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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

EDÚ GUIMARÃES NARRA A HISTÓRICA POSSE DE LEWANDOWSKI NO SUPREMO

Posse de Lewandowski: o dia em que o Brasil melhorou

Eu, com os amigos Eduardo Guimarães (autor deste belo texto) e José Genoíno.

Na última quarta-feira (10), enquanto o Brasil desperto (pero no tanto) se concentrava na troca de sopapos da campanha eleitoral, a “nata” da República se reunia para festejar a posse do ministro Ricardo Lewandowski na Presidência do Supremo Tribunal Federal.
“Alívio” e “Alegria” foram palavras que se ouviu amiúde nos vários salões do STF, que, além do plenário, tiveram que ser lotados para dar conta da expressiva quantidade de pessoas que acorreu ao evento.
Antes de comentar interessante declaração que o novo presidente daquela Corte deu durante coquetel oferecido aos convidados para sua posse, vale elencar alguns fatos relevantes.
Conforme anunciei anteriormente, participei da cerimônia a convite do agora presidente Lewandowski e, mais tarde, do coquetel oferecido aos convidados. Como também participei da cerimônia de posse de Joaquim Barbosa, em 2012, por naquele dia estar no STF visitando Lewandowski, foi-me possível comparar os dois eventos.
Qualquer um que tenha estado na última e na penúltima cerimônias de posse de presidentes do Supremo haverá de concordar não só com que houve expressiva diferença de público entre o evento de dezembro de 2012 e o de setembro de 2014, mas, também, com que houve diferença de “clima” entre os eventos.
Detalhe: as duas diferenças são favoráveis à posse de Lewandowski.
Mas não houve apenas mais gente e melhores expectativas na cerimônia de posse de Lewandowski, houve muito menos cobertura da mídia. Em 2012, com Barbosa no auge após ter massacrado os réus do mensalão, havia mais jornalista da grande mídia do que convidados.
O menor interesse da mídia pela posse do novo presidente do STF, porém, não empanou o brilho do momento.
Dois fatos corroboram a narrativa sobre o clima da posse de Lewandowski, descrito como de “alegria” e “alívio”: os discursos do ministro Marco Aurélio Mello e de Marcus Vinicius Furtado Coelho, presidente nacional da OAB. As falas deles vieram recheadas de críticas indiretas a Barbosa.
Marco Aurélio aludiu ao comportamento beligerante do antecessor de Lewandowski e, veladamente, acusou-o de ter querido ser “maior do que o STF”; Furtado Coelho, também em críticas indiretas, acusou Barbosa de ter buscado promoção pessoal durante sua gestão inacabada.
A ausência de Barbosa no evento sugere que ele previu não só a diferença de apoio que Lewandowski receberia em termos de volume de público, mas, também, que o clima não estaria bom para ele. Desse modo, poupou a si mesmo de dar um piti ao ouvir as críticas veladas.
A presidente Dilma Rousseff teve participação discreta no evento – entrou (quase) muda e saiu (quase) calada. Contudo, o tempo todo manteve expressão no rosto que sugeriu satisfação com o que ali ocorria.
Assisti ao evento ao lado do amigo Luis Nassif e, por diversas vezes, ele repetiu que o discurso de Marco Aurélio foi “consagrador” para Lewandowski, com o que concordo em gênero, número e grau.
Ao término da cerimônia, formou-se uma fila gigantesca de cumprimentos a Lewandowski. Eu e Nassif a encaramos.
Quando chegou a minha vez, fui brindado com um abraço caloroso do presidente do STF e de sua senhora, quem conheci em 2012 – à época, ela relatou quanto sua família sofreu com a difamação de que o esposo foi alvo durante o julgamento do mensalão.
Foi então que cumpri a promessa que fiz aos leitores desta página e entreguei ao presidente um calhamaço com centenas e centenas de comentários desses leitores congratulando-se com ele pela missão que começa a desempenhar à frente do Poder Judiciário (vide foto no alto da página).
Comunico, pois, aos caros leitores que o presidente do Supremo comprometeu-se a ler cada um dos comentários de congratulação que deixaram para ele aqui no Blog.
Terminada a cerimônia, do STF fui para um shopping próximo esperar a hora do coquetel – devido ao preço extorsivo dos taxis em Brasília, não convinha voltar à residência do jornalista Leandro Fortes, que me hospedou de quarta para quinta-feira.
Chego ao centro de eventos Unique Palace por volta das 20 horas. As autoridades não paravam de chegar.
Entre outros, estiveram presentes ministros do governo Dilma, Marcus Vinicius Furtado Coelho, presidente da OAB, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, o ministro do STF José Antonio Dias Toffoli (o único ministro que vi no coquetel), a ex-subprocuradora-geral-eleitoral Sandra Cureau, juristas, advogados e jornalistas independentes.
Pelo salão, uma aglomeração gravitava em torno de Lewandowski. Onde ele estivesse parecia que havia caído um balão. Por conta disso, só por volta das 22 horas criei coragem para me aproximar para um papo rápido.
Mais uma vez, Lewandowski acolheu-me como se abraçasse cada leitor desta página. Em volta de nós, formou-se uma aglomeração. A mim e ao presidente do STF juntou-se Furtado Coêlho, presidente nacional da OAB.
Devido ao tratamento que me foi dispensado pelo presidente, disse a ele que não se mede um homem pela forma como trata os poderosos, mas pela forma como trata cidadãos comuns como eu, pessoas que não têm aquele tipo de “importância” que atrai gentilezas.
O presidente sorriu, virou-se para o presidente da OAB e disse: “Conta para o Eduardo que você lê o Blog dele”. Furtado Coelho assentiu e conversamos rapidamente sobre este ou aquele post publicado aqui.
Relato esse fato para que as pessoas entendam o tipo de homem que é Ricardo Lewandowski. Quem somos nós, editor e leitores deste Blog? A homenagem que fizemos ao presidente poderia ter sido retribuída com um simples sorriso e com um muito obrigado. E olhe lá.
Prossigamos. Já durante seu discurso no STF, Lewandowski permitiu ver quanto sua gestão diferirá da anterior. Sinalizou com revisão da Lei da Anistia, por exemplo. Mas foi em comentário que fez enquanto conversávamos que disse uma frase bastante significativa.
Por reproduzi-la de cabeça, não leva aspas. Porém, o que disse é que o Brasil caminha para se tornar a 5ª economia do planeta e uma nação de tal importância precisa ter instituições à altura dessa importância.
A frase tem um significado mais amplo do que parece. Vejamos: primeiro, diga lá, leitor, o que foi que a gestão de Joaquim Barbosa trouxe ao país além de ódio, ódio e mais ódio?
Se tivesse que resumir o que ele fez no um ano e pouco de sua Presidência do STF, diria que dedicou o período a fazer política partidária. E a maior prova disso é que até a grande mídia suspeitava de que ou sairia candidato a presidente neste ano ou apoiaria publicamente algum candidato.
O fato de Barbosa ter submergido após deixar o STF não significa que os que previram que ele atuaria na política estavam errados – sua conduta na Presidência do STF sugeriu isso. Na verdade, acho que ele só descobriu agora quanto desagradou a comunidade jurídica.
Nesse ponto, volto à frase de Lewandowski sobre a futura 5ª economia do mundo ter que dispor de instituições à altura. No meu entender, ainda que não tenha dito exatamente isso, ele fez uma promessa, a de que terminaram os showzinhos de personalismo no STF.
Lewandowski não será “estrela”. Sua gestão será discreta e focada no que interessa aos cidadãos. Ele pretende devolver-nos a confiança na Justiça.
Como eu disse nas redes sociais algumas horas após o evento, alegre-se, leitor. Na última quarta-feira, com o Poder Judiciário passando a ser presidido por um homem da envergadura moral e intelectual de Lewandowski, o Brasil melhorou.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

