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quarta-feira, 7 de outubro de 2015

É HORA DO BRASIL DEVOLVER DOCUMENTOS HISTÓRICOS DO PARAGUAI


Alguns dirão que o assunto está superado, mas eu ouso discordar, em nome da integração e amizade que deve predominar em todas as Américas. O Brasil pode e deveria devolver ao Paraguai os documentos que nossas tropas roubaram na dramática guerra de 1864-70.
Os paraguaios lamentam até hoje que alguns dos papéis históricos daquele país encontrem-se em mueseus e arquivos brasileiros. De alguns, eles têm as cópias, já concedidas pelo Estado brasileiro. Mas é um direito dos nosso irmãos paraguaios terem os originais, que incluem comunicações internas do Exército brasileiro e, principalmente, das tropas guaranis. Nada que interesse ao Brasil, mais de cem anos depois. Nós podemos perfeitamente mantermos cópias para acesso de historiadores, e devolvermos os originais a um país que tem tido excelentes relações conosco por mais de um século.
Um gesto como este, tão simples, seria altamente positivo para demonstrar nossa amizade com o bravo povo do Paraguai, e estaria plenamente afinado com a tradição generosa do Itamaraty e do Exército de Caxias. Lembremo-nos que Caxias era implacável com o inimigo, mas coibia energicamente qualquer desrespeito ao inimigo dominado. Caxias nunca admitiu a tortura, como, lamentavelmente, fizeram alguns de seus sucessores.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

KIRSCHNER CHAMA DE IDIOTA QUEM QUER VOLTAR A 2003

Cristina Kirchner: ‘Lembremos o que éramos em 2003 para não sermos idiotas’

Ao lado de Lula, durante inauguração de hospital em Buenos Aires, presidenta da Argentina cita avanços sociais na América do Sul e alerta sobre esforço do conservadorismo por retorno ao neoliberalismo
por Redação da RBA publicado 09/09/2015
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RICARDO STUCKERT/INSTITUTO LULA
Lula
Governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, aponta placa de hospital que homenageia ex-presidente Lula
São Paulo – A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, criticou hoje (9), ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva, os especuladores que culpam países em desenvolvimento pela extensão crise econômica mundial. A declaração foi feita em Buenos Aires, durante a inauguração de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no distrito de José C. Paz, província de Buenos Aires. O hospital leva o nome do ex-presidente brasileiro.
Ontem (8), em sua conta no Twitter, a presidenta argentina havia criticado a transferência da responsabilidade da crise econômica para os países em desenvolvimento. “O mundo foi arrastado para a crise de 2008, pela especulação financeira, e nunca se recuperou. O que têm a ver os Brics? Fora o papel de vítimas, não lhes cabe nenhuma outra qualificação”, disse a presidenta.
Em sua fala de hoje, Cristina ressaltou a importância da integração latino-americana e afirmou que enquanto as nações ricas são “praças de especulação financeira”, países como Brasil e Argentina são economias que buscam se consolidar como “praças de produção”. Apesar disso, advertiu que “se observa em toda região, em toda América do Sul, um intento de voltar às políticas neoliberais” que levaram “ao fracasso, à fome e ao desemprego.”
“Peço a cada argentino que, com sua história, sua identidade, suas ideias, pense um instante no que era 2003, não para olhar para o passado como um fiscal, mas para não sermos idiotas, não nos equivocarmos e para que não voltemos a cometer os mesmos erros”, disse. Ela pediu que Lula seja um embaixador ante os países membros do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para que a Argentina possa se somar ao bloco.
Cristina também criticou a postura dos países europeus que fecham as fronteiras para os refugiados de países em guerra. “Somos um país de imigrantes e não quero que nos pareçamos com os que deixam pessoas morrerem em barcos, quero ser como nós somos: solidários, trabalhadores, porque aí está o futuro.”
Assista a vídeos com falas de Lula e de Cristina Kirchner

Heroína

Em seu discurso, Lula comparou as dificuldades enfrentadas por Cristina Kirchner e afirmou que a colega terminará o mandato como uma heroína.
"Espero, Cristina, que o projeto que começou a construir em 2003 (o ex-presidente argentino) Néstor Kirchner e que você continuou, possa ser concluído e continuado, por meio da eleição de outro candidato que leve a frente esse projeto que mudou a história da Argentina”, disse Lula. “Foi junto com Kirchner, com Cristina, com (Hugo) Chávez (ex-presidente da Venezuela), com Evo Morales (presidente da Bolívia), com (Rafael) Correa (presidente do Equador) que nós enterramos a Alca (Área de livre comércio das Américas) aqui em Mar del Plata e fortalecemos o Mercosul.”
O ex-presidente agradeceu a homenagem e lembrou que os modelos de UPA surgiram no Rio de Janeiro e se estenderam por todo o Brasil nos últimos 12 anos. "Fizemos 444 unidades e vamos chegar a 918", disse. "É uma maneira de evitar que as populações mais pobres tenha de se deslocar a hospitais distantes para recorrer a atendimento. A UPA fazem com que 95% das pessoas prescindam de hospital", afirmou Lula.
"Em dois temas a Argentina e o Brasil ainda não chegaram em um acordo: se Maradona é melhor que Pelé e se Messi é melhor que Neymar”, brincou Lula, arrancando risos do auditório. “No futebol nós ainda temos divergências, mas no comércio e nas relações políticas eu tenho orgulho de dizer que Brasil e Argentina construíram a mais importante relação entre os dois países e se os dois continuarem unidos, a América Latina estará unida.”
O governador de Buenos Aires, Daniel Scioli, candidato a presidente apoiado por Cristina Kirchner e líder nas pesquisas para as eleições de outubro, agradeceu a Lula pela experiência das UPA: "Trouxemos essa experiência do Brasil, que enfrentou o mesmo problema de ter ser seu principais hospitais instalados longe das periferias".
Com informações da Agência Télam
http://www.redebrasilatual.com.br/mundo/2015/09/ao-lado-de-lula-cristina-kirchner-critica-quem-culpa-paises-emergentes-por-crise-7009.html

