.
A partir de hoje o ex-ministro passa a dedicar tempo integral à sua candidatura ao governo de São Paulo na eleição de outubro próximo, numa disputa em que tem como principal contendor o tucano Geraldo Alckmin, que tentará a reeleição para ser governador do Estado pela 4ª vez. A entrada de Padilha na disputa garante desde já a realização de um 2º turno em São Paulo, e tudo indica, condições favoráveis de vencer e desalojar os tucanos do poder que ocupam no Estado há 20 anos.
Alckmin nunca entrou na disputa pelo governo antes em condições tão desvantajosas quanto agora, com companheiros e aliados enfraquecidos por escândalos, rejeitado pelo eleitorado da capital e Grande São Paulo, enfraquecido também no interior segundo indicam as pesquisas de opinião pública e com um governo que é um fracasso e desastre de ponta a ponta em quaisquer áreas que se detenha, seja saúde, seja segurança pública e educação.
Críticos do Mais Médicos, MG e SP foram os que mais solicitaram profissionais
Sem contar o discurso tucano contraditório, como lembrou Padilha em seu pronunciamento de despedida. Como exemplo disso, o ex-ministro citou o programa Mais Médicos, destacando que Minas e São Paulo, governados pelo PSDB e críticos ferrenhos do programa, foram os Estados que mais solicitaram médicos ao governo federal, apesar do “diagnóstico incorreto de algumas lideranças políticas de São Paulo e Minas Gerais”.
“Um dos seus líderes, por exemplo, deu uma demonstração absoluta de falta de sensibilidade com o sofrimento humano, ao afirmar que não faltavam médicos no Brasil e no seu Estado. Talvez, por não enxergar os que mais precisam no Estado mais rico da nossa federação. Só quem tem acesso a médico num estalar de dedos pode ser contra levar mais médicos para a população que mais precisa”, observou Padilha.
Em dois momentos de sua despedida, Alexandre Padilha recorreu à política nacional dos anos 90, era tucana: ao contrapor recente investimento federal no Instituto Butantan (SP) ao sucateamentos e às privatizações “que vimos ocorrer nos anos 90″; e ao destacar os investimentos da União na produção nacional de medicamentos e produtos para a saúde, em contraposição a “legados malditos, fruto da ausência de uma política industrial nos anos 90″.
Com mais espírito público e “mais curtido”
Além do balanço administrativo, o ex-ministro fez, ainda, um balanço de sua trajetória de vida. Confessou-se honrado com o envolvimento de seus pais, na resistência à ditadura militar e com toda a forma como pautaram a vida, com a “integridade, ética e compromisso” de sua família.
O ex-titular da Saúde concluiu assinalando sentir-se mais preparado e com mais “espírito público”, após 10 participando da gestão federal do PT. “Preparem-se: volto com o couro mais curtido.” Padilha despediu-se do Ministério da Saúde recitando um trecho de música, também cantado no início da cerimônia: “Me dê licença, que vou rodar no carrossel do destino.”
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