247 – A tempestade perfeita prevista pelos críticos da política
econômica do governo está mais para garoa. Na semana passa-
da, o FMI anunciou o início da recuperação sustentada da eco-
nomia dos Estados Unidos. Apesar de ter sido rebaixada pela
Standard & Poor's, a União Europeia reagiu com veemência e a
proximidade de um acordo financeiro que vai emprestar mais
segurança e credibilidade a seus bancos. Na China, que tirara
dos EUA o papel de motor da economia global, ao menos o go-
verno não está paralisando, testando reformas econômicas que,
em silêncio, já vão apresentando indicadores positivos.
Por aqui, o professor Delfim Netto diz nesta segunda-feira 23,
com todas as letras, que "só depende de uma ação crível do
governo dissipar a chamada tempestade perfeita", frisando que
o compromisso com metas macroeconômicas mais rígidas seria
suficiente, em razão das demais condições positivas, para afas-
tar quaisquer riscos maiores.
O empresário Abílio Diniz, desde sempre uma referência do pen-
samento da iniciativa privada, reafirmou o que dizendo ao longo
do ano: "O salário continua crescendo, o emprego continua firme
e a retomada dos investimentos fará o País crescer", afirmou ele
no final de semana.
Partindo de uma base com solidez em vários fundamentos, ape-
sar de toda a grita do momento em relação ao superávit da eco-
nomia e as apostas pelo rebaixamento da nota do Brasil pela pri-
meira agência de classificação de risco que se apresentar, a eco-
nomia brasileira está resistindo. Se não há brilhantismo em todas
as áreas, ainda assim tem resultados espetaculares no campo das
concessão, manteve a inflação sob controle, toureando-a, e chega
a reta final de 2013 com fôlego suficiente para pelejar em 2014. O
governo da presidente Dilma Rousseff, apesar de, como frisou Di-
niz, estar enfrentando uma conjuntura muito mais desfavorável do
que a vivida na presidência de Lula, ainda não levou nenhum gran-
de tombo.
E já se sabe que esse tropeço, se vier, não será pelo rebaixamen-
to de uma nota por agência de classificação de risco. Isso acaba
de acontecer com a União Europeia, que perdeu uma letra A nos
critérios da Standard & Poor's, e cujos líderes protestaram com ve-
emência, acendo com a iminência de fechar um acordo bancário ca-
paz de estabilizar as instituições financeiras do continente. Nada
desprezível. Mas a S&P resolveu julgar as dificuldades para se che-
gar a esse acordo.
A presidente Dilma Rousseff não está sozinha quando assegura
que a economia brasileira está no rumo do que é possível fazer
nesse momento histórico. Mesmo com índices de crescimento de
PIB, até aqui, inferiores a seus competidores no mundo, o Brasil
parte de patamares de riqueza e qualidade de vida sempre maio-
res que os demais Brics, rivalizando com alguns países europeus
e espelhando na economia americana. O FMI diz que os Estados
Unidos chegaram ao seu ponto de inflexão, já crescendo. A eco-
nomia brasileira também pode ter chegado ao seu ponto de infle-
xão e deixado para trás os rumores da tal tempestade perfeita.
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