A mídia brasileira faz alarde de que na Itália há protestos contra a decisão do ex-presidente Lula de dar asilo ao ex-militante de extrema-esquerda Cesare Batistti. Mas a mesma imprensa não diz que também há muitas manifestações, na Itália e em toda a Europa, a favor da decisão soberana do governo brasileiro.
Tenho em mãos o Corriere della Sera do dia 6, e na pág. 22 leio que o jornalista italiano Bruno Berardi continua afirmando que um amigo brasileiro (também jornalista; quem será?) lhe contou ter ouvido a primeira-dama da França, Carla Bruni, pedir a Lula que não extraditasse Batistti, em cuja inocência ela confiava plenamente. Isso teria ocorrido durante a visita do casal Sarkozy ao Brasil, e foi publicado por Beradi no começo de 2008. Carla Bruni desmentiu o fato, convidou o jornalista para uma conversa em Paris, mas ele saiu repetindo a mesma história - sem jamais revelar quem seria o tal jornalista brasileiro que teria testemunhado a conversa entre Madame Bruni e Lula da Silva.
Cabe perguntar: o governo desmoralizado de Berlusconi, afundando sob denúncias de orgias com prostitutas, compra de votos no Parlamento e corrupção generalizada, vai retaliar a França? Se a primeira-dama francesa influenciou sobre Lula, seria o caso de a Itália cobrar explicações da potência nuclear e política européia. Ou a Itália só fala grosso com o Brasil?
Como vimos em outro post e nos vídeos que estão no You Tube, os que protestaram em frente à Embaixada brasileira em Roma, na belíssima Piazza Navona (que visitei em meados deste ano), eram bandos fascistas, pessoal da extrema-deiraita mais radical.
Ora, nem quero saber se o Batistti foi ou não culpado de crimes na Itália nos anos 70. Só por saber que os que "exigem" sua extradição são os elementos mais corruptos e atrasados da Itália, já me basta para apoiar totalmente a decisão de Lula, coberta de fundamentação jurídica, e soberana. O Brasil é amigo da Itália, não seu quintal!
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