247 - O clima é de revolta no meio jornalístico. Havia praticamente a certeza de vitória pela 58ª Edição do Prêmio Esso de Jornalismo para a série de reportagens publicada pela revista Istoé sobre o chamado propinoduto tucano. As denúncias sobre o esquema de propina entre multinacionais, servidores públicos e políticos do PSDB em licitações do transporte ferroviário do Estado de São Paulo, no entanto, não receberam o prestígio dos jurados. O motivo: o júri era prodominantemente tucano, formado por profissionais ligados à revista Veja. O mais notório deles, Ricardo Setti, em vários momentos, desqualificou as reportagens, tratando-as como "irrelevantes".
No entanto, desde que a série começou a ser publicada, várias consequências práticas já ocorreram. A mais importante foi a abertura da investigação suíça, que foi engavetada durante dois anos pelo procurador Rodrigo de Grandis – aliás, ele próprio será investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por prevaricação. Além disso, R$ 60 milhões – repita-se SESSENTA MILHÕES DE REAIS – dos suspeitos foram bloqueados.
O escândalo de grandes proporções, que envolve principalmente as empresas Siemens e Alstom, ocorreu durante os governos tucanos de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin no Estado. As reportagens sobre o caso provocaram um dos maiores escândalos em governos ligados ao PSDB.
Entre os jurados da fase final, estavam Ricardo Setti, colunista de Veja, Marcus Emilio Gonçalves, ex-editor de Veja, José Marcio Mendonça, economista ligado ao PSDB, Kristina Michaellis, ex-Veja, e Matinas Suzuki, ex-Folha.
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