sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BATTISTI CORRE RISCO NA ITÁLIA, DIZ JORNAL "BRASIL DE FATO"

Se solto, “sequestrável”

Governo italiano já tentou sequestrar Cesare Battisti

19/01/2011

Eduardo Sales de Lima

da Redação

Em carta pública enviada ao ministro da Justiça José Eduardo Martins Cardozo, o senador Eduardo Suplicy afirma que a hipótese de um eventual sequestro de Cesare Battisti por parte do governo italiano não deve ser descartada, possibilidade aventada até mesmo em artigos de jornais italianos, como o “L'Occidentale”.

Para Carlos Lungarzo, professor aposentado da Unicamp e integrante da Anistia Internacional dos Estados Unidos, isso não é novidade. Segundo ele, a possibilidade de tentativa de sequestro de Battisti por parte do serviço secreto italiano é concreta. O grupo terrorista DSSA (Dipartimento Studi Strategici Antiterrorismo), formado por policiais aposentados liderados pelo mercenário Gaetano Saya já tentou sequestrá-lo entre 2004 e 2006, com outros dois refugiados – Alessio Casimirri e Alvaro Loiacono.

“Na época, o SISMI [Servizio per le Informazioni e la Sicurezza Militare], como se chamava nessa época, pagou uma certa quantia ao grupo paramilitar DSSA. O fato não vingou por problemas entre eles, possivelmente briga por mais dinheiro [algo em torno de 2 milhões de euros]”, conta.

Como revela Lungarzo, o DSSA era capitaneado pelo neofascista Gaetano Saya (genovês, ex-delegado, de 59 anos). Em 2004, um promotor de Gênova pediu o indiciamento de Saya por intensa propaganda racista e mensagens de ódio, publicados em seu site, nos quais instava aos italianos “de verdade” a acabar com os imigrantes. O promotor conseguiu prendê-lo em 2005, sob a acusação de que o DSSA era uma organização dedicada ao sequestro e assassinato político, e atuava como aparato paramilitar.

Segundo o membro da Anistia Internacional, nos últimos dois anos não se ouviu falar do DSSA, mas os observadores acreditam que o grupo atua sob outra sigla, acompanhando as mudanças nos serviços secretos italianos, fato frequente quando são descobertos escândalos, sejam econômicos, sejam aqueles relacionados com assassinatos e sequestros de inimigos.

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