REVISTA FÓRUM DESAFIA "ISTOÉ" A MOSTRAR QUANTO GANHOU DE AÉCIO E DO PSDB

Calúnia tem acento

Por Renato Rovai em 03/06/2014 na edição 801
A revista IstoÉ desta semana traz uma suposta reportagem associando a revista Fórum a um bunker petista financiado pela prefeitura de Guarulhos para caluniar e difamar o senador Aécio Neves. A matéria pode ser lida aqui. Começa com um erro crasso de português no título. O jornalismo da revista escreveu “calunia”. Assim mesmo, sem acento. Talvez num ato falho, já que a matéria assinada por Josie Jeronimo e Raul Montenegro é de ponta a ponta caluniosa e difamatória. Uma peça feita sob medida e com dois objetivos claros.
O primeiro, intimidar os anunciantes da Fórum porque a enxerga como uma ameaça. IstoÉ não é hoje nem uma sombra do que foi no passado. Trata-se de uma revista em decadência que, segundo o Alexa, um dos sites que mensura audiência na internet, está simplesmente 12 mil posições atrás da Fórum no ranking global. Ou seja, já faz tempo que IstoÉ não tem prestígio, mas agora também não tem leitores. E por isso mesmo não deveria ter anúncios, mas eles ainda pululam em suas páginas, como o do Banco do Brasil, que joga dinheiro fora ao ter um banner patrocinando, por exemplo, a matéria que atacou a Fórum. Ou seja, com essa matéria, a IstoÉ se associa a O Globo que ligou para todos os nossos anunciantes fazendo perguntas intimidatórias há pouco mais de um mês. O segundo objetivo é criar uma peça jornalística que leve o Ministério Público a investigar as relações da Fórum com a prefeitura de Guarulhos.
Em relação ao primeiro objetivo, como editor e responsável pela publicação, não poderei ajudar o time do Alzugaray. Eles vão ter de se virar sozinhos. Continuaremos fazendo jornalismo relevante e respeitado e por este motivo nossa audiência tende a continuar crescendo. E isso provavelmente nos levará a cada dia a ter mais leitores do que IstoÉ, que certo dia já foi a segunda maior revista do Brasil. Aliás, a única informação correta da matéria da IstoÉ é a de que a Fórum tem aproximadamente 300 mil page views ao dia. É isso mesmo, são de 5 a 6 milhões de page views e mais de 2 milhões de leitores por mês. Algo que Isto É vai ter que comer muita arroz e feijão para ter.
Em relação ao segundo objetivo da família Alzugaray, serei generoso. Na segunda-feira, o departamento jurídico da Fórum vai ser acionado para ir ao Ministério Público, localizar se de fato há algum promotor nos investigando e, se houver, vamos entregar a ele o contrato de inserção publicitária com a Prefeitura de Guarulhos. O promotor não terá o trabalho de nos intimar. Mas vamos fazer mais. Fórum desafia publicamente IstoÉ a mostrar todos os contratos que a revista tem e teve nos últimos 11 anos com o governo de Minas Gerais (tempos de gestão tucana) e nós apresentaremos todos os contratos que Fórum teve nos últimos 14 anos (tempo de gestão petista) na prefeitura de Guarulhos. Simples assim.
IstoÉnão procurou ninguém da Fórum
Na matéria assinada por Josie Jeronimo e Raul Montenegro há o seguinte trecho: “ISTOÉ entrou em contato com o blogueiro (Eduardo Guimarães), com a revista “Fórum” e com a prefeitura questionando o montante pago em publicidade, mas não recebeu resposta até o fechamento desta edição”. Não posso responder pela Prefeitura nem por Eduardo Guimarães, mas Fórum não foi procurada pelos repórteres. Seria interessante que em nome da credibilidade que imagino eles devem querer resguardar, que apresentem provas de que me ligaram, enviaram e-mail ou que tentaram me acessar, por exemplo, pelo Facebook.
A revista também diz que Fórum ”replicou a opinião de um blogueiro que insinua envolvimento do senador do PSDB com entorpecentes”. O artigo que IstoÉ faz menção é este de Kiko Nogueira, do Diário do Centro do Mundo (DCM). Não há nele nenhuma insinuação ao uso de drogas por Aécio Neves. Quem insinuou isso foi boa parte do Mineirão no jogo Brasil e Argentina, em 2008. E talvez também por isso a jornalista Letícia Duarte, do Zero Hora, tenha tratado do tema numa entrevista coletiva. O artigo de Kiko só faz uma reflexão sobre a oportunidade de se tratar deste tipo de assunto. E diz que perguntas como essa já foram feitas a Obama que as teria respondido de forma civilizada.
Não tem essa de quanto é…
Aécio já resolveu todos os problemas que tinha com a mídia tradicional e sabe que nada mais que lhe atinja será publicado nos jornalões. Mas ele também sabe que não terá espaço para fazer acordo de qualquer espécie com publicações como a revista Fórum. E por isso vai tentar nos calar inflando reportagens caluniosas e difamatórias como a da Isto É e ao mesmo tempo judicializando tudo que estiver ao seu alcance. Aviso ao senador, vai ter trabalho.
Fórum nasceu em 2001, antes de Lula se eleger presidente da República. E viveu duríssimos momentos em sua existência. Mas nem por isso deixou de fazer o jornalismo que acredita e julga necessário. E não será a prática coronelista de quem gosta de uma imprensa sabuja e aos seus pés, como é quase que totalidade da mídia mineira, que vai nos intimidar. Fórum e nem o seu editor tem medo de Aécio Neves. Ao mesmo tempo ele não será atacado (como nunca foi) de forma leviana em nosso veículo. Será criticado pelas suas posições políticas. E pelas ideias e práticas políticas que consideramos um atraso para o país. Entre estas práticas, e esta reportagem da IstoÉ já deixa claro, é a da intimidação a veículos de imprensa que não lhe batem continência. Senador, não nos conhecemos pessoalmente, mas provavelmente na cobertura desta eleição venhamos a nos trombar. Serei respeitoso como sou com todos aqueles que entrevisto. Mas é bom que o senhor saiba que a Fórum não faz jornalismo na base das negociatas. Até por isso ninguém trata a nossa revista no mercado pelo sugestivo apelido de Quanto é. Com a Fórum, senador, o buraco é mais em cima.
***
Renato Rovai é jornalista

