quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

VEREADORES DE TAUBATÉ COMEÇAM A TIRAR OS CABRESTOS?

Seria pretensão descabida imaginar que os vereadores de Taubaté tenham lido meu artigo publicado há poucos dias no Diário de Taubaté, no Blog do Irani Lima e neste blog (8 mil leitores/mês, em crescimento). Logicamente as articulações para a formação da Mesa para 214 e a composição das Comissões Permanentes já estavam avançadas muito antes de minha opinião ser publicada.

Mas o fato é que o resultado confirma tudo que eu escrevi: a Câmara vinha pagando um preço muito alto pela subserviência de alguns de seus membros às vontades do prefeito-cassado Juninho Ortiz. Quem afirma, agora, não sou eu, mas o jornal O VALE: os vereadores que mais puxam o saco do prefeito provisório ficaram de fora da Mesa e das comissões, caso de Joffre, Vidal e Graça. Para Joffre a derrota foi tripla: quis candidatar-se a Presidente, pela segunda vez, e teve que desistir devido à rejeição geral à sua descabida pretensão; não obteve sequer um lugar nas comissões, ele que se considera o mais preparado de todos, em todos os assuntos; e teve que engolir como Presidente o vereador mais próximo ao ex-prefeito Roberto Peixoto - foi combatendo Peixoto que Joffre aproveitou-se do descontentamento popular para alcançar seu atual mandato. Seria humilhante, se Joffre tivesse uma faísca de auto-crítica, o que não é o caso: não duvido que esteja se proclamando o maior vitorioso de todo o processo...
Vejam a matéria do brilhante colega Júlio Codazzi, que mostra com perfeição que a maioria na Câmara está começando a levantar a cabeça e a defender a autonomia do desgastado Legislativo. Vamos observar como se colocam os vereadores na campanha eleitoral de 2014, para sabermos se realmente proclamaram sua independência, ou se foi tudo um jogo de cena: 


Eleição impõe isolamento a aliados 

de Junior na Câmara


Confirmando favoritismo, Carlos Peixoto foi eleito o novo presidente da Casa por acla-
mação e cobrou respeito do governo
Julio Codazzi
Taubaté
A eleição da mesa diretora e das comissões permanentes da Câmara de Taubaté para 2014, 
ocorrida durante a sessão de ontem, evidenciou o isolamento do grupo de vereadores que 
apoia ‘incondicionalmente’ o prefeito Ortiz Junior (PSDB).

Formado por quatro dos 19 vereadores, o grupo ficou de fora da mesa diretora, que é formada 
por cinco cargos, e só levou dois dos 29 postos nas comissões, sendo excluído das mais co-
biçadas.

A votação consolidou um acordo articulado desde setembro pelos outros 15 parlamentares, 
que estavam descontentes com a falta de diálogo entre o prefeito e a Câmara e também com 
a atual presidente da Casa, a vereadora Maria das Graças, a Graça (PSB).

Com votações unânimes, foram eleitos para a mesa diretora o presidente Carlos Peixoto 
(PMDB), o 1º vice Alexandre Villela (PMDB), o 2º vice Paulo Miranda (PP), o 1º secretário 
Jeferson Campos (PV) e o 2º secretário Bilili de Angelis (PSDB).

‘Fiel’ ao prefeito, o vereador Joffre Neto (PSB), que era pré-candidato à presidência, desistiu 
da disputa na última segunda-feira, devido ao favoritismo de Peixoto.

Comissões.Além de Joffre e Graça, completam o grupo isolado os vereadores João Vidal (PSB), líder do 
prefeito na Câmara, e Maria Gorete (DEM).

Vidal chegou a votar no próprio nome para a Comissão de Justiça e Redação, que é bastante 
cobiçada entre os vereadores, mas acabou derrotado. O mesmo ocorreu com Joffre na Comis-
são de Saúde (recebeu votos apenas de Vidal e de Graça) e com Graça na de Educação 
(voto de Vidal).

O grupo só emplacou dois nomes (Vidal e Gorete) na Comissão de Fiscalização Financeira e 
Orçamentária, composta por cinco membros e que não é tão disputada.
O líder do prefeito, que este ano integra as Comissões de Justiça e Direitos Humanos, minimi-
zou a derrota.

“O meu trabalho na Comissão de Justiça foi técnico e imparcial, e isso desagradou a muitos. 
Mas não acho que isso atrapalha o governo”, disse.

Mensagem.
Futuro presidente da Câmara, Peixoto classificou a votação da mesa e das comissões como 
um “recado” ao prefeito.

Eleito pela terceira vez para o cargo -- já foi presidente em 2007 e 2009 --, o peemedebista 
defende maior independência da Câmara no ano que vem. “A Câmara vai exigir mais diálogo. 
Executivo precisa entender que não sobrevive sem o Legislativo”, disse.

“Não há um mais importante que o outro. Se não entende isso por bem, entende por mal. 
Acho que o prefeito entendeu o recado”, completou. O vereador Salvador Soares (PT) disse 
que a votação “fortaleceu a Câmara”. “Agora o prefeito terá que cumprir a pauta feita pela Câ-
mara, e não impor as votações. Com isso, acho que o Legislativo será mais independente”, 
afirmou.

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