FARSA, FRAUDE E GOLPE:
EIS A DIREITA E O MENSALÃO!
DAVIS SENA FILHO
O nome é Henrique Pizzolato. Ele exerceu o cargo de
diretor de Marketing do Banco do Brasil, além de ser
um dos réus do "mensalão" do PT. Pizzolato, como tudo mundo
sabe, fugiu para a Itália porque considera sua pena injusta, de
caráter político e justamente por isso afirma, aos quatro ventos,
que teve sua defesa cerceada, prejudicada e por causa disso foi
condenado à prisão.
De acordo com Pizzolato e seus advogados, o ex-procurador-
geral da República, Roberto Gurgel, e a maioria dos juízes do STF,
à frente Joaquim Barbosa, recusaram-se a ler e analisar com isen-
ção os autos do processo, bem como engavetaram documentos que
comprovam que o dinheiro da Visanet (atual Cielo) recebido legal-
mente pelo PT não é dinheiro público, e, sim, privado.
Este fato é o X da questão e põe por terra a tese da oposição parti-
dária e midiática de direita, que sempre alardeou, incessantemente,
no decorrer de oito anos, que políticos e militantes importantes do
PT desviaram dinheiro público. Acusação que levou juízes conserva-
dores do STF a punir a grande maioria dos réus por formação de
quadrilha, crime que jamais foi provado e que está a ser questio-
nado em diversos segmentos da sociedade civil organizada.
Setores representativos da vida brasileira não embarcaram no show
da mídia dominante, que durante anos organizou uma verdadeira
pantomima para fazer do "mensalão" um instrumento político de
oposição contra os governantes trabalhistas que administram o Go-
verno Federal há 11 anos. Usaram sem trégua e sistematicamente
tal processo como ferramenta de desconstrução e desqualificação
do PT, o maior e mais importante partido da América Latina, que
implementou uma verdadeira revolução silenciosa social no País em
apenas uma década.
O campo conservador percebeu que jamais derrotaria o PT e seus
aliados pelas vias democráticas e eleitorais. Passaram, então, a tra-
tar do "mensalão", o do PT, como uma arma política para desmorali-
zar e criminalizar as imagens de personalidades históricas do partido
e do Brasil, e, consequentemente, beneficiar-se politicamente. O de-
bate nacional saiu da esfera dos projetos e programas dos governan-
tes trabalhistas, que estão a ser efetivados com sucesso há mais de
uma década, para se estabelecer, forçadamente e recorrentemente,
uma pauta de único assunto: o "mensalão".
Os magnatas bilionários da imprensa de negócios privados, que sone-
gam milhões de impostos, vivem da publicidade oficial e de emprés-
timos dos bancos estatais, além de serem cúmplices de golpes de
estado e de apoiarem ditadores, estabeleceram uma estratégia
draconiana, mas politicamente efetiva para manter o PT refém de
acusação de uma nota só e na berlinda até o julgamento final.
Para isso, amarraram-se alianças no Judiciário e no Ministério Público,
pois sabedores que a direita partidária, representada pelo PSDB, DEM
e PPS estava, indubitavelmente, derrotada e desmoralizada pelos oi-
tos anos de fracassos econômicos e privatizações extremamente da-
nosas à União, ao patrimônio da Nação e à emancipação do povo bra-
sileiro, que foi pilhado pelos homens do PSDB e do DEM que nunca
construíram nada, mas venderam o Brasil.
No governo do vendilhão tucano Fernando Henrique Cardoso — o Neo-
liberal I — aconteceu, sem sombra de dúvida, o maior escândalo eco-
nômico e financeiro da história recente do planeta. Não do Brasil, co-
mo a imprensa burguesa e mentirosa quer ainda imputar ao "mensa-
lão" do PT, mas do planeta. Pirataria aplicada na veia. Que isto fique
claro.
Trata-se de um mega-assalto de âmbito mundial e que, apesar dos
livros "A Privataria Tucana" e o "Príncipe da Privataria", a Procurado-
ria-Geral da República, os procuradores e os promotores até o mo-
mento não tiveram o bom senso, a lucidez de descruzar os braços,
desengavetar documentos e ir à luta, que se resume em defender
os interesses da sociedade. É isto que promotor faz: defender o
povo.
Defendê-lo, se possível, da forma mais republicana, e, obviamente,
parar de fazer política. Afinal não pertencer a partidos e não concor-
rer às eleições e assim mesmo usar o cargo e a instituição onde é
empregado para fazer política é definitivamente uma ação e condu-
ta
que deixa muito a desejar àqueles que têm por obrigação como
servidor público empregado da Nação de defender seus interesses.
E é exatamente isto que alguns procuradores e juízes não fazem.
Surreal! Ponto.
