São Paulo seca, Alckmin emudece
A situação é realmente de alerta. O problema “chegou” à atenção – merecida, aliás –
do Greenpeace. A entidade ambientalista publicou texto em que diz, com todas as
letras, que São Paulo, sem governo, reza por chuva para não secar. E informa que,
há um mês, o Greenpeace entregou uma carta ao governador Geraldo Alckmin com
demandas estratégicas. “As propostas”, explicam, “visam apontar soluções para
atenuar e resolver a crise da água em São Paulo, cenário que se repete de tempos
em tempos - sempre com tons mais dramáticos - como resultado da má gestão e da
falta de planejamento, por parte do governo de SP, sobre os recursos hídricos da
região”.
O documento lembra, ainda, que a Política Estadual de Mudanças do Clima (PEMC),
criada em 2009, ainda não saiu do papel e pede que ela seja transformada em
realidade. A PEMC prioriza a implementação de ações de prevenção e adaptação às
alterações produzidas pelos impactos das mudanças climáticas.
Desrespeito governamental
No entanto, critica a entidade, não há resposta do governador. “Alckmin perde a
No entanto, critica a entidade, não há resposta do governador. “Alckmin perde a
chance de se mostrar preocupado com a questão, expondo a falta de transparência
do seu governo e a incompetência em abrir o diálogo com a população. Para piorar,
a cada dia que passa o governador expõe sua incapacidade em tomar medidas
concretas, adotando apenas ações paliativas motivadas por cálculos eleitoreiros e,
portanto, muito aquém do que se espera de um governo responsável. Um exemplo
é o recuo em taxar quem não economizar água.”
Charge publicada no site do Greenpeace Brasil
Situação
Desde a semana passada, as represas do Sistema Cantareira, que abastece 8,1 milhões
Desde a semana passada, as represas do Sistema Cantareira, que abastece 8,1 milhões
de habitantes da Grande São Paulo, estão operando em sua reserva técnica, o chamado
volume morto, nível de água localizado abaixo das comportas das represas. Além do
impacto do consumo deste volume sobre a ecologia dos reservatórios – é difícil garantir
que as represas se recuperarão – o perigo de desabastecimento da maior cidade
brasileira parece cada vez maior. A escassez, por sinal, avança dos bairros periféricos
da capital (onde o racionamento faz parte da rotina e vem sendo cada vez mais comum)
para as regiões mais ricas de São Paulo. Cidades do interior paulista, como Itu e Campinas,
também estão sofrendo com a falta de água.
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