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

DEMOCRATIZOU A MÍDIA E VENCE AS ELEIÇÕES: CRISTINA KIRSCHNER



APESAR DA CRISE

Cristina está próxima de vencer eleições presidenciais e em Buenos Aires

Presidenta se garantiu também ao designar a Luiz Zanini para a vice-presidência, e está próxima de eleger o segundo cargo político do país, o governador de Buenos Aires, com Anibal Fernandes
por Emir Sader
JOSÉ CRUZ/AGÊNCIA BRASIL
Cristina Kirchner
Panorama politico argentino parece se definir para o primeiro turno do dia 25 de outubro
Durante os governos kirchneristas foram instituídas as prévias por bloco de partidos, realizadas em agosto do ano das eleições presidenciais, para definir que candidato tem maioria no bloco. Foram realizadas neste domingo (9) as prévias, que serviram mais para medir forças entre os três principais candidatos do que para decidir qual seria ele – tema praticamente decidido antes das prévias. O voto é obrigatório também nessas prévias, o que permite medir a relação de forcas entre os principais candidatos presidenciais.
Foi de fato o que ocorreu. No bloco kirchnerista, Cristina já havia conseguido que os outros pré-candidatos desistissem – numa impressionante demonstração de autoridade política da parte dela –, deixando apenas o governador da província de Buenos Aires – Daniel Scioli – na campanha. Embora não fosse o candidato preferido dela, foi quem sempre melhor se situou nas pesquisas, acabando por se impor nas hostes governamentais.
Entre os dois principais candidatos opositores, o moderado Sergio Massa perdeu força, deixando para o ex-prefeito de Buenos Aires Mauricio Macri o posto de principal desafiante do candidato do governo. As prévias confirmaram o favoritismo de Scioli, com 38,5% dos votos, próximo dos 40% necessários para triunfar no primeiro turno e da distância de 10% do segundo colocado. Matematicamente lhe faltaria 1,5%, dado que o bloco de apoio a Macri ficou com 30% e o de Massa, com 2%.
Scioli conta a seu favor com o apoio de mais de 50% dos argentinos que tem Cristina no final do seu mandato, com a economia em recuperação, depois de dois anos de recessão e com o dinamismo militante de La Campora, agrupação de jovens peronistas que tomou seu nome do fiel aliado de Peron – Hector Campora – e que congrega grande parte da militância jovem que o kirchnerismo recuperou. O próprio filho da Cristina, Massimo, eleitor deputado com grande votação pela província original da família, Santa Cruz, é o máximo dirigente do grupo, que deve eleger cerca de 30 parlamentares, além de muitos prefeitos.
O ginásio Luna Park lotado no domingo à noite, em apoio a Scioli, contrastava com a frieza dos espaços alugados pelos outros dos principais candidatos opositores, que acusaram os maus resultados. Macri já havia conseguido eleger seu sucessor na prefeitura da capital, duas semanas antes, no segundo turno, com uma vantagem de apenas 3%. O que levou, nessa mesma noite, a uma tentativa de mudança do seu perfil radical de direita, ao anunciar que, caso ganhasse, manteria a estatização das Aerolineas Argentinas e da YPF, a empresa petrolífera argentina, ambas recuperadas pelo governo, diante das duras críticas do próprio Macri. Esse também anunciou que manteria os programas sociais do governo, a começar pela Assignação Universal às Crianças, o principal dele.
Não bastou para que Macri contivesse a sua queda de popularidade. Massa, por sua vez, que havia saído do governo e tinha chegado a liderar as pesquisas, com seu perfil moderado, foi se esvaziando, com alguns dos seus aliados voltando ao kirchnerismo. A aliança entre Macri e Massa é bastante improvável, porque Massa perderia muitos adeptos, caso renunciasse. Pelo perfil distinto dos que o apoiam.
Assim, depois de um período relativamente indefinido, o panorama político argentino parece se definir para o primeiro turno do dia 25 de outubro. Cristina se garantiu também ao designar a Luiz Zanini, fiel aliado, para a vice-presidência, e está próxima de eleger o segundo cargo político do país, o governador da província de Buenos Aires, com Anibal Fernandes, igualmente fiel ministro do governo.
http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/blog-na-rede/2015/08/cristina-esta-proxima-de-vencer-nas-presidenciais-e-em-buenos-aires-3012.html

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

OPOSIÇÕES QUEREM SUBMETER O BRASIL AOS ESTADOS UNIDOS. DE NOVO...

