sábado, 9 de novembro de 2013

JUNINHO DÁ UMA DE COITADO NA CEI CONTROLADA

Em depoimento fechado, Junior se diz vítima de complô político

Ortiz depõe à CPI das Licitações , ontem à noite - Foto: Rogerio Marques
Ortiz depõe à CPI das Licitações , ontem à noite - Foto: Rogério Marques
Audiência com vereadores aconteceu ontem no gabinete do Palácio do Bom Conselho; imprensa não teve acesso ao local
Julio CodazziTaubaté
O prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB) , negou ontem à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Licitações que tenha direcionado cinco certames -- quatro da prefeitura e um da Câmara -- para beneficiar empresas em troca de dinheiro para financiar sua campanha à reeleição, em 2016.
A pedido do tucano, o depoimento foi prestado à portas fechadas, em seu gabinete. A oitiva teve início com quarenta minutos de atraso e durou cerca de uma hora e vinte minutos.
A imprensa somente teve acesso ao teor do depoimento por meio de publicações da assessoria da Câmara.
A denúncia, que também é investigada pelo Ministério Público, foi apresentada pelo advogado Eduardo Visentin, que representa o lobista Djalma Santos, pivô da acusação que levou a Justiça Eleitoral a cassar o mandato do prefeito em agosto.
Juntas, as cinco licitações citadas na acusação somam R$ 22,49 milhões. Três delas foram vencidas pela Conam. As outras ficaram com as empresas SHA Alimentação e a Sol Comércio.
Ataque. 
Durante o depoimento, Junior admitiu conhecer o lobista, mas negou que tenha dito a ele ou a seu advogado, em 2011, que tinha a intenção de favorecer alguma empresa caso fosse eleito.
"Mesmo que eles, ainda que tivessem contato comigo, eu nunca diria a eles. É um exercício de futurologia maluco".
O tucano afirmou acreditar que Djalma tenha "interesses políticos" na denúncia.
Segundo o prefeito, o lobista e seu advogado se reuniram recentemente com dois desafetos políticos do tucano --o ex-deputado Ary Kara e o engenheiro Chico Oiring, que integrou a coordenação de sua campanha em 2012 e acusa Junior de 'caixa dois'.
"É óbvio que há interesse político. Qual é o motivo de se envolver a Câmara numa denúncia dessa natureza? O único interesse é político".
Sobre os certames, Junior disse que não houve favorecimento à empresas. "Foi pregão, que oferece condição para toda empresa participar".
Blindagem. 
Diante das acusações, o prefeito afirmou que deve processar o denunciante.
"Tem que ter alguma punição legal a quem faz acusação e não consegue provar. Daqui a pouco, gestor público, secretário, vereador vai ser profissão de risco. O cidadão que denuncia sem prova provoca a imprensa, provoca investigação parlamentar. Essa conjectura é absurda", afirmou.
"Ser injustamente acusado significa impactar na sua vida privada, na sua família, naquilo que você se dispõe a empenhar. Não há nenhuma atividade humana isenta de falhas, há falhas, evidentemente, e o Ministério Público tem corrigido rumos, aperfeiçoado processos, e esse aperfeiçoamento é natural, é necessário. Uma simples acusação, absurda, coloca em evidência não só a mim, mas servidores de carreira".

Comissão não deve apurar sobrepreçoCarlos Peixoto admitiu ontem que a inclusão na CPI da denúncia de superfaturamento no contrato com a SHA, apresentada na semana passada pelo vereador Salvador Soares (PT), depende de avaliação do departamento jurídico da Câmara. "Vamos estudar com o jurídico para avaliar se deve ser investigado, pois não é citado no objeto da CPI".
Grupo abre mão de ouvir as empresasO presidente da CPI também disse ontem, após o depoimento do prefeito, que a comissão não deve ouvir as empresas citadas na denúncia. Anteriormente, o convite aos representantes das firmas era dado como certo. Questionadas anteriormente pela reportagem, a SHA Alimentos, a Sol Comércio e a Conam negaram as acusações.

CPI define os rumos na semana que vem
Segundo o presidente da CPI, o parlamentar Carlos Peixoto (PMDB), a comissão deve se reunir na próxima segunda-feira para definir se o relatório já será apresentado ou se ainda será necessário mais algum depoimento. Peixoto disse que a decisão caberá ao relator Jeferson Campos (PV). "Até agora, não temos prova nenhuma".
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