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed801_calunia_tem_acento

quarta-feira, 4 de junho de 2014

DIREITONA FAZ BAIXARIAS SEM LIMITES, E ACUSA O OUTRO LADO

O tamanho de Aécio Neves

Ainda que estejam tentando criminalizar críticas de cidadãos ao PSDB e aos seus expoentes na política, esse é um direito democrático do qual abrir mão significa consentir com uma legítima ditadura, na qual um partido político – que, inclusive, governa o país – pode ser execrado, acusado de tudo e mais um pouco, muitas vezes sendo caluniado, e outro partido, de oposição ao primeiro, trata como “crime” qualquer crítica que receber.
A política comporta jogo sujo desde sempre. Na era da internet, há quem use e abuse do anonimato para difamar, ameaçar, enfim, fustigar de todas as formas os adversários políticos. Alguns casos são realmente criminosos.
Um exemplo de atuação do “submundo” da grande imprensa contra políticos é a ficha policial falsa da hoje presidente Dilma Rousseff, publicada em 2009 no alto da primeira página do maior jornal do país, a Folha de São Paulo. Segundo o próprio jornal, essa suposta ficha policial lhe chegou por e-mail e, sem checagem alguma de sua veracidade, foi publicada com o maior destaque possível contra a então ministra-chefe da Casa Civil do governo Lula.
Periciada, a ficha se mostrou falsa como uma nota de 3 reais. Dilma Rousseff, então possível candidata a presidente da República no ano seguinte, abriu mão de tomar medidas judiciais não só contra quem fez a falsificação, mas contra quem a divulgou com grande estardalhaço.
No mesmo ano, o mesmo jornal publica o que chamou de “análise” sobre o então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O texto foi escrito por César Benjamin, ex-candidato a vice-presidente na chapa da senadora pelo PSOL Heloisa Helena, candidata a presidente na eleição de 2006. Naquele texto, o autor acusou o homem que governava o Brasil de ter tentado estuprar um colega de cela enquanto permaneceu preso no DOPs, em 1971.
Lula e Dilma, para resumir, sofreram, ao longo dos últimos 12 anos, inúmeros ataques do “submundo” da grande imprensa e do da internet. Na eleição de 2010, por exemplo, foi criado um site que “acusava” a então candidata Dilma de ser “homossexual” e, para “comprovar” a “acusação”, chegou a postar foto da “amante” dela.
Na internet, o que se vê contra Lula, Dilma e o PT é estarrecedor. Não é preciso nem pesquisar para saber que o que se diz aqui é verdade. Nunca, porém, houve uma ação do partido ou do ex-presidente ou da atual presidente para caçar essas pessoas que atuam dessa forma, inclusive contra aquelas pessoas que fazem isso de dentro de órgãos públicos.
Na última terça-feira, o Diretor da Sucursal da Revista ISTOÉ em Brasília, Paulo Moreira Leite, divulgou em seu blog, hospedado no portal da revista, a opinião de que “A caçada a blogueiros simpáticos às conquistas criadas no país depois da posse de Lula, em 2003, iniciada com a investigação sobre um suposto ‘bunker’ do PT na prefeitura de Guarulhos, deve ser visto como aquilo que é. Uma tentativa autoritária de silenciar vozes que divergem do monopólio político da mídia”.
Essa “caçada” aos críticos a que Moreira Leite se refere foi desencadeada pelo PSDB e seu pré-candidato a presidente da República, Aécio Neves, e conta com apoio de grandes meios de comunicação.
Nenhum desses blogueiros que o PSDB pôs a grande mídia para “caçar” fez nada parecido com o que fizeram com Lula ou Dilma ao longo dos últimos anos. Nunca se inventou nada, aqui ou em outros blogs críticos do PSDB, contra o partido ou seus candidatos. Sobretudo do ponto de vista pessoal. Tratam-se de críticas políticas e administrativas.
Claro que, como há pessoas que usam o anonimato na internet para difamar e caluniar Dilma, Lula e o PT, há correspondentes que fazem o mesmo contra o PSDB e seus expoentes. Contudo, esse expediente é usado valendo-se do anonimato, de pessoas que atacam sem se expor, sem assumir pessoalmente o que dizem.
Este blog recebe ataques desse tipo de gente aos montes. Abaixo, um dos exemplos de ataques que um contingente de anônimos já fez contra esta página e seu autor.
Esse ataque, por ter sido o pior que este Blog já recebeu, foi divulgado aqui no post O monstro da caixa de comentários.
Porém, o que se sabe é que esse tipo de ataque não tem maior força. Ninguém são dá importância a esse tipo de coisa, ou mesmo a acusações sem provas feitas por anônimos. Esse tipo de ação busca apenas desgastar o alvo emocionalmente. E, em geral, é perpetrado por gente extremamente ignorante, que obtém o resultado inverso ao pretendido.
Dilma ou Lula jamais se deram ao trabalho de caçar pessoas que usam o anonimato para cometer crimes virtuais. A estatura dessas duas pessoas públicas tem uma dimensão que lhes permite ignorar ataques parecidos, praticados inclusive por grandes jornais como a Folha de São Paulo, nos exemplos supracitados.
A caçada a blogueiros comentada por Paulo Moreira Leite, antes de tudo revela a estatura do homem que pretende disputar com Dilma – e, indiretamente, com Lula – a Presidência da República. Com suas dezenas de advogados, com seus meios de comunicação “parceiros” e com autoridades “amigas”, Aécio Neves mostra que não está à altura dos dois petistas com os quais disputará a sucessão presidencial.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/06/o-tamanho-de-aecio-neves/