Aécio e Marina, um mesmo projeto de política externa



Por Joana Saragoça
Por tudo o que se acompanhou até agora, pelo que falaram ou incluíram em seus planos de governo, os candidatos ao Planalto pela coligação PSDB-DEM, Aécio Neves, e pela coalizão liderada pelo PSB. Marina Silva têm um mesmo projeto de política externa: revogar a imprimida à nossa diplomacia nos 12 anos de governo do PT e atrelar o Brasil a uma completa submissão aos Estados Unidos e a outras potências tradicionais.
Marina e Aécio representam a descontinuidade do projeto de política externa ativa e altiva seguida pelo país desde o primeiro ano de governo Lula. Eles acenam com a volta da submissão e vinculação do Brasil às potências tradicionais – Estados Unidos e alguns países da Europa – e justificam o recuo com o medo de uma fuga de capitais, o que não ocorre, como já vimos pela experiência de 12 anos de governos do PT com política externa independente.
Pelo que afirmou até agora, Aécio concebe sua política externa caso chegue ao governo com um Brasil isolado do mundo, sem parceiros e desvencilhado de temas globais importantes. Na concepção dele e de seus companheiros tucanos a única forma de atuação do Brasil no sistema internacional é a aproximação com os Estados Unidos e velhas potências europeias e a aceitação das injunções impostas por estes países. A percepção de politica externa do tucano é baseada no olhar estadunidense para o Brasil – podemos até usar o termo no idioma do tio Sam perception, ou para ser mais exatos misperception.
A desculpa do risco de fuga de capitais
Para falar francamente, a leitura do plano de governo do PSDB no capítulo de política externa passa a impressão de que eles não estiveram no Brasil nos últimos anos. Dizem que é necessário incluir o país em temas globais como mudança climática e sustentabilidade. Esqueceram que o país sediou, em 2012, a Conferência Rio+20 das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável?
Afirmam, ainda, que o Brasil precisa ter ação diplomática de maior amplitude na questão dos direitos humanos, mas esquecem que no ano passado o  ex-ministro Paulo Vannuchi foi eleito membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA); que o brasileiro José Graziano, formulador do programa Fome Zero, é hoje diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO); e que o embaixador de carreira brasileiro, Roberto Azevedo foi eleito ano passado diretor-geral da Organização Mundial de comércio (OMC). Pode-se até dar um desconto no protagonismo desempenhado pelo Graziano – afinal, talvez os tucanos não entendam o combate a fome como uma questão de direitos humanos.
Os tucanos prometem, também, construir nova política de comércio exterior para promover a crescente integração do Brasil no comércio internacional. Não viram que nos últimos 12 anos o Brasil diversificou seus parceiros comercias – ou apenas consideram o comércio com as potências tradicionais. Tudo indica que também não leram a notícia de que Roberto Azevêdo é o novo diretor-geral da OMC.

Com Aécio ou Marina, o Brasil corre risco de retroceder
Em entrevistas, Aécio se declara contra as atuais prioridades do Itamaraty. “Devem merecer atenção especial a Ásia, em função de seu peso crescente, os Estados Unidos e outros países desenvolvidos, ao mesmo tempo em que deverá ser ampliada e diversificada a relação com os países em desenvolvimento”, propõe o programa de política externa do PSDB. Vale lembrar que a atenção especial à a Ásia já foi dada pelo governo petista nas prioridades conferidas à China. Este país se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, deixando os Estados Unidos em segundo plano.
A reaproximação com os Estados Unidos representaria a perda de todos os esforços que o governo Lula fez para aproximar o Brasil dos países que mais crescem no mundo e de iniciar a inserção do país como potência nesse cenário. A consolidação de dois novos blocos no contexto da política externa, o IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) e o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a fundação do banco de desenvolvimento e do fundo de reservas dos BRICS significa para o Brasil maior espaço no cenário internacional e maior poder de barganha nas negociações neste âmbito.
Caso Aécio ganhe, tudo isso pode ser colocado em risco. O candidato tucano propõe, ainda, um redirecionamento das políticas de integração regional. Em relação ao MERCOSUL ele ostensivamente o desvaloriza e propõe que o Brasil priorize suas negociações com países fora do bloco para “não se curvar” aos vizinhos. Numa palestra em Porto Alegre com a militância tucana, ele Já chegou até a propor a extinção do MERCOSUL. Quer, simplesmente, que nos curvemos aos Estados Unidos e à União Europeia.

