domingo, 16 de janeiro de 2011

ÚLTIMAS(?) BOBAGENS DE LE PEN

No congresso do seu partido, Frente Nacional, que se encerrou ontem em Tour, França, o líder da extrema-direita Jean Marie Le Pen, de 83 anos, despediu-se da vida política num discurso bem ao seu estilo: racista e aterrorizante para seu eleitorado. Sua filha, Marine, assume agora a liderança do partido fascista e deve ser candidata a presidente da República em 2012.
O velho começou criticando a dupla nacionalidade de que gozam milhares de cidadãos: "Sempre que há um delinqüente, é franco-algo: francoperuano, francoargelino..."
Atribuiu a queda do nível da Educação francesa a "esses meninos saídos dessa imigração cada vêz maior, cujos pais não falam francês e que repercutem pesadamente na qualidade do ensino". Falou com saudade da França de quarenta anos atrás, que segundo ele era segura, justa, quitativa e próspera, entre outros adjetivos, e lamentou que hoje o país seja dirigido por uma elite que se reproduz no poder e que trata os delinqüentes mais como vítimas do que como culpado.
Claro, denunciou a "corrupção generalizada", e disse que a França é hoje um "criado dos Estados Unidos, um império já em decadência". Acusou a imprensa de tirar de contexto muitas de suas frases. Acuou a classe política pelo que considera "as horas mais sombrias de nossa História". E, logicamente, fez vários ataques ao islã, palavra que provocava vaias na platéia.
"A Frente Nacional é a única força subversiva que pode servir para tirar a França disso em que ela se converteu: uma república babaneira! Preparai-vos para a batalha decisiva das eleições de 2012!"

NA EUROPA
Marine Le Pen começa a aparecer bem nas pesquisas - seu pai foi ao segundo turno em 2002. Em outros países da Europa a direita também vem avançando na participação nos parlamentos e em alguns governos, sempre com um discurso anti-imigração e agressivamente anti-Islã, que confunde os migrantes de países muçulmanos com suspeitos ou simpatizantes de terrorismo.
Aqui na Holanda a direita é liderada por Geert Wilders, de 47 anos, do Partido pela Liberdade (PVV). Ele propôs um imposto sobre o véu islâmico, e até a proibição do Alcorão, que ele compara com o livro "Mein Kampf" (Minha Luta), de Adolf Hitler!
Naa eleições de 6 de junho passado seu partido obteve 24 cadeiras no Parlamento de 150, foi a terceira força eleitoral, e agora participa do governo do primeiro-ministro liberal Mark Rutte.
Na Suiça, a "União Democrática de Centro" é o maior partido desde 2003. Venceu duas iniciativas populares importantes: a proibição da construção de minaretes, em 2009, e a deportação automática de estrangeiros que cometam algum crime, em 2010.
Na Suécia, os "Democratas da Suécia"(SD) entraram para o Parlamento com 5,7% dos votos; são herdeiros de uma agremiação neonazista e combatem a imigração e a islamização. Na Dinamarca o Partido do Povo Dinamarquês é a terceira força, com 14,6% dos votos e também participa do governo liberal-conservador.
Mas o partido mais extremista da direita europeu é o Jobbik (Movimento por uma Hungria melhor", que em abril último conseguiu 16,71% dos votos. Tem um discurso muito agressivo contra os ciganos e os imigrantes em geral, é homofóbico e, ao contrário de outros partidos de direita, apóia os árabes contra Israel (seus membros às vezes usam lenços palestinos).
Grupos mais radicais fora dos partidos sentem-se estimulados por eles, e atos de violência, pixações e panfletagens neonazistas ocrrem em todos os países da Europa. A crise econômica, o desemprego elevado, e a falta de perspectivas para muitos jovens formam o campo de atração desses partidos e grupos.

Um comentário:

  1. Caro Antonio Barbosa, boa noite.

    Se o El País resolveu tomar como fonte o JN, só temos a lamentar.

    Esperemos que o Juan Árias reestabeleça a verdade dos fatos.

    Gostaria, inclusive, e se for possível, que post em seu blog a retificação, caso ela ocorra. Como eu não terei tempo para pesquisar, amanhã, poderia me enviar a possível retificação para diafonsoport@yahoo.com.br?

    Grande abraço, cumpadi!

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