sexta-feira, 30 de maio de 2014

SAÍDA DE JOAQUIM TIRA DE CAMPO UM DOS MELHORES SERVIÇAIS DO PIG

Saída de Barbosa debilita oposição midiática em ano eleitoral


São variadas e sobremaneira importantes as implicações políticas resultantes da recém-anunciada renúncia do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, aos 11 anos que lhe restam de mandato como ministro daquela Corte. E, mais do que isso, aos seis meses que lhe restam como seu presidente.
Em primeiro lugar, a mídia, o PSDB, o DEM, o PPS, o PSB e o PSOL perdem uma verdadeira fábrica de factoides políticos contra o PT; por outro lado, o PT e o governo Dilma se livram daquele que proveu seus adversários com a manutenção do mensalão nas manchetes e que liderou a bancada oposicionista na Suprema Corte de Justiça.
Em segundo lugar, cai a principal barreira à investigação de fatos nebulosos envolvendo a Ação Penal 470, como no caso do inquérito 2474, que, durante anos, Barbosa manteve em segredo de Justiça.
Apelidado de “gavetão”, o inquérito 2474 correu paralelamente ao inquérito 2245, que deu origem à ação penal do mensalão. Barbosa manteve engavetados os 100 volumes do 2474, que contém documentos que poderiam ter inocentado parte dos réus do mensalão. Vários investigados pelo 2474 pediram acesso ao inquérito para elaborarem suas defesas, mas Barbosa sempre negou, contrariando normas do próprio STF.
Em terceiro lugar, os políticos condenados pelo julgamento do mensalão – com destaque para José Dirceu e José Genoíno, os alvos 1 e 2 de Barbosa e seus aliados políticos de oposição ao governo Dilma – deixam de ter um carcereiro que, desde o fim do ano passado, dedica-se a torturá-los, buscando, de todas as formas, endurecer suas penas, negando-lhes direitos e provendo a mídia com elementos para fustigá-los dentro da prisão.
Com a saída de Barbosa, deve se tornar inócua a resolução 514 – de autoria do presidente do STF –, que, pela primeira vez na história, delegou àquela Corte a execução penal de condenados pela Justiça. Com isso, Dirceu, Genoíno e Delúbio Soares devem conseguir direitos que lhes estavam sendo negados, como o de trabalharem fora da prisão, em consonância com o regime semiaberto.
Em quarto lugar, o STF passa a ter um presidente que deixará de ser um estafeta de partidos políticos e que deixará de usar o principal poder desse cargo – o poder de estabelecer a pauta da Corte – para favorecer aliados e prejudicar desafetos; Ricardo Lewandowski assumirá já cargo que só deveria assumir em novembro.
Em quinto lugar, a presidente Dilma Rousseff poderá – espera-se – nomear mais um ministro do STF que dissentirá do grupo político, antes majoritário, que permitiu à Corte transformar-se em marionete da mídia e da oposição. Com essa nomeação, Gilmar Mendes, Luiz Fux, Marco Aurélio Mello e Celso de Mello – o núcleo duro do tucanato no STF – ficarão em débil minoria.
Em sexto lugar, com um STF tão diferente, torna-se bastante provável que o julgamento do mensalão possa ser revisto no que diz respeito ao núcleo político inventado por Barbosa para que pudesse se converter no primeiro pop star do Judiciário em mais de um século de vida republicana.
As chances de uma revisão criminal para os réus do núcleo político aumentaram muito.
Visando exclusivamente seus interesses políticos, Barbosa deixou a oposição e a mídia com a brocha na mão em pleno ano eleitoral. Impérios de mídia, partidos de centro-direita e de extrema-esquerda deixaram de ter uma verdadeira arma eleitoral que, ao longo da campanha eleitoral, iria prover-lhes seguidos factoides para serem usados na propaganda política.
Para concluir esta análise, pode-se dizer que as eleições deste ano serão bem diferentes do que poderiam ser se a Presidência do STF continuasse nas mãos de um ególatra que se dispôs ao papel de capanga de partidos políticos e de impérios de mídia.
Pode-se dizer, portanto, que Barbosa traiu àqueles que o ajudaram a construir a imagem que certamente usará na previsível carreira política que abraçará. Não parece demais dizer que traiu seus aliados políticos. É o que dá apostar alto em aventureiros, pois traição é a principal característica desse tipo de gente.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/saida-de-barbosa-debilita-oposicao-midiatica-em-ano-eleitoral/