Tucano até já defendeu a extinção do MERCOSUL
Temos que refletir, também, com atenção para a ideia que o senador tantas vezes defendeu de aproximar o Brasil dos países da Ásia e do Pacifico. A ideia de um aprofundamento nas relações com os países do Pacifico nos remete a uma reedição do que foi o projeto da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA).
É claro que o Brasil, à primeira vista, tem estrutura para firmar uma aliança com os países do Pacifico e esta opção pode ser até discutida entre estes países. Mas o que o candidato parece ter esquecido é que os países membros da Aliança do Pacifico – Chile, Colômbia, Costa Rica, México e Peru – possuem tratados de livre comércio com os EUA e uma integração com este país pode ser devastadora para a produção nacional.
Não foi à toa que o presidente Lula enterrou em 2005 a possibilidade da criação da ALCA, projeto muito discutido durante o segundo mandato de FHC e que tinha a simpatia de seu governo. Lula não só sepultou a ALCA, como passou a focar esforços diplomáticos para criar a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), que congrega os países das Américas sem os subjugar a maior potência do continente.
http://www.zedirceu.com.br/aecio-e-marina-um-mesmo-projeto-de-politica-externa/

domingo, 20 de julho de 2014

DILMA ADVERTE CONTRA O PESSIMISMO ELEITOREIRO

quarta-feira, 11 de junho de 2014

LULA RESSALTA IMPORTÂNCIA DOS EMPRESÁRIOS, EM ENCONTRO AL-CARIBE

“Nesses 11 anos aprendi que a gente pode fazer 

muito mais e pode fazer pelo mundo inteiro”

Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou do encerramento do Fórum Empresarial: América Latina e Caribe Global 2014 na tarde desta terça-feira (10), em São Paulo. Ele reforçou a ideia de crescimento econômico acompanhado de inclusão social e destacou o papel dos empresários nesse processo. “Quando a gente é governo sabe fazer todo discurso que você pode imaginar, (…) mas se a gente não envolver os empresários nessa história, as coisas não acontecem”.
Segundo ele a integração é um tema muito fácil de falar, sobretudo para um político latino-americano, no entanto, a dificuldade está em colocá-la em prática. Entre outros exemplos, ele citou a unificação da América Latina – mais evidente na última década – e o fortalecimento do Mercosul. “No começo de 2003 tínhamos um fluxo de balança de comércio de 10 bilhões de dólares. Pois bem, nós hoje temos um fluxo de 49 bilhões de dólares”. E completou: “Se nós levássemos em conta nosso potencial de integração, (…) e o Brasil não deve se comportar como adversário de qualquer país da América do Sul,  o Brasil deve se comportar como mercado para qualquer país da América do Sul, esse país faria em dez anos o que não foi feito em 50”.
Lula avaliou que se deve pensar mais politicamente e menos economicamente. “Nesses 11 anos aprendi que a gente pode fazer muito mais e pode fazer pelo mundo inteiro”. E a recuperação brasileira diante da crise de 2008 prova que o país soube se reestruturar mais forte e rapidamente que a União Europeia. “Depois da crise de 2008 nós mostramos que estamos mais preparados para enfrentar a crise que eles”.
A estabilidade conquistada pela Bolívia nos últimos oito anos também ganhou destaque na fala do ex-presidente. “[A política adotada fez com que] em apenas oito anos tivessem uma reserva de divisas naturais que é metade do PIB da Bolívia”.
Em tom descontraído, Lula destacou a oportunidade que se apresenta ao Brasil com a realização da Copa do Mundo que terá início na próxima quinta, dia 12. “De 18 copas, essa parte do mundo, pequena, chamada América Latina, sobretudo a América do Sul, tem nove. Todas do Mercosul (risos). (…) Argentinos, por favor, não se metam em levar a Copa do Brasil”.
http://www.institutolula.org/nesses-11-anos-aprendi-que-a-gente-pode-fazer-muito-mais-e-pode-fazer-pelo-mundo-inteiro/#.U5hfKHJdVOI

segunda-feira, 9 de junho de 2014

NO BRASIL, BRICS CRIARÃO SEU PRÓPRIO FUNDO MONETÁRIO. SOBERANIA É ISSO.

Cúpula do Brics se reunirá em Fortaleza; encerramento será em Brasília


A 6ª Cúpula do Brics - grupo formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul - reunirá os chefes de Estado dos cinco países-membros do bloco em Fortaleza, no Centro de Eventos do Ceará, no dia 15 de julho, e terá seu encerramento em Brasília, no Palácio Itamaraty, no dia 16, com a presença de presidentes das nações da América do Sul.


Na capital federal, os líderes sul-americanos serão convidados a apresentar sua perspectiva sobre o tema da cúpula: Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis. O convite aos líderes regionais, novidade para essa cúpula, faz parte da estratégia do Brics de aproximação com países não membros, priorizando nações em desenvolvimento.

Segundo o professor de economia política internacional da Universidade de Brasília, Roberto Goulart Menezes, a novidade representa uma vitória da diplomacia brasileira e uma grande contribuição dos demais países do Brics, reforçando o papel do Brasil como liderança regional.

“É o Brasil dizendo: estou indo ao grupo [Brics], mas não estou esquecendo a região”.

O Brasil é o único país do bloco até agora a sediar o encontro dos chefes de Estado do Brics pela segunda vez e deve ser palco de duas importantes decisões. A expectativa dos governos do grupo é que até 15 de julho esteja tudo acertado para as assinaturas do Tratado Constitutivo do Arranjo Contingente de Reservas, que instituirá um fundo no valor de US$ 100 bilhões para auxiliar os membros que, no futuro, estejam em situação delicada no balanço de pagamentos e do acordo para a criação do banco de desenvolvimento Brics.

