Faltou ao FMI um olhar sobre os juros
de nosso sistema bancário
A posição do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao rebater o relatório em que o FMI
“decreta” um amontoado de concepções sobre a situação atual da economia brasileira,
é verídica, tem base na realidade. E está muito mais de acordo com o momento brasileiro
que vivemos, do que as concepções do documento do nosso velho e conhecido FMI.
O velho Fundo veio de novo, em relatório, com o seu tão conhecido catastrofismo. O FMI
diz, em relatório, ver as contas externas do Brasil em situação “moderadamente frágeis” e
apontou o país entre as economias mais vulneráveis entre os países emergentes neste
momento. e considera, também, que o fraco crescimento do Brasil pode afetar o
desempenho econômico global.
O ministro Mantega o rebateu nesta 3ª feira (ontem), quando afirmou que o Brasil não é
uma economia vulnerável do ponto de vista das suas contas externas. Prova disso,
acentuou Mantega, é a valorização de quase 10% do real no 1º semestre, período em que
a Bolsa de Valores subiu mais de 20%, em parte com a entrada de capital estrangeiro.
A realidade é outra
Para o ministro, os analistas do FMI, responsáveis pelo relatório, repetem o mesmo
erro cometido no início do ano por aqueles que diziam que o Brasil enfrentaria uma
“tempestade perfeita” e que nossa economia estava entre as cinco emergentes mais
frágeis.
Pois vejam como a posição do ministro, suas declarações, confirmam o quadro real
de nossa economia: a inflação cai e as contas externas, apesar do déficit alto fecham
se consideramos o Investimento Externo Direto (IED) e o investimento na Bolsa e
em títulos do governo.
Por outro lado, com a melhora no comércio internacional e com a queda das
importações de combustíveis, a tendência é aumentar o saldo da balança comercial
e cair as importações, melhorando, assim, a situação para 2015. E isso sem falar
que o Brasil tem reservas externas (próximas de US$ R$ 400 bi) e crédito internacional,
o que tem levado o “risco país” a cair consideravelmente.
Banca aumenta juros, mesmo com queda da inadimplência
Entre as criticas do FMI uma chama a atenção: ele ataca as intervenções do nosso
Banco Central (BC) para evitar a desvalorização do real e segurar a inflação. Investem
exatamente contra intervenções que tem surtido efeitos na balança comercial,
estimulando as importações e prejudicando as exportações do país.
É uma pena que o Fundo não tenha a mesma postura e rigor crítico com o câmbio
administrado por países como a China e os EEUU, seja diretamente seja via a política
monetária e fiscal. Faltou ao FMI um olhar sobre os juros de nosso sistema bancário
que, com o aumento da taxa Selic para 11% neste 1º primeiro semestre deste 2014
(depois de uma série sucessiva de baixas nas reuniões do Comitê de Política
Monetária – COPOM), aproveitaram para aumentar os juros mesmo com a queda da
inadimplência e das taxas de captação.
Foi assim, por essa rota de altas autorizadas pelo COPOM-BC que os juros para
pessoa física custam hoje abissais 43%. Acreditem se quiser.
http://www.zedirceu.com.br/faltou-ao-fmi-um-olhar-sobre-os-juros-
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