domingo, 18 de maio de 2014

EDÚ GUIMARÃES PROVA QUE O PIG COMBINA NOTÍCIAS CONTRA LULA

Repórteres da grande mídia combinam pauta contra Lula

Não é fácil cobrir política no Brasil, segundo repórter de um dos grandes veículos de mídia que cobriram a palestra que o ex-presidente Lula deu a centenas de blogueiros na última sexta-feira. Informações que tal repórter me deu sem saber com quem falava serão úteis para a compreensão da manchete sobre o evento que ganhou as capas dos grandes jornais de sábado (17/05).
A grande imprensa compareceu em peso ao hotel Braston, no centro velho de São Paulo, onde está acontecendo o 4º Encontro Nacional de Blogueiros e Ativistas Digitais. Havia repórteres de vários grandes meios de comunicação – O Globo, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, G1, UOL, Terra, IG… Só não foi visto repórter da Veja.
O corredor que dá acesso ao salão de convenções na sobreloja do hotel estava intransitável. Por ali, misturavam-se os participantes do evento e a imprensa. Esta, porém, tinha uma porta de acesso exclusiva ao salão, que desembocava em um cercadinho feito para os repórteres.
Salvo um ou dois incidentes entre blogueiros menos pacientes com as manipulações midiáticas e repórteres, a imprensa foi bem recebida. Porém, esses “operários da notícia” estavam tensos e este blogueiro descobriu que não era por medo do público que ali estava, mas devido à pressão que um desses “operários” – que, por razões óbvias, não será identificado – insinuaria que todo repórter de política sofre quando tem que cobrir Lula.
Para extrair sinceridade de um dos membros da imprensa que ali estavam, a solução foi este que escreve dissimular a razão de sua presença no local fingindo que participava de outro evento no salão de convenções contíguo àquele em que Lula palestraria. Travou-se, então, o seguinte diálogo com um dos repórteres:
Blogueiro — O que está acontecendo aí?
Repórter – O Lula vem falar.
Blogueiro – Quem é toda essa gente?
Repórter – São blogueiros aliados do PT; Lula vem falar pra eles.
Blogueiro – Lula é sempre notícia, né?
Repórter – Notícia cabeluda. Dá um trabalho danado.
Blogueiro – Por quê?
Repórter – A gente tem que achar a “pauta certa”…
(…)
Infira você, leitor, qual é a “pauta certa”.
A palestra em questão foi excelente. Lula estava inspirado, como sempre. Enquanto encantava a plateia com suas tiradas engraçadas, fiquei pensando o que a imprensa poderia encontrar para comprometê-lo. A presença maciça de repórteres em mais um encontro do ex-presidente com blogueiros certamente se destinava a encontrar algo que pudesse servir para a mídia tentar desgastá-lo publicamente.
Ao fim da fala de Lula, achei que ele não oferecera matéria-prima para que os robôs teleguiados pela grande mídia pudessem usar. E não havia mesmo. Por isso, foi preciso inventar.
Após Lula falar, participantes do Encontro de Blogueiros relataram uma cena inusitada presenciada por vários deles: repórteres de vários veículos distintos reuniram-se para discutir que pauta comum todos entregariam às suas respectivas redações.
Um repórter sugeria distorcer, omitir ou destacar este ponto, outro contestava aquela ideia e dava outra. Alguns dos blogueiros que presenciaram a cena aproximaram-se do grupo de repórteres inquirindo-os sobre se era comum fazerem aquilo, reunirem-se e combinarem o que iriam divulgar sobre o que haviam presenciado.
A interpelação dispersou os repórteres, que foram se reunir em outra parte. O resultado dessa reunião, porém, começou a ser visto no mesmo dia nos portais G1, UOL etc., e ganhou maior repercussão nos jornais de sábado (17). Abaixo, uma das manchetes principais de primeira página que decorreram de uma distorção criminosa da fala do ex-presidente.
Chega a ser inacreditável que a mídia tenha pinçado e distorcido uma frase de Lula dessa forma. O ex-presidente disse o seguinte:
Nós nunca reclamamos de ir a pé (ao estádio). Vai a pé, vai descalço, vai de bicicleta, vai de jumento, vai de qualquer coisa. A gente está preocupado? Ah não, porque agora tem que ter metrô até dentro do estádio. Que babaquice que é essa?
O que Lula disse foi que, no Brasil, nunca ninguém pediu que estações de metrô fossem construídas dentro de estádios de futebol e que agora estavam cobrando alguma coisa que nunca foi pedida no Brasil. E emendou dizendo que brasileiro, para ver futebol, não mede esforços.
As palavras do ex-presidente, da forma como foram expostas, dão a entender que ele acha que o povo não merece ter estação de metrô dentro de estádio de futebol, o que seria não só uma “babaquice”, mas um desperdício de recursos públicos, pois o povo não vai a estádios todo dia, mas usa metrô todo dia e por certo os locais para construir estações devem ser mais adequados.
Pode-se construir estação de metrô em um hospital, em shoppings e em terminais rodoviários ou de trens porque são locais de grande afluxo diário de pessoas, mas não faz sentido construir dentro de um estádio de futebol. Durante a Copa até seria útil, mas e depois?
O que fica desse episódio é a confirmação de um procedimento da velha mídia que todo mundo conhece, mas que nem todos devem se lembrar. Em 2006, por exemplo, quando foi apreendido o dinheiro dos “aloprados”, aconteceu a mesma coisa – repórteres e policiais armaram um cenário com o dinheiro apreendido que fez seu volume físico parecer maior.
Infelizmente, mais uma vez se confirma que a luta para agradar as chefias leva jovens repórteres a praticar toda sorte de trapaças com a notícia. E que esta é “tratada” para dizer aquilo que os patrões desses jovens querem que seja dito, obviamente em prejuízo do direito do público a receber fatos em vez de versões e interpretações subjetivas como essa de que trata o post.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/reporteres-da-grande-midia-combinam-pauta-contra-lula/

terça-feira, 29 de abril de 2014

ALCKMIN GASTA MAIS COM A MÍDIA DO QUE COM SAÚDE E EDUCAÇÃO!!!

Eduardo Guimarães, ao centro, comigo no recente Camping Digital do PT.

O querido amigo Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem-Mídia, publica mais um importante texto em seu Blog da Cidadania, no qual aponta a "coincidência" entre os ataques desferidos pelo PIG (Partido da Imprensa Golpista)  contra Alexandre Padilha e o começo da propaganda partidária do PT nas rádios e TVs. Fica claro que a direitona-burra (e sem votos)  quis desgastar o candidato a governador apoiado por Lula e Dilma para enfraquecer o efeito de suas aparições no horários gratuito (inserções ao longo do dia) do seu partido, o PT. 
Porém o texto de Edú Guimarães traz outro dado importante, que muita gente ainda desconhece: os gastos de Geraldo Alckmin com propaganda de seu desastroso governo superam em muito os gastos sociais, inclusive com Educação e Segurança Pública. A fortuna que o PIG recebe do governo tucano explica seu total silêncio sobre os inúmeros escândalos de corrupção que envolve o PSDB e são religiosamente escondidos pela velha mídia. Leiam este trecho da matéria do Edú, e se quiserem visitem seu sítio para verem a íntegra: 
"A denúncia contra Padilha se mostrou providencial para o governo Alckmin, com manchetes gêmeas nos grandes jornais e longas matérias nos telejornais. A propaganda petista criticando o racionamento de água em SP perdeu força devido à denúncia contra seu protagonista.
Alguns dirão que o tucano é apenas muito sortudo. Afinal, justo quando Padilha aparece na TV explicando que o sofrimento da população se deve à imprevidência do governo do Estado explode uma acusação grave contra o petista que desvia a atenção do público paulista de um problema real que está infernizando a sua vida.
Porém, quando se analisa as “razões” da grande imprensa para fazer tal alarde sobre um fato absolutamente inconclusivo que precisa de apuração para ser transformado em acusação, tudo fica muito claro.
Para quem não sabe, o governo do Estado de São Paulo gastou em 2013 com publicidade R$ 238 milhões, segundo o portal Transparência. Esse valor é duas vezes o total pago em investimentos na Secretaria de Educação do Estado (R$ 110 milhões). É mais do que os investimentos pagos, somados, nas secretarias de educação e segurança (R$ 108 milhões).
Alguém sabe quem são os beneficiários dessa dinheirama? Ganha um picolé de chuchu quem responder que são, justamente, as Organizações Globo, o Grupo Folha, o Grupo Estado e a Editora Abril. Isso sem falar nos gastos de milhões do governo paulista com a compra de exemplares de Folha de São Paulo, Estadão, Veja e demais livros didáticos da Editora Abril.
Coincidências até existem. Algumas, porém, custam muito caro.  Essa “coincidência” em questão parece ter sido exorbitante para uma população castigada com trens lotados, polícia ineficiente e violenta, racionamento de água etc. Resta saber se o paulistano prestará mais atenção ao seu sofrimento ou a denúncias irresponsáveis de uma mídia subornada."
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/04/denuncia-contra-padilha-coincide-com-insercoes-do-pt-de-sp-na-tv/

sábado, 12 de abril de 2014

QUER PROVAS DO PARTIDARISMO DA GLOBO? EIS ALGUMAS:

A resposta da Globo a Dilma


Eduardo Guimarães, em seu Blog da Cidadania (link ao final)
A coluna da jornalista Monica Bergamo na Folha de São Paulo da última quinta-feira feira (10) deu uma informação algo surpreendente: na segunda-feira (8) a presidente Dilma Rousseff recebeu o vice-presidente das Organizações Globo, João Roberto Marinho, que foi a ela com pleitos sobre a suposta interferência da rede de telefonia celular 4G na transmissão de tevê digital.
Segundo a jornalista em questão, Dilma teria manifestado a Marinho desconforto com o noticiário da Globo contra o governo federal. A matéria, tal como foi veiculada na coluna de Bergamo, deixa entender que a presidente teria, de alguma forma, vinculado o atendimento do pleito do barão da mídia a maior comedimento no partidarismo político da Globo.
Não se sabe se houve mesmo algo nesse sentido, mas não parece verossímil que Dilma propusesse tal barganha. O mais provável é que ela apenas tenha aproveitado a oportunidade, mas sem proposição de qualquer troca de favores. Até porque, para os barões da mídia seria uma troca muito aquém de suas pretensões hegemônicas.
Seja como for, Dilma teria ponderado com Marinho que sua emissora vem “carregando nas tintas” do noticiário contra o governo federal, e não só no caso Petrobrás. O Jornal Nacional da mesma terça-feira em que o vice-presidente da Globo e a presidente da República se encontraram teve 16 minutos de pancadaria contra o governo.
O telejornal em questão tem duração de pouco mais de 30 minutos. Ou seja: a Globo gastou metade de seu principal telejornal para atacar o governo com atraso nas obras da Copa, críticas à economia e, claro, com ataques à Petrobrás.
Naquele mesmo dia, enquanto Dilma e Marinho se encontravam, Lula dava entrevista a blogueiros…
Na noite do mesmo 8 de abril, o Jornal Nacional começou a artilharia com uma matéria sobre atraso em obras da Copa que durou 4:01 minutos. Mais 2:27 minutos foram gastos com o tema que levou Marinho a Dilma, a interferência da rede 4G na TV digital. E mais pancadaria sobre o governo com matéria sobre baixocrescimento da economia que durou 35 segundos, com o caso do deputado André Vargas por 2:47 minutos, com ataques à Petrobrás por 3:08 minutos, com a CPI da Petrobrás por mais 2:36 minutos. No total, foram 15 minutos e 56 segundos de espancamento do governo.
Até aí, a ponderação de Dilma com Marinho talvez não pudesse ter surtido efeito; tinham conversado horas antes da edição massacrante do JN. Vejamos, então, o que ocorreu nos dias seguintes.
Em 9 de abril, em 5 minutos de Jornal Nacional, durante 21 segundos o primeiro ataque ao governo Dilma se dá na questão da energia elétrica, supostamente subfaturada aos brasileiros por razões políticas. Eis que, como que para afetar “isenção”, o JN apresenta uma reportagem de 1:05 minuto desfavorável ao PSDB, sobre oracionamento de água que já ocorre na grande São Paulo, mas a Globo não diz. E a reportagem não toca na responsabilidade do governo Alckmin, apenas apresenta o problema que pode se abater sobre a grande São Paulo. Porém, logo o telejornal retoma o ataque ao governo. Foram 2:38 minutos para o deputado André Vargas, 2:04 minutos para a inflação, 2:58 minutos para a CPI da Petrobrás. Ao total, foram 7:23 minutos contra o governo do PT e 1:05 minuto contra o do PSDB.
Em 10 de abril, dia da nota na Folha sobre a queixa de Dilma a Marinho, mais 2:19 minutos para inflação, 2:02 minutos para incentivar as pessoas a economizarem água em São Paulo (uma bela ajuda a Alckmin), 2:39 minutos para criticar atraso nas obras das Olimpíadas de 2016, 38 segundos (isso mesmo, 38 segundos) para noticiar que o ex-ministro de FHC e candidato de Aécio ao governo de Minas Gerais (Pimenta da Veiga) foi indiciado por lavagem de dinheiro, 43 segundos contra o deputado André Vargas, 4:25 minutos para vincular Dilma e Lula a compra por FHC em 2001 de usinas termelétricas da Alstom (o que obrigou os petistas a manterem contratos que o tucano assinou), 23 segundos contra a Petrobrás e 1:44 minutos para dar razão à oposição contra o governo na ampliação do escopo da CPI da Petrobrás, atacando decisão de Renan Calheiros de permitir a investigação, também, de escândalos envolvendo PSDB e PSB. No total, foram 12:23 minutos contra o governo, 2:02 minutos a favor de Alckmin e 43 segundos contra o PSDB.
Em 11 de abril, o JN começa com Dilma na defensiva, dando explicações sobre a inflação em matéria de 52 segundos. Em seguida, notícia distorcida de 2:21 minutos de duração sobre recuo na atividade econômica, reportagem de 23 segundos sobre problemas nas obras da Copa, reportagem de 1:57 minuto sobre corrupção na Petrobrás, mais 1:36 minuto sobre o mesmo tema e mais 33 segundos sobre o doleiro envolvido com o deputado André Vargas. Desta vez, foram “só” 7:10 minutos, mas só contra o governo Dilma e o PT, sem nada contra a oposição.
Em ano eleitoral, quando a mídia escolhe maioria tão avassaladora de matérias desfavoráveis a um lado e gasta tão pouco contra o outro lado, provoca efeitos eleitorais. Alguns dirão que tudo que o JN noticiou contra o governo Dilma e o PT tinha que ser noticiado. Só que não existem problemas só desse lado.
O caso de Pimenta da Veiga, candidato do presidenciável Aécio Neves ao governo de Minas e que foi indiciado por lavagem de dinheiro, por certo mereceria bem mais do que 38 segundos. O racionamento de água no maior centro urbano da América Latina – bem como as responsabilidades pelo problema – mereceria muito mais atenção de um jornalismo sério. O escândalo do cartel de trens em São Paulo, já em fase adiantada de investigação, inclusive com políticos do PSDB sendo investigados pelo STF, esse sumiu de vez.
Ao deputado André Vargas poder-se-ia contrapor Robson Marinho, homem forte do tucanato paulista no Tribunal de Contas do Estado de São Paulo e que está envolvido até o pescoço no escândalo dos trens paulistas, mas continua trabalhando normalmente. Ou poder-se-ia contrapor o caso de Pimenta da Veiga, muito mais grave. Mas o JN faz suas escolhas…
O que impressiona é a presidente Dilma ter achado – se é que a matéria de Monica Bergamo é verdadeira – que poderia chamar um dos irmãos Marinho à razão. Aliás, melhor dizendo, chamá-lo à responsabilidade, já que, por ser uma concessão pública, a faixa do espectro radioelétrico que a Globo ocupa não pode ser usada com fins político-partidários.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/04/a-resposta-da-globo-a-dilma/