O fundo de reservas internacionais contará com US$ 41 bilhões da China, US$ 18 bilhões do Brasil, da Rússia e da Índia, e US$ 5 bilhões da África do Sul. Já o banco, com orçamento de US$ 100 bilhões, terá aportes fiscais igualitários entre os países-membros. A previsão é que a instituição leve cerca de dois anos para entrar em funcionamento porque precisará ser aprovada pelos parlamentos dos cinco países, definir suas regras internas e receber o aporte inicial, que deverá ser US$ 50 bilhões, sendo US$ 10 bilhões em dinheiro e US$ 40 bilhões em garantias.

Em discussão há dois anos dentro do Brics, o banco pretende atender a demandas não contempladas totalmente pelas grandes instituições financeiras globais, como o financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento. Os últimos detalhes dos dois acordos devem ser acertados no fim deste mês, em Melbourne, na Austrália, em reunião paralela ao encontro de representantes de finanças e dos bancos centrais do G20, e, se necessário, no dia 14 de julho, em Fortaleza, na reunião pré-cúpula entre ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais dos países do Brics.

Menezes explica que o principal objetivo da criação do Brics foi discutir e pressionar a reforma das instituições financeiros multilaterais. Com a criação de banco e fundo próprios, segundo ele, o grupo se apresenta como mais uma fonte para investimentos, que futuramente devem alcançar países periféricos, e mostra força para pressionar a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI), determinando um grau de autonomia e um “colchão” financeiro aos países-membros enquanto a reforma não ocorre.

Em sua sexta cúpula, os líderes terão reunião fechada, e, em seguida, durante seus discursos públicos na capital cearense, deverão destacar o papel do bloco na inclusão de pessoas no mercado de consumo, seja pelo crescimento econômico ou por meio de políticas públicas, e reforçar o compromisso com o desenvolvimento sustentável. O tema Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis está relacionado à contribuição dos países do Brics na redução da pobreza e no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), não apenas em seus territórios. A expectativa dos organizadores é que cerca de 3 mil pessoas estejam envolvidas na reunião de líderes em Fortaleza, sendo a metade jornalistas, cerca de 800 empresários e o restante membros das delegações dos cinco países.

Além das reuniões da Cúpula do Brics, alguns presidentes devem ter encontros bilaterais com a presidenta Dilma Rousseff. Vladimir Putin, da Rússia, já confirmou presença na final da Copa do Mundo, dia 13 de julho. Jacob Zuma, da África do Sul, sede da última Copa, também deve estar presente.

Agência Brasil

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=243739#.U5W3AQ6l5VE.facebook

quarta-feira, 21 de maio de 2014

INTEGRAÇÃO LATINO-AMERICANA PASSA PELA COMUNICAÇÃO

A integração também é necessária nos meios latino-americanos

Escrito por: Redação
Fonte: Prensa Latina
Os meios podem contribuir cada vez mais com a integração que se gesta hoje na América Latina, lembraram diretores de emissoras de rádio e televisão públicas de 12 países que se reuniram em Mar del Plata, Argentina.
A diretora de Relações Internacionais do Instituto Cubano de Rádio e Televisão (ICRT), Katiuska de Homem Cabrera, disse para a Prensa Latina que essa foi a tese que prevaleceu no Encontro de Meios Públicos da América Latina.
Esse evento se desenvolveu no marco do evento Mercado de Indústrias Culturais do Sul, MICSUR 2014, que foi inaugurado na quinta-feira passada pela nova ministra da Argentina, a compositora Teresa Parodi.
Os participantes se comprometeram a trabalhar em um plano dirigido a integrar 32 meios públicos dos 12 países que intervieram no fórum realizado na quinta-feira e sexta-feira, assinalou Katiuska, que viajou nesta madrugada para Havana.
"Assinamos uma Declaração Final, que tem a proposta de impulsionar e fortalecer todas as iniciativas que atualmente se encontram em desenvolvimento no processo de integração regional", apontou Katiuska.
No encontro estiveram presentes os responsáveis pelas rádios e televisoras públicas da Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Chile, Cuba, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
O documento do encontro contempla, entre outros compromissos, promover a comunicação conjunta dos meios públicos da região na luta contra a manipulação da informação.
Também chama a impulsionar a construção de um modelo próprio de comunicação pública para a América Latina que atue pela paz e em defesa da humanidade e dos projetos populares e nacionais.
Na inauguração do evento, a ministra Parodi disse que "o papel dos meios é hoje definidor na construção de um país e cada vez mais essencial sua contribuição à integração regional".
"Os meios fazem possível a visibilidade de toda a diversidade que existe e que tem sido relegada pelo modelo imperante e pela globalização", opinou a recente titular e destacou que "aprendemos a construir nossos próprios espaços alternativos nos quais debatemos e pensamos nosso países".
http://fndc.org.br/clipping/a-integracao-tambem-e-necessaria-nos-meios-latino-americanos-936699/

quinta-feira, 3 de abril de 2014

URUGUAI É MODELO NO TRATO DE IMIGRANTES

ONU define a Uruguay como “Estado modelo” por otorgar en 48 horas documentos de residencia a extranjeros

La Organización de Naciones Unidas (ONU) calificó a Uruguay como “Estado modelo” en el mundo debido a la existencia del programa “Respuesta Rápida”, por el cual se otorga en menos de 48 horas los documentos de residencia legal a los extranjeros.

