quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DESESPERADA, OPOSIÇÃO PODE OPTAR POR MAIS TERRORISMO

Em 1989, para derrotar Lula na primeira eleição direta pós ditadura, a direitona e sua mídia não hesitaram em fazer terrorismo, como o lançamento de boatos assustadores. Se o PT vencesse, iria tomar um quarto em casa casa que tivesse mais de dois - esta e outras mentiras foram largamente espalhadas. A mesma tática vem sendo seguida desde então, como recentemente quando a mídia golpista promoveu o festival do "mensalão" no qual o Judiciário agrediu diversas leis e direitos universalmente consagrados, como o próprio direito de defesa.
Para quem pensa que terrorismo só se faz com sangue, lembro apenas o boato espalhado pela jornalista tucana Eliane Cantanhêde, de que todos deveriam correr para vacinar-se contra uma epidemia inexistente, e pelo menos duas pessoas morreram por reações a vacinas desnecessárias e contra-indicadas a elas.
Nos recentes protestos de junho, também a mídia golpista estimulou a violência seletiva, o que poderia ter causado sangue e mortes que logo seriam atribuídas ao Governo Dilma e ao PT. A direita brasileira não é mais "civilizada" do que a de Honduras, Paraguai ou Egito: pouco lhe importa que para voltar a saquear o Brasil seja preciso causar perdas de vidas humanas.
O brilhante artigo do jornalista Jeferson Miola, da Carta Capital,  traz uma advertência que todos devemos levar em conta. Ele traça o quadro de desespero da direita e de seu braço midiático, e prevê que, sem alternativas para vencer pelas urnas, tal grupamento político radical poderá apelar para mais terrorismo, boicotes, sabotagens, etc. Não seria novidade na América Latina, nem mesmo no Brasil. Recomendo fortemente a leitura, e indico o link abaixo:

A sina da oposição: sobrevivência e terrorismo

A sina da oposição: sobrevivência e terrorismo

A oposição não se dará por vencida, e poderá promover um terrorismo político, econômico, moral e midiático jamais visto na política brasileira.



Depois da incandescência das ruas em junho, análises apressadas pintavam um cenário de terra arrasada para a Dilma. Foi incrível a seletividade de determinados analistas, que alardeavam o pior dos mundos para a Presidenta, mas omitiam que a insatisfação era generalizada e difusa, e abarcava todo o sistema político, a política, os governos e os políticos.

Passado o rescaldo daqueles acontecimentos, sucessivas pesquisas de opinião indicam um ambiente de melhora do desempenho eleitoral de Dilma. Em todas as simulações - de todos os institutos de pesquisa -, a Presidenta ostenta considerável chance de reeleição, inclusive no primeiro turno.

A oposição, entretanto, segue colecionando dificuldades. Para ela, o cenário mais alentador é, curiosamente, aquele no qual figuram as “candidaturas-sombras” de Marina Silva e José Serra. Os até agora “candidatos titulares” Eduardo Campos e Aécio Neves peleiam com seus fantasmas para manterem suas candidaturas, podendo chegar em 2014 menores do que são hoje.

A potencial reeleição de Dilma, que culminaria um ciclo de 16 anos de governos dirigidos pelo PT, levará o reacionarismo capitaneado pelo PSDB, PPS e DEM ao ocaso. Com sua visão de um país arcaico, excludente e colonizado, aqueles partidos perdem a capacidade de interpretação e de aderência ao Brasil contemporâneo. A profecia deles, do “fim da raça”, finalmente terá se realizado; porém, com as setas invertidas – em desfavor deles mesmos.

Nesse contexto, a candidatura do Aécio é tão sólida quanto a chance de se converter em pó. O PSDB, pela primeira vez na trajetória do partido, enfrenta a perspectiva real de uma derrota acachapante no próximo ano. Para os tucanos [mas também para seus satélites PPS e DEM], a eleição de 2014 terá como prioridade a sobrevivência partidária e a preservação dos espaços de poder ameaçados de mudar de guarda.

Não se pode descartar, por isso, a hipótese da candidatura presidencial de José Serra em lugar da de Aécio. Alckmin e Aécio teriam, assim, a função de proteger a jóia da coroa do PSDB: os governos de SP e MG. Aliás, uma tarefa difícil, para quem terá de se explicar sobre escândalos escabrosos: cartel do metrô e o genuíno mensalão.

Adicionalmente, outros dois espectros rondam as eleições. O primeiro, de nome Joaquim Barbosa. Sua candidatura, se confirmada, materializaria eleitoralmente o bloco de poder conformado pela mídia conservadora e setores reacionários do Judiciário. É esse bloco que, na realidade, agenda e articula o combate ideológico ao PT e ao governo Dilma, substituindo os partidos da direita, que estão aos frangalhos e minguando sua audiência na sociedade.

Não existe espaço no Brasil contemporâneo para uma nova farsa do gênero “caçador de marajás”. A Rede Globo não conseguirá converter Joaquim Barbosa em um santo; aliás, um Ministro adepto de manobras fiscais para investir em Miami. O império da família Marinho não conseguirá construir essa nova mitificação da política brasileira, como fez com Fernando Collor em 1989 para derrotar Lula.

A opção Joaquim será calculada não pela aspiração de vitória com ele, mas como variável para levar a eleição para o segundo turno. O contexto proclive para a ocorrência de segundo turno é aquele que apresenta na cédula eleitoral os nomes de Dilma, Serra, Marina e Joaquim. O justiceiro, jacobino, vingativo, exemplar e inexpugnável Barbosa seria um veículo para se tentar barrar a reeleição direta de Dilma.

O outro espectro que ronda a próxima eleição de 2014 atende pelo nome de Lula.
Com considerável insistência é cogitada a candidatura dele em lugar da de Dilma; insinuação que se propaga na base de apoio do governo, nos meios empresariais, no sistema financeiro e junto a setores militantes. Os pretextos são uníssonos, tanto dentro como fora do PT: a heterodoxia econômica e o estilo da Presidenta.

Embora o próprio Lula rechace, essa insinuação paira no ar como uma bruma, fomentada na mídia pelas manjadas “fontes próximas ao ex-Presidente”.

É problemático esse procedimento, porque involuntariamente [ou deliberadamente?] expõe Dilma a tensões conservadoras [e inclusive regressivas] na definição do programa e no perfil do eventual segundo governo. Porém, ao mesmo tempo, não deixa de ser cômodo para o governo – e terrível para a oposição - saber que pode contar com um suplente eleitoralmente insuperável, caso a conjuntura econômica e política degringole.

Hoy por hoy - como se diz em castelhano -, a perspectiva é desalentadora para a oposição conservadora, que vive o dilema de tentar sobreviver enfrentando uma tendência de derrota e de definhamento de sua representação política. A realidade para a direita é tão mais dramática quanto mais evidente é a obsolescência programática e a incapacidade de oferecer uma visão generosa de futuro para um país que, não sem importantes limites e contradições, finalmente passou a ingressar na modernidade.

Devemos nos preparar para uma conjuntura complicada até as eleições de 2014. A oposição não se dará por vencida, e poderá promover um terrorismo político, econômico, moral e midiático jamais visto na política brasileira. Não se pode menosprezar a capacidade de sabotagem, de difusão de ódio e a vilania deles nessa luta derradeira de sobrevivência. Eles querem sequestrar o Brasil dos brasileiros.

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