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

NATAL SEM JUSTIÇA NÃO É CRISTÃO

Belíssimo texto do amigo Eduardo Guimarães:

O Natal na Papuda e o sadismo na mídia


Com Eduardo Guimarães e o agora preso-político José Genoíno.

Se só pretos, pobres, prostitutas e petistas vão para a cadeia no Brasil, o último dos quatro pês vem se 
mostrando um estigma ainda pior do que os outros três. Estes, sofrem porque, uma vez presos, são es-
quecidos; o quarto pê sofre porque não é esquecido nem quando preso.
O Judiciário brasileiro ficou de quatro para a mídia. Acata suas ordens para infernizar a vida dos conde-
nados do julgamento do mensalão. Nega-lhes direitos como o regime semiaberto enquanto trata de 
esmiuçar as condições de sua prisão em busca de “regalias” a suprimir.
Os espiões que a mídia cooptou entre os agentes carcerários da penitenciária da Papuda para que in-
formem qualquer alento que possa ser permitido aos alvos principais de sua fúria punitiva – ou seja, Jo-
sé Dirceu e Delúbio Soares – descobriram que eles gostam de ler.
A leitura pode ser um bálsamo para o encarcerado que a aprecie. Deveria ser estimulada, aliás. Tira a 
mente do que não presta. Contudo, a “regalia” que permitia que condenados do mensalão lessem à 
vontade foi revogada por estarem “lendo mais do que o permitido”.
A tortura psicológica costuma ser vista como até mais intensa e penosa do que a tortura física, que, 
após algum tempo, o torturado aprende a suportar, até por seu corpo e seus sentidos não resistirem. 
Já a psique humana é um parque de diversões para o sádico; permite supliciar sem limites.
Se a mídia não quer “regalias” para os condenados do mensalão tais como ler um livro, tampouco quer 
algum direito constitucional como o de um condenado cumprir sua pena tal como foi preconizada – e 
nunca de forma mais dura ou mais branda.
O objetivo que excita o sadismo midiático é o de minar o espírito dos dois petistas e o dos companhei-
ros que partilham a dor deles não só por sabê-los condenados injustamente, mas por cumprirem uma 
pena mais dura do que aquela que deveriam estar cumprindo.
Sob essa sanha pervertida, os sádicos midiáticos já encontraram mais direitos a suprimir enquanto os 
direitos a preservar são ignorados: os condenados do mensalão poderão ficar com a luz acesa até às 
24 horas do dia 24 de dezembro. E, escândalo dos escândalos, após receberem uma “ceia de natal”.
Dizem os instrumentos de tortura conformados em papel impresso que os “mensaleiros” receberão 
“quentinhas” contendo com arroz, feijão, carne, legumes e verduras. E o luxo é tanto que terão acesso à 
cantina do presídio, onde poderão comprar cigarros e refrigerante.
Esses “mensaleiros” não se emendam, não é mesmo?
As “regalias” de que desfrutrariam os petistas que atiçam a perversidade midiática, porém, não são re-
galias coisa alguma. Eles ainda dispõem de alguma diferenciação dos condenados ao regime fechado 
simplesmente porque estão padecendo sob ele ilegalmente, pois deveriam estar no regime semiaberto.
Isso em um país em que traficantes, estupradores, assassinos e até políticos corruptos conseguem fi-
car em liberdade contando com a sabida e consabida leniência que o dinheiro ou a influência da mídia 
podem comprar da Justiça.
Se você está indignado com essa sessão interminável de tortura politicamente motivada, regozije-se: vo-
cê é uma pessoa justa, humana e, acima de tudo, sã. Regozije-se, pois, ao não sentir prazer com o sofri-
mento alheio.
Deixo você com um pensamento. Há 2013 anos nascia o Maior dos injustiçados pela justiça. Hoje é Seu 
Aniversário. Eleve, pois, a sua prece de lamento pela perenidade daquela sanha persecutória e punitiva 
das turbas que tanto prazer extraiu de seu Calvário.
Que o seu Natal, leitor, seja tão feliz quanto a revolta com a perversidade humana permitir.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O ESCÂNDALO DA VEJA E A COVARDIA DO REI DO ESGOTO



Comentário que enviei ao blog do meu amigo Eduardo Guimarães, que perguntara qual será a próxima capa da revista veja, depois que sua armação da semana passada (quando usou métodos de Murdoch, como espionagem e tentativa de invasão para violar a intimidade de hóspedes do Hotel Naum, em Brasília, entre os quais Zé Dirceu). 