Uruguay presentó en las últimas horas ante el Comité de Protección de los Derechos de los Trabajadores Migratorios y sus Familiares de Naciones Unidas, su informe sobre políticas migratorias.
El informe de Uruguay también incluyó las características del “programa de retorno de uruguayos”, y las “facilidades que se les otorgan”, así como los “mecanismos que  atienden los aspectos legales, sociales y laborales”.
La delegación uruguaya estuvo integrada por el director general de Asuntos Políticos de la Cancillería, González Arenas, la representante permanente de Uruguay en Ginebra, embajadora Laura Dupuy, la directora general de Asuntos Consulares y Vinculación, Lourdes Boné, y el director nacional de Migraciones, Carlos del Puerto, entre otros jerarcas de Cancillería.
En ese marco, González Arenas se refirió a la aprobación del programa de “Respuesta Rápida”que permite a los inmigrantes obtener, en menos de 48 horas, el documento de identidad para permanecer legalmente en el país.
Desde el Comité de Protección de los Derechos de los Trabajadores Migratorios se subrayó dicha iniciativa como un “mecanismo sin precedentes en el país y en América Latina”.
También se resaltó el enfoque de derechos en base a la Ley 18.250 y consideraron al país como “un modelo que debe inspirar las legislaciones de otros estados”.
El Comité también destacó como “un ejemplo avanzado para la región e, incluso a nivel mundial” la Ley 18.065 sobre el trabajo doméstico.
Asimismo, el fortalecimiento de la institucionalidad que atiende a los extranjeros que llegan a Uruguay en busca de residencia fue otro aspecto que se resaltó de la legislación uruguaya, y la creación de la Junta Nacional de Migración.
Naciones Unidas también subrayó la importancia de la normativa por la cual se extiende la nacionalidad a los nietos de uruguayos nacidos en el exterior, y la reducción del “avecinamiento” a un acto administrativo, así como la publicación de las “Guías de Acompañamiento” para el retorno de uruguayos emigrados.
También se destacó el funcionamiento de los “Consejos Consultivos”, conformados por emigrantes uruguayos en el marco del Departamento 20, y la inclusión del “Espacio Migrante”, del Ministerio de Desarrollo Social.
Por otro lado, generó la atención de ONU el proyecto de Ley sobre el acceso a la residencia permanente para familiares extranjeros de ciudadanos uruguayos y nacionales del MERCOSUR y países asociados.
http://www.lr21.com.uy/politica/1167047-onu-define-uruguay-estado-modelo-documentos-de-residencia

segunda-feira, 10 de março de 2014

SÓ DESONESTOS OU DESINFORMADOS CRITICAM A VENEZUELA

EDU: A PROVA DE QUE
NÃO HÁ CENSURA NA VENEZUELA

Há uma enormidade de jornais impressos e de televisões privadas que fazem oposição ferrenha ao governo de Maduro, assim como faziam ao do falecido Hugo Chávez.

Conversa Afiada reproduz artigo de Eduardo Guimarães, extraído do Blog da Cidadania:

A PROVA DE QUE NÃO HÁ CENSURA NA VENEZUELA



Horas antes de começar a escrever este texto-denúncia uma pessoa que me segue no Twitter questionou mensagem que postei naquela rede social dizendo que a maioria dos venezuelanos não tem liberdade de expressão no Brasil devido ao fato de que, por aqui, grandes redes de televisão, grandes jornais, grandes rádios ou mesmo grandes portais de internet literalmente censuram tudo que contradiga a versão da oposição ao governo da Venezuela.

“Mas como saber a versão da maioria dos venezuelanos? Eles não têm liberdade de imprensa lá”, disse-me o seguidor no Twitter.

Se quiser saber se isso é ou não verdade, sugiro que leia este texto até o fim. Em sua última parte, provo, de uma vez por todas, que não há censura alguma na Venezuela. Pelo contrário, a imprensa de lá pode mentir livremente. E sem consequência alguma.

Contudo, chega a ser surreal. Estamos em plena era da comunicação interplanetária instantânea através da internet. Em qualquer parte do planeta, basta ter acesso a um mísero celular com conexão com a internet – o que, hoje, é mais comum do que ter um forno de micro-ondas – para que se possa verificar o que se passa em qualquer parte do mundo.

Hoje, pode-se acessar livremente a imprensa até de países sob ditaduras – ou sob supostas ditaduras. Em Cuba, tão acusada de restringir liberdade de imprensa, qualquer um consegue acessar o blog da opositora mais famosa daquele regime, a blogueira Yoany Sánchez, que, diuturnamente, ataca o governo. Ainda assim, teimam em dizer que há censura em Cuba.

