SÃO PAULO (Reuters) - O ministro das Relações Exteriores,
Luiz Alberto Figueiredo, rebateu nesta quinta-feira as
declarações do porta-voz da chancelaria de Israel que teria
chamado o Brasil de "anão diplomático" ao criticar a decisão
do país de chamar para consultas seu embaixador em Tel Aviv
por causa do conflito na Faixa de Gaza.
Em evento em São Paulo, o ministro também rebateu nota da
chancelaria israelense que afirmou que a decisão brasileira
ignorava o direito de Israel de se defender.
"Somos um dos 11 países do mundo que têm relações
diplomáticas com todos os membros da ONU e temos um
histórico de cooperação pela paz e ação pela paz internacional.
Se há algum anão diplomático, o Brasil não é um deles", disse
o ministro a jornalistas.
"Mas não contestamos o direito de Israel de se defender,
jamais contestamos isso. O que contestamos é a
desproporcionalidade das coisas", acrescentou.
Na noite de quarta-feira, o Itamaraty divulgou nota em que
considera "inaceitável" a escalada da violência em Gaza e
condena "energicamente o uso desproporcional da força por
Israel" no conflito, que já matou 747 palestinos. Na mesma
nota, o Brasil anunciou que chamou seu embaixador em Tel
Aviv para consultas.
O Ministério das Relações Exteriores israelense reagiu em
nota, declarando-se "desapontado" com a decisão do governo
brasileiro que, segundo o órgão, "não reflete o nível das
relações entre os dois países e ignora o direito de Israel se
defender".
O documento afirma ainda que a atitude brasileira não
contribui para promover "a calma e a estabilidade" no Oriente
Médio e que dá "vento favorável" ao terrorismo, além de
"naturalmente afetar a capacidade do Brasil de exercer influência".
"Israel espera apoio de seus amigos em sua luta contra o
Hamas, que é reconhecido como uma organização terrorista
por muitos países ao redor do mundo", afirma o documento
divulgado no site do Ministério de Relações Exteriores de Israel.
Além da nota da chancelaria, o porta-voz do Ministério das
Relações Exteriores de Israel, Yigal Palmor, disse, segundo a
imprensa israelense, que a decisão do Brasil de chamar seu
embaixador para consultas é uma demonstração das razões
que levam o Brasil, apesar de ser "um gigante econômico e
cultural, permanecer um anão diplomático".
(Por Eduardo Simões; Edição de Maria Pia Palermo)
http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/147837/Chanceler-rebate-Israel-se-h%C3%A1
-an%C3%A3o-n%C3%A3o-%C3%A9-o-Brasil.htm
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