BRASIL MARCA POSIÇÃO AO CENSURAR
LOUCO NETANYAHU
As melhores tradições da política externa brasileira reapareceram na crítica feita pelo Itamaraty à
desproporção dos ataques feitos por Israel à
população civil da faixa de Gaza; já são mais de
700 mortos em 17 dias de ataques, sobretudo
mulheres e crianças; nesta quinta-feira 24, 15
pessoas morreram por fogo de artilharia
israelense em escola da ONU que abrigava
refugiados, provocando indignação global; compromisso universal do Brasil com
direitos humanos é compreendido em todo o
mundo; Israel se isola e governo de Benjamin
Netanyahu consegue apenas constranger seus
aliados e promover o antissemitismo ao redor
do mundo, com seu banho de sangue
24 DE JULHO DE 2014 ÀS 20:39
247 – A diplomacia brasileira resgatou as melhores tradições de
independência e respeito aos direitos humanos ao apontar e
criticar a desproporção entre a força empregada por Israel contra
a população civil de palestinos na faixa de Gaza e a incapacidade
de defesa dos atacados. Dias atrás, mostrando compromisso com
a isenção, o Itamaraty chefiado pelo chanceler Luiz Alberto
Figueiredo censurou o disparo de mísseis, pelo Hamas, sobre o
território de Israel.
Nesta quinta-feira 24, em nova demonstração de não ter mais
nenhum compromisso de que estaria travando uma guerra com
mínimas regras éticas – mas simplesmente praticando um
massacre -, Israel atacou com artilharia mais uma escola,
desta vez da Organização das Nações Unidas. O equipamento,
ao norte da faixa de Gaza, abrigava refugiados palestinos.
Quinze pessoas foram mortas.
Em manifestação grosseira, que demonstrou o incômodo que
a censura brasileira causou ao governo de Benjamin Netanyahu,
um porta-voz do governo sionista classificou o Brasil como como
um anão diplomático. Nada mais falso. À frente da criação dos
Brics, o Brasil é hoje um dos países mais influentes do mundo
entre o grupo de nações que, no passado, foi chamado de Não
Alinhados. As posições de independência e isenção do Itamaraty,
com o princípio da defesa intransigente dos direitos humanos,
são reconhecidas pela comunidade internacional há pelo seis
décadas.
Abaixo, notícia da Agência Brasil sobre posicionamento
defendido pelo chanceler Luiz Alberto Figueiredo sobre o
massacre promovido por Israel na faixa de Gaz:
Brasil mantém condenação "a uso desproporcional da força"
por Israel em Gaza
Flávia Albuquerque e Bruno Bocchini – Repórteres da Agência
Brasil
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo,
defendeu hoje (24) a posição do governo brasileiro que, em
nota divulgada ontem (23), condenou "energicamente o uso
desproporcional da força" por Israel em conflito na Faixa de
Gaza.
"Condenamos a desproporcionalidade da reação de Israel,
com a morte de cerca de 700 pessoas, dos quais mais ou
menos 70% são civis, e entre os quais muitas mulheres,
crianças e idosos. Realmente, não é aceitável um ataque que
leve a tal número de mortes de crianças, mulheres e civis",
disse o ministro. "E é sobre esse fato que essa nova nota
fala", ressaltou Figueiredo, após participar, em São Paulo,
de evento na Fundação Getulio Vargas.
O ministro lembrou que, na semana passada, o Itamaraty
já havia divulgado nota condenando o movimento islâmico
Hamas pelos foguetes lançados contra Israel, e também
Israel pelo ataque à Faixa de Gaza. "Israel se queixa que,
na última nota, não repetimos a condenação que já tínhamos
feito. A condenação que já tínhamos feito continua somos
absolutamente contrários ao fato de o Hamas soltar foguetes
contra Israel. Isso se mantém. Não há dúvida. Não pode
haver dúvida disso", afirmou Figueiredo.
Ele acrescentou que a última nota do Itamaraty não omite
nada que foi dito antes. "Ao contrário,a gente pede o cessar-
fogo imediato. Cessar-fogo quer dizer o quê? [Cessarem] os
ataques das duas partes. Não há cessar-fogo unilateral, não
é isso que a gente pede. A gente pede que as duas partes
parem os ataques. Isso permanece."
Figueiredo rebateu ainda afirmação do porta-voz do Ministério
das Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, que, segundo
o jornal The Jerusalem Post, classificou o Brasil de "anão
diplomático", apesar de sua posição econômica e cultural.
"O que eu li é que o Brasil é um gigante econômico e cultural, e
é um anão diplomático. Eu devo dizer que o Brasil é um dos
poucos países do mundo, um dos 11 países do mundo, que
têm relações diplomáticas com todos os membros da ONU
[Organização das Nações Unidas]. E temos um histórico de
cooperação pela paz e ações pela paz internacional. Se há
algum anão diplomático, o Brasil não é um deles,
seguramente", reagiu o chanceler.
Segundo Figueiredo, as declarações do porta-voz da Chancelaria
israelense não devem, porém, estremecer as relações de
amizade entre os dois países. "Países têm o direito de discordar.
E nós estamos usando o nosso direito de sinalizar para Israel
que achamos inaceitável a morte de mulheres e crianças, mas
não contestamos o direito de Israel de se defender. Jamais
contestamos isso. O que contestamos é a desproporcionalidade
das coisas", destacou.
O chanceler também defendeu a posição brasileira assumida
no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. O Brasil
votou favoravelmente à condenação da atual ofensiva militar
de Israel na Faixa de Gaza e à criação de uma comissão
internacional para investigar todas as violações e julgar os
responsáveis.
"A maioria apoiou, inclusive a América Latina inteira. Nós
estamos junto da nossa região e apoiamos, neste caso,
uma investigação internacional independente para determinar
o que aconteceu, o que está acontecendo. Eu acho razoável
haver essa investigação internacional independente, e foi a
favor disso que nos manifestamos".
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/147880/Brasil-marca-posi%C3%A7%C3%A3o-ao-censurar-louco-Netanyahu.htm
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