domingo, 9 de janeiro de 2011

UNIÃO EUROPÉIA: CASO BATISTTI É BILATERAL


O porta-voz da União Européia, Michael Mann, declarou ontem em Bruxelas que o "caso Batistti" - o interesse da Itália em extraditar o ex-guerrilheiro Cesare Batistti, e a negação da extredição no último dia do governo Lula da Silva - "é um assunto bilateral" entre os dois países. O primeiro-ministro Silvio Berlusconi vem tentando mobilizar os parceiros europeus contra o Brasil, que teria ofendido um dos membros da UE com a decisão presidencial.
Também ontem, durante solenidade política, o presidente da Itália, Giorgio Napolitano, lamentou que a Itália não tenha conseguido transmitir a países amigos (como o Brasil e a França) o significado da luta contra o terrorismo nas décadas de 70 e 80. "Faltou alguma coisa na nossa política e na nossa cultura, faltou transmitirmos às novas gerações o que aconteceu de verdade naqueles anos tormentosos".
O primeiro-ministro Silvio Berlusconi, por sua vêz, informou que na terceira semana de janeiro irá a Bruxelas com o filho de uma das alegadas vítimas de Cesare Batistti. Ali, na sede da União Européia, Berlusconi pretende convocar uma entrevista coletiva à imprensa para explicar o caso, e preparar caminho para um possível recurso à Corte Internacional de Haia, na Holanda. A instituição das Nações Unidas seria acionada caso o Supremo TribunalFederal brasileiro se manifeste pela legalidade e correção da medida adotada por Luis Inácio Lula da Silva.
O STF deve discutir o assunto apenas em fevereiro, e até lá Batistti continua preso em Brasília, embora vários juristas aleguem que ele deveria ter sido libertado tão logo o presidente da República anunciou que o Brasil não o devolverá à Itália. Por não ter cometido nenhum crime no Brasil, Batistti não poderia estar preso depois de sua extredição ter sido negada pelo Poder competente, o Executivo brasileiro.
(na foto, página do Corriere della Sera, deste domingo - 09.01.2010, sobre o caso Batistti)

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