Chile: cada um tira a lição que pode…
Postado originalmente na Uol em 2/09/2011
Em artigo do dia 31-8-2011 na Folha de SP, Paula Louzano da Fundação Lemann e Elacqua do Instito de Políticas Públicas de Universidade Diego Portales no Chile procuram refletir sobre “O que está acontecendo no Chile”.
Sua conclusão é que “os jovens chilenos, ao contrário dos brasileiros, não parecem dispostos a esperar até 2020 para ter uma educação de qualidade para todos. Devemos aprender com o vizinho que ampliou as oportunidades educacionais e transformou a educação em uma prioridade nacional. (…) Pena que nós, brasileiros, não estejamos passando pelo mesmo tipo de problema”.
Haja, desconversa… O texto se encaixa bem naquele ditado que diz algo assim como “devemos fazer do limão uma limonada”. A situação no Chile é pintada como se houvesse “apenas” o desejo pela boa educação. Uma grande distorção do que ocorre.
Os autores ocultam que desde Pinochet o Chile é laboratório das políticas públicas que os reformadores empresariais da educação recomendam, agora, para o Brasil – inclusive a Fundação Lemann. O que está em crise no Chile é o modo como aquele país promoveu sua reforma educacional aceitando a lógica dos negócios na educação.
Os jovens estão na rua contra a privatização do ensino, contra o fato de que sucessivos governos entregaram a educação para o mercado. Estão contra a política de privatização baseada em subvenção de escolas que tomaram o lugar das públicas no ensino fundamental.
Claro, cada um tira do vizinho a lição que quer ou pode…
O que há no Chile é mais do que uma luta pela educação é uma recusa a um modo de se fazer educação.
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