Mas, de fato, em Cuba não há grandes jornais de oposição e o acesso à internet ainda é dificultado pela situação econômica do país, o que impede que qualquer cubano tenha acesso à rede, tornando internet um privilégio fora do alcance de muitos. Mas, no que diz respeito à Venezuela, é uma piada dizer que não há liberdade de expressão por lá.

Há uma enormidade de jornais impressos, alguns de grande porte, ou de televisões privadas que fazem oposição ferrenha ao governo de Nicolás Maduro tanto quanto faziam ao do falecido Hugo Chávez. As televisões, as rádios e os sites opositores chegam a convocar manifestantes para se rebelarem contra o governo. Os jornais produzem diatribes diárias em editoriais, artigos, cartas de leitores etc.

No Brasil, porém, a grande mídia – Globo à frente – continua vendendo exclusivamente a opinião e a versão da oposição. Há literal censura a qualquer fato positivo sobre o país vizinho e, mais do que isso, a informações sobre o conflito entre governo e oposição que destoem da versão oposicionista. Não há, pois, noticiário sobre a Venezuela, em nosso país; há propaganda política de uma facção violenta e golpista, que está tentando derrubar o governo.

Nos últimos dias, o noticiário brasileiro tem se concentrado fortemente no número de mortos e feridos durante os protestos da oposição contra o governo. Diz a mídia brasileira que há 20 mortos e centenas de feridos, mas não diz que grande parte desses mortos e feridos é composta por governistas atacados pela oposição, muitas vezes em emboscadas de franco-atiradores, posicionados no alto de prédios durante as manifestações.

Esses métodos que estão sendo usados novamente pela oposição venezuelana para culpar o governo pelas vítimas (fatais e não-fatais) de suas ações de sedição foram imortalizados no documentário Puente Llaguno, que mostra como em 2002, em tentativa anterior de golpe, essa mesma oposição assassinou pessoas e também culpou o governo.

Esse documentário vem sendo difundido há anos por ativistas políticos independentes, mas como, ao mesmo tempo, é um documento avassalador para as farsas midiáticas contra a Venezuela, sofre, por parte dos grandes meios de comunicação, uma das censuras mais violentas de que se tem notícia.

Reproduzo, abaixo, o documentário. E sugiro, a quem quer expor a verdade sobre o conflito no país vizinho, que tente difundir ao máximo esse vídeo. Este texto prossegue em seguida.

Se está retomando o texto sem nunca ter assistido a Puente Llaguno, vale explicar que o documentário prova, sem deixar qualquer dúvida, que, em 2002, a oposição fez o que voltou a fazer neste ano, ou seja, gerar mortos e feridos para acusar o governo.

Essa, aliás, foi a base da tentativa de golpe de 2002, que o documentário Irlandês “A Revolução Não Será Televisionada” também denuncia. Abaixo, reproduzo também esse documentário. E prossigo em seguida.

Parece incrível, mas estão tentando fazer novamente na Venezuela o que fizeram em 2002. Exatamente com os mesmos métodos. Inclusive com as mídias dos países vizinhos (como a do Brasil) impedindo que a versão da maioria do povo venezuelano sobre o que está acontecendo naquele país seja conhecida em seu entorno.

Hoje, porém, há uma diferença. Após a tentativa de golpe de 2002, o falecido Hugo Chávez montou um sólido esquema de preservação das instituições e da vontade da maioria de seu povo. Além de uma rede de comunicação capaz de fazer frente à forte máquina midiática oposicionista, que dispõe de 80% dos meios de comunicação privados na Venezuela, há, naquele país, órgãos de inteligência e um verdadeiro exército popular armado.

Mesmo uma tentativa de invasão da Venezuela pelos EUA enfrentaria uma guerrilha bem armada, um exército contrarrevolucionário que resistiria a essa suposta invasão estrangeira. Além disso, as forças armadas venezuelanas expurgaram dos postos-chave todos os militares com pendores golpistas.

Pela força, portanto, a oposição venezuelana não conseguirá derrubar o governo constitucional.

Todavia, nos países vizinhos a situação é muito grave. Há uma máquina de propaganda dos golpistas funcionando a todo vapor. A mídia brasileira, por exemplo, além de praticar censura contra a versão da maioria dos venezuelanos que apoia o governo conta com a preguiça de seu público, acostumado a comprar as versões prontas que vende.

Qualquer pessoa pode acessar os grandes jornais venezuelanos pela internet e verificar se estão realmente sob censura. Uma mera busca no Google daria acesso ao site “Jornais da Venezuela”, que indica todos os grandes periódicos daquele país, com a íntegra do que publicam. E basta conhecimentos médios de espanhol para ver que esses jornais atuam com total liberdade no país vizinho.

Para navegar pela imprensa venezuelana, portanto, clique aqui

Mas, para facilitar a vida do leitor, traduzi editorial publicado no último dia 8 de março pelo maior jornal venezuelano, o El Nacional. O título do editorial, “El Madurazo”, faz alusão ao “Carazo”, uma explosão social espontânea, de grandes proporções, ocorrida em Caracas em 1989, em repúdio a pacote de medidas econômicas neoliberais imposto pelo governo de Carlos Andrés Pérez.

