BRASIL, ISRAEL E OS ANÕES MORAIS
Israel tem hoje um grande inimigo, com armas de
destruição em massa. É um inimigo interno, com
potencial para destruir seu próprio estado. Seu nome é Benjamin
Netanyahu. Sim, desde a Alemanha nazista, ninguém tem
promovido o antissemitismo que se alastra ao redor do
mundo quanto o primeiro-ministro israelense, que ocupa o
cargo desde 2009 e, desde então, tem ampliado a segregação
do povo palestino e ignorado todo e qualquer esforço pela paz.
Na mais recente escalada de violência, Netanyahu liderou
atrocidades que, tivessem sido cometidas por qualquer outro
líder mundial, o colocariam na lata de lixo da história e nos
tribunais penais internacionais por crimes de guerra. Em seu
incessante banho de sangue da operação “Margem Protetora”,
Netanyahu foi capaz de bombardear um hospital e até mesmo
uma escola da Organização das Nações Unidas que abrigava
refugiados na Faixa de Gaza. Atitudes que deixaram o
secretário-geral Ban-Ki-Moon “estarrecido” e que devem
motivar uma investigação aprofundada das Nações Unidas
por crimes de guerra.
O apoio incondicional de aliados como Estados Unidos e
Inglaterra ao “direito de Israel de se defender” alimentou a
ilusão, em Netanyahu, de que ele teria salvo-conduto para
assassinar civis impunemente, incluindo mulheres e crianças.
Ocorre que o apoio a Israel é cada vez mais pesado em
sociedades abertas e democráticas. Haverá um dia em que
será tão insustentável quanto o apoio que os mesmos
americanos e ingleses, com a ajuda de Israel, concederam
ao apartheid na África do Sul – aliás, apartheid é uma palavra
até moderada para definir o que os israelenses fazem em
relação aos palestinos.
Foi exatamente nesse contexto que a diplomacia brasileira,
responsável pelo primeiro voto para a criação do Estado de
Israel, mas sempre fiel às questões humanitárias, se levantou
contra a barbárie liderada por Netanyahu. A nota, que
condena a desproporcionalidade da reação ao Hamas, veio
em boa hora e deve servir de alerta ao mundo civilizado com
uma mensagem clara de que não há mais espaço, no século
XXI, para genocídios.
Patética foi apenas a reação do governo de Israel, por meio
do porta-voz Yigal Palmor, que chamou o Brasil de “anão
diplomático” e ironizou a derrota da seleção brasileira por
7 a 1 na Copa do Mundo, que seria “desproporcional”. Comparar
um jogo de futebol à matança de mulheres e crianças revela
apenas que, a Israel, faltam argumentos e que suas lideranças
decidiram jogar no time dos anões morais.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/148037/
Brasil-Israel-e-os-an%C3%B5es-morais.htm
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