Suécia volta atrás e revê sistema de privatização do ensino
25/12/2013 12:04
Por Redação, com agências internacionais - de Estocolmo
Por Redação, com agências internacionais - de Estocolmo
Quando uma das maiores empresas privadas de educação da Suécia faliu, alguns
meses atrás, deixou 11 mil alunos desamparados e fez com que o governo repen-
sasse a reforma neoliberal da educação, feita nos moldes da privataria com o Es-
tado financiando a entrega dos serviços públicos aos oligopólios capitalistas e as-
sim causando graves prejuízos para os trabalhadores e a população.
No país de crescimento mais acelerado da desigualdade econômica entre todos os
membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), os aspectos básicos do mercado escolar desregulamentado estão agora
sendo reconsiderados, levantando interrogações sobre o envolvimento do setor
privado em outras áreas, como a de saúde.
Duas décadas após o início de seu experimento de livre mercado na educação, cer-
ca de 25% dos alunos do ensino médio da Suécia frequentam agora escolas finan-
ciadas com recursos públicos, mas administradas pela iniciativa privada. Essa pro-
porção é quase o dobro da média mundial. Quase metade desses alunos estudam
em escolas parcial ou totalmente controladas por empresas que compram participa-
ções em outras empresas.
Na expectativa das eleições do ano que vem, políticos de todos os matizes estão
questionando o papel dessas empresas, acusadas de privilegiar o lucro em detrimen-
to da educação, com práticas como deixar alunos decidirem quando aprenderam o
suficiente para passar e não manter registro de notas.
A Suécia substituiu um dos sistemas escolares mais rigidamente regulamentados do
mundo por um dos mais desregulamentados, o que levou a escândalos como um caso
de 2011 em que um pedófilo condenado pôde abrir várias escolas de forma absoluta-
mente legal.
As escolas privadas introduziram muitas práticas antes exclusivas do mundo corpora-
tivo, como bônus por desempenho para funcionários e divulgação de anúncios no sis-
tema de metrô de Estocolmo. Ao mesmo tempo, a concorrência pôs os professores
sob pressão para dar notas mais altas e fazer marketing de suas escolas.
No início, disseram que a participação privada na educação se daria por meio de esco-
las geridas individualmente e em nível local. Poucos vislumbraram que haveria empre-
sas e grandes corporações administrando centenas de unidades.
O fechamento de escolas e a piora dos resultados tiraram o brilho de um modelo de
educação admirado e imitado em todo o mundo pelos mesmos privatistas e neolibe-
rais que propagandeiam o mercado capitalista como uma espécie de solução milagro-
sa para todos problemas da sociedade, quando na verdade é o capitalismo quem gera
todos os problemas e desigualdades sociais ao concentrar toda a riqueza, poder e opor-
tunidades nas mãos de uma classe dominante privilegiada, as custas da miséria, explo-
ração e exclusão de grande parte da humanidade e do empobrecimento crescente dos
povos.
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