Leia, abaixo, o editorial do periódico El Nacional

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EL Nacional

Caracas, 8 de março de 2014

O Maduraço

Ontem, o senhor Maduro condecorou e exaltou postumamente os integrantes da Guarda Nacional Bolivariana que faleceram durante a violenta repressão lançada pelo governo contra os estudantes que tomaram as ruas para protestar contra a bancarrota social e econômica em que se encontra o país, e que afeta os setores mais pobres da sociedade.

O senhor Maduro também condecorou 57 integrantes da Guarda Nacional que, segundo as versões extraoficiais, foram feridos em consequência dos ataques de estudantes e de pessoas residentes da região, gente que saía do metrô rumo ao seu trabalho, idosos que iam comprar alimentos e trabalhadores que seguiam para o trabalho cotidiano.

Tão perigosa aglomeração composta por simples garotos menores de idade, estudantes magricelos e jovenzinhas nada musculosas, além de pessoas do povo famélico, empobrecida e cansada, causou à treinada, disciplinada e militarizada Guarda Nacional nada menos do que 57 feridos. Valha-nos Deus. Estamos tão mal [de policiais]? Por isso o contrabando e o narcotráfico nos ameaçam de morte.

Segundo Maduro, os sargentos foram assassinados pela extrema direita enquanto cumpriam seu dever de defender a paz. Que rapidez a de Nicolás [Maduro] para investigar por sua conta um fato de natureza tão complexa que exige de qualquer equipe de investigação do Cicpc [órgão de inteligência venezuelano] um tempo prudencial e um especial cuidado para montar corretamente as peças do quebra-cabeças policial.

Que pena que Maduro não estava em Dallas quando mataram o presidente Kennedy, porque o FBI e o governo norte-americano teriam poupado tempo e dinheiro.

Já Nicolás [Maduro] cometeu a imprudência e o presumível delito de revelar parte do resumo dos assassinatos ocorridos na esquina de Tracabordo, na Zona de Chacao [bairro de Caracas] – as duas balas são iguais, afirmou –, um ato que está expressamente proibido a qualquer funcionário que tenha acesso ao material.

A procuradora-geral da república se atreverá a chamar a atenção [de Maduro] publicamente?

Enquanto se ocupava de exaltar postumamente os dois sargentos da Guarda Nacional que morreram durante os choques, o senhor maduro fazia vista grossa para os vinte venezuelanos assassinados por comandos policiais e grupos paramilitares que atuam à margem da lei e para os quais os crimes e desmandos não têm lei nem castigo. Esses vinte mortos não são seres humanos, pertencem à escoria de direita fascista e, portanto, é bom que tenham morrido.

Porém, responda, senhor Maduro: o senhor está seguro e em sua consciência não tem dúvida de que esses vinte assassinatos foram cometidos pelo que chama de “direita fascista? E se não for assim? E se o senhor, como todo ser humano, se engana? Não estaria o senhor encobrindo presumivelmente esses crimes?

O que ao senhor incomoda, senhor Maduro, é reconhecer publicamente que os que saíram à rua para protestar estão fartos de passar fome pela permanente escassez de alimentos, por ver morrerem seus familiares porque o senhor foi inepto na importação de medicamentos assim como no cuidado de dotar hospitais de equipamentos, em enfrentar a insegurança descontrolada que enche os necrotérios com centenas de cadáveres, em acabar com o narcotráfico que corrompe os jovens nas favelas, em deixar que as escolas caiam no abandono, em arrasar as terras cultiváveis e converter os camponeses em mendigos urbanos.

O senhor odeia os estudantes e mandou reprimi-los porque os jovens gritavam as demandas do povo contra a pobreza, a escassez, a fome, o inferno e a corrupção. Falavam pelo povo, expunham ao mundo a indigência e o abandono em que o senhor mantém hoje este país que um dia foi próspero e formoso.


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O “El Nacional” é o maior jornal venezuelano, algo como a Folha de São Paulo de lá. Faz parte do Grupo de Diários América, que foi citado no sábado (8) pelo Jornal Nacional como fonte das notícias que o telejornal deu sobre a crise venezuelana.

O grupo de mídia ainda é dono de outros jornais de países sul-americanos, como o El Tiempo, da Colômbia, o El Mercúrio, do Chile, e o Lá Nación, da Argentina. Todos jornais de linha conservadora. O La Nación, aliás, faz oposição cerrada a Cristina Kirschner, na Argentina.

O jornal El Nacional mente descaradamente sobre a situação na Venezuela. Dizia as mesmas coisas durante o golpe de 2002. Há provas concretas de que não são apenas “estudantes magricelos” que estão indo às ruas incendiar até a sede do Ministério Público, jogar bombas e atirar em governistas do alto dos prédios.

Mas não é o que importa, neste texto.

O que importa é que o editorial em questão desmente de forma cabal e insofismável a versão mentirosa de que não há liberdade de imprensa na Venezuela. Esse tipo de diatribe contra o governo está nas televisões, nas rádios, nos portais de internet, em toda parte daquele país. E, creia-me, leitor, o ataque do El Nacional é um dos mais suaves que se faz ao governo venezuelano.
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