Que papelão, Folha de S.Paulo! E o Manual de Redação?
Como o ex-ministro José Dirceu sempre aponta aqui nesse blog, a Folha de S.Paulo faz
questão de ser parcial, deixar a isenção informativa completamente ao largo como um de
seus últimos parâmetros jornalísticos e não esconder que tem lado – claro, desde que
seja sempre contra o PT e o governo. O jornalão da Barão de Limeira, no entanto, às ve-
zes até nisso exagera.
Como aconteceu semana passada e foi apontado pela ombudsman Suzana Singer na
edição deste domingo na pequena nota de sua coluna sob o título “Só o negativo”. Diz
Suzana: ” A manchete de 2ª feira decretava: “Ineficiência marca gestão do SUS, diz Ban-
co Mundial”. A reportagem trazia apenas as críticas contidas no estudo, que fez um ba-
lanço de 20 anos do sistema único no país. Toda a parte elogiosa, em que se ressalta,
entre outros pontos, um acesso mais equânime à assistência médica, foi ignorada pelo
jornal. Ficou a impressão de que o Banco Mundial condenava o SUS.”
Quer dizer, um sistema de universalização de saúde extremamente bem elaborado,
exemplo de inclusão de um dos maiores contingentes populacionais do mundo na assis-
tência médico-hospitalar, que não é perfeito mas busca constantemente seu aprimoramen-
to, é simplesmente desqualificado pelo jornal. À revelia de seu Manual de Redação, que
manda ouvir os dois lados… No caso, aqui, nem era preciso, o relatório do Banco Mundial
já apontava falhas e virtudes do sistema… Era só incluir na matéria também esta última
parte…
Mas a ombudsman encerrou sua curta nota com uma frase que diz tudo: “Foi mais um
ataque de pessimismo crônico da Folha.” Definição perfeita para a linha editorial perma-
nente do jornal…
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