Por Gulsen Solaker e Jonny Hogg
ANCARA (Reuters) - O premiê turco, Tayyip Erdogan, acusou
Israel neste sábado de ter “ultrapassado Hitler em barbarismo”
com os ataques à Faixa de Gaza, mas alertou aos turcos para
não descontarem sua indignação sobre a comunidade judaica
do país.
Erdogan voltou a subir o tom de sua retórica contra a ofensiva
do Estado Judeu, que ameaça prejudicar ainda mais as já
abaladas relações entre os dois países, antigos aliados
regionais.
Horas antes, Israel havia aconselhado seus cidadãos a não
viajarem para a Turquia, por causa do que chamou “humor do
público”, após as missões diplomáticas israelenses serem
atacadas em Istambul e Ancara durante protestos realizados
na sexta-feira contra a ofensiva em Gaza.
Autoridades palestinas disseram que mais de 330 pessoas
morreram em decorrência dos ataques de Israel, realizados em
resposta aos mísseis lançados contra o território israelense por
militantes leais ao grupo islamita Hamas.
“(Os israelenses) não têm nenhuma consciência, nenhuma honra,
nenhuma dignidade. Os que condenam Hitler dia e noite
ultrapassaram Hitler em barbarismo”, disse Erdogan a
simpatizantes em um comício na cidade de Ordu, às margens do
Mar Negro.
Ele acusou os Estados Unidos de defenderem as táticas
“desproporcionais” de Israel, e lamentou o fracasso do mundo
muçulmano em assumir uma postura mais forte.
Mas Erdogan alertou seus apoiadores a não expressarem sua
indignação descontando-a sobre a população judaica turca.
“Por quê? Eles são cidadãos deste país”, disse o premiê. Cerca
de 17 mil judeus vivem na Turquia.
(Edição de Alexandre Caverni)
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