A basear-se na prática do porta-voz da veja, o Rei do Esgoto (que também responde pela alcunha de Azevedo), a revista silenciará sobre o assunto em uma ou duas edições. Foi assim com outros “escândalos” fabricados, como o dinheiro de Cuba para a campanha de Lula; o grampo forjado entre veja, Gilmar Mendes e um senador; entre tantos exemplos.
O próprio blogueiro da veja tem “esquecido” assuntos que antes tratou com sensacionalismo e aquele jargão de bordel que o caracteriza:
1 – O governo de Honduras admite que houve um golpe de Estado em 2009, contrariando tudo que o Rei do Esgoto escreveu durante semanas. Ele não comenta o assunto, como se nunca tivesse existido;
2 – O governo de Israel admite ter usado fósforo branco, arma química proibida por convenções internacionais, contra palestinos; o cão-de-guarda cala-se;
3 – O governo da Grã-Bretanha admite causas sociais nas recentes revoltas em várias cidades; o “jornalista” que havia recomendado o uso do “cassetete democrático” (inspirado nos métodos de Serra contra grevistas, inclusive da polícia civil), fica na moita;
4 – 300 mil pessoas vão às ruas, em 6 de agosto, em Israel, clamando por Democracia; nem uma linha do “valente”;
5 – O sistema neoliberal chileno é contestado por centenas de milhares, com greve geral e pelo menos um estudante morto pela repressão – o defensor do “cassetete democrático” também neste caso, muda de assunto;
6 -Geraldo Alckmin irrita-se com o aumento da criminalidade em SP, onde delegados compravam titularidades de delegadas “rentáveis” (?) por 250 a 400 mil reais – onde está o “analista” do Esgoto?
Menciono apenas alguns fatos que o elemento abordou com ênfase, quase histeria, cheio de “verdades”, para logo ser esmagado pelos fatos e fugir covardemente. A lista é interminável, conforme seus arquivos. O cara entende tanto de política que considerou Sarah Palin pouco menos que um gênio político (aquela que disse que a África é um grande país…) e Índio de Oliveira, ou de Campos, ou Xavier (ainda não memorizei o nome do grande líder…) iria virar o jogo pró-Serra em 2010…
(Edú, se achar o tom meio ofensivo, garanto-lhe que é infinitamente mais cortês do que o usado pelo Rei do Esgoto, que zomba até do aspecto físico das pessoas. Talvez por considerar-se um belo especimen…)

domingo, 8 de maio de 2011

EDÚ GUIMARÃES NO ENCONTRO DE BLOGUEIROS DO RIO

Democratizar comunicação para democratizar o Brasil

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Reproduzo o teor da palestra que proferi ontem no Encontro dos Blogueiros Progressistas do Rio de Janeiro.
—–
Boa noite, senhoras e senhores.
Na semana que se encerra, estudo do IBGE revelou que o Rio de Janeiro é um dos dois Estados que ultrapassou São Paulo em termos de riqueza relativa. Como paulista, reconheço que tal fato condiz perfeitamente com o espetáculo de organização e de competência que desaguou nesta edição carioca dos encontros estaduais de blogueiros progressistas. Aceitem, portanto, meus cumprimentos, senhoras e senhores organizadores deste evento.
Democratizar a comunicação para democratizar o Brasil. O tema da palestra encerra possibilidades inesgotáveis. Supõe, primeiro, e com grande propriedade, que nem um, nem outro (comunicação e país) são democráticos. E não são. Se este país AINDA não é totalmente democrático, a comunicação arca com grande parte da culpa.
A comunicação concentrada e antidemocrática que este país ainda tem em pleno século XXI é, ao mesmo tempo, causa e efeito da falta de democracia que nos aflige, ao povo brasileiro.
Definitivamente, ainda não somos um país efetivamente democrático. Não é democrático um país em que um jornalista que assassinou uma garota cheia de sonhos pelas costas, como fez um ex-diretor de Redação de uma das pragas midiáticas que infestam este país, jamais tenha sido punido; não é democrático um país em que os que têm maior instrução formal, se cometerem crime, desfrutam de “prisão especial”, quando, na verdade, supostamente deveriam ter pena maior por terem maior condição de discernir entre o que é certo e errado; não é democrático um país em que o décimo mais rico da população concentra pelo menos metade da riqueza.
E, se alguém perguntar como chegamos a isso, a resposta, fatalmente, será a de que a comunicação viabilizou a tragédia. Ainda durante esta semana ficamos sabendo que, entre 1964 e 1985, no período em que vigeu a ditadura militar, a concentração de renda brasileira, que nada honrosamente figura entre as dez piores do mundo, experimentou um crescimento brutal.
E o que é pior: demorou ainda uma década, após o fim da ditadura, para que essa chaga começasse a diminuir. Foi só partir de 1998, ao fim do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, que o Brasil começou a trilhar de volta o caminho de desigualdade. Ou seja: perdemos cerca de 35 anos para começarmos a nos recuperar de uma tragédia que só se materializou graças à ajuda inestimável justamente da comunicação, da imprensa.
Se fosse “só” isso, não seria tão trágico. O problema é que, além de ajudar a tornar o Brasil um país mais injusto, a comunicação de meados do século passado ainda viu acontecer um imenso roubo de recursos públicos que foram graciosamente doados a legítimos gangsters, que, com o dinheiro dos impostos dos espoliados, erigiram os impérios de comunicação que configuram concentração ainda maior do que a da renda.
Recentemente, pudemos ter a dimensão de quanto dinheiro público os ditadores enterraram nas empresas de comunicação de algumas poucas famílias. Umas das multinacionais que vieram explorar a privataria que se abateu sobre o Brasil na última década do século XX, a Portugal Telecom, vendeu a sua parte no portal de Internet UOL. O preço de um quarto daquela “maravilha” foi de nada mais, nada menos do que 350 milhões de reais.
Um simples portal de internet, portanto, vale coisa de 1,5 bilhão de reais. E é uma parte ínfima da gigantesca e monstruosa hydra em que se constitui a imprensa golpista que ajudou a tornar o país ainda menos democrático do que era quando os militares deram o golpe, nos idos de 1964.
Sim, para democratizar realmente o país haverá que democratizar a comunicação. A comunicação antidemocrática levou os brasileiros a cometerem erros como o de elegerem um Collor, por exemplo. Só ampliando as fontes de informação e o espectro de opiniões é que a sociedade poderá dispor de subsídios para tomar decisões cruciais como a de em quem votar, ainda que tenhamos melhorado muito graças ao método de tentativa e erro.
Mas ainda falta muito.
Nesse aspecto, a internet, que tantos gols vem marcando, está democratizando a comunicação independentemente da urgente democratização dos meios tradicionais, com destaque para a comunicação televisiva, a cereja do bolo comunicacional, que não pode mais produzir um nível como esse de propriedade cruzada daqueles meios. Cada internauta, blogueiro, tuiteiro, ao criar um perfil na rede se torna um meio de comunicação.
Haverá maior democratização da comunicação do que cada cidadão poder ser um meio de difusão em potencial de informações, idéias e propostas? Os encontros estaduais de blogueiros que se espalham pelo Brasil, reunindo centenas de pessoas, simbolizam a nova era que se descortina e finalmente nos vêm dando o meio de democratizar a comunicação para democratizar o Brasil. Antes tarde do que nunca.
Muito obrigado pela atenção.