Durante o desgoverno do neoliberal FHC, a Nação brasileira foi dila-
pidada sem pena e misericórdia. Os fundamentalistas (lunáticos)
do mercado liderados pelo grão-tucano neoliberal cometeram e for-
malizaram o maior roubo de riquezas e do patrimônio público deste
País em todos os tempos. Um patrimônio sólido, construído no de-
correr de décadas de trabalho de sucessivas gerações de brasileiros,
que tiveram a tristeza, a decepção e a humilhação de verem o Brasil
vendido como se vende sacos de soja, milho e feijão nas bolsas de
cotações para produtos agrícolas.
Até hoje os tucanos, a exemplo de Luiz Carlos Mendonça de Barros,
Armínio Fraga e Pérsio Arida, dentre outros, andam por aí, serelepes,
a deitar falação com arrogância e insensatez sobre suas péssimas
ações quando governaram e deixaram o Brasil sob o jugo do FMI, do
Bird e de governos de países imperialistas, a exemplo dos Estados
Unidos e das potências europeias, que hoje pagam alto preço por
suas irresponsabilidades e leniências perante os mercados imobi-
liário e bancário.
Essa gente não se sente culpada por nada, porque quem comete desa-
tinos, de forma propositada, geralmente não tem sentimento de culpa,
ainda mais quando pertence à classe dominante, que, historicamente, considera seus crimes como um processo seletivo e natural, pois não
se preocupa com as condições de vida da maioria da população, bem
como nunca construiu nada neste País em termos de patrimônio público,
como também nunca concedeu coisa alguma ao povo, a não ser a exclu-
são social.
A direita herdeira e inquilina da Casa Grande que faz da fome e da men-
tira a dialética de sua existência e da usura e da violência seu modo de
ganhar a vida. É esse seu procedimento quando no poder, e continua
a sê-lo fora do poder, o que lhe causa inconformismo e ódio, que são
retratados nos meios de comunicação que lhes pertencem, pois usados
como canhões e metralhadoras contra todos aqueles que, porventura,
são considerados pela Casa Grande inimigos políticos a serem derro-
tados, porque contrários aos seus interesses de controle social.
Henrique Pizzolato está na Itália e anunciou que vai mostrar por inter-
médio de provas documentais o que realmente aconteceu no que diz
respeito à questão Visanet que os juízes do Supremo se recusaram a
analisar de forma republicana e justa. Juiz, antes de tudo, tem de
fazer justiça à vítima e também ao criminoso; ao acusador e ao acu-
sado, às partes envolvidas em um processo. E foi exatamente dessa
forma que a maioria dos juízes do STF não procedeu.
Resolveram fechar os olhos aos autos, à verdade e realizaram um
julgamento de exceção, essencialmente político e que tem por fina-
lidade colocar o PT, os seus membros e o Governo trabalhista de
Dilma Rousseff em uma condição de criminosos, avessos à legalida-
de e ao republicanismo. Nada mais perverso, traiçoeiro e mentiroso.
A verdade é que Dilma e Lula foram tão republicanos que ao invés
de escolherem juízes e procuradores que se identificassem com os
programas e os interesses de governos eleitos majoritariamente
pelo povo brasileiro, deixaram à vontade a categoria dos promoto-
res, os políticos e juristas divorciados do pensamento político e
ideológico do PT para escolherem os candidatos a serem nomeados.
E assim foi feito.
Lula e Dilma deram tiros nos pés. Não conheço presidente da Re-
pública que abra mão de escolher procuradores-gerais, juízes de
tribunais superiores, advogados da União, corregedores-gerais da
União, comandantes das Forças Armadas e diretores da Polícia
Federal. Somente os mandatários trabalhistas permitiram que pes-
soas alheias ao projeto de País do PT avalizado pelos eleitores
dessem sugestões ou até mesmo indicassem nomes para assumir
cargos de confiança do presidente, conforme reza a Constituição
de 1988.
Um erro estratégico inacreditável e de trágicas consequências e
que, incrivelmente, continuou a ser cometido no decorrer dos man-
datos de presidentes petistas. O Governo trabalhista deu comida
nas bocas dos lobos, que não se fizeram de rogados e utilizaram
o poder dos cargos do STF e da PGR para fazer política de oposição,
de direita, pois o PSDB, derrotado em três eleições, encontra-se
fragilizado e desmoralizado, pois não tem sequer programa de go-
verno para apresentar ao povo nas eleições de 2014. Se alguém
duvida, basta ouvir o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves. Simples-
mente ele não diz nada com coisa nenhuma, pois vazio de ideias e
propostas, bem ao estilo tucano.
Os programas sociais, os eventos grandiosos, as milhares de obras,
grandes e pequenas por todo o País, a construção e reconstrução da infraestrutura portuária, aeroportuária, rodoviária e ferroviária, o pré-
sal e o visível desenvolvimento econômico e financeiro de dezenas
de milhões de pessoas pertencentes às camadas mais pobres da
população são assuntos relegados ao segundo plano, quando a ver-
dade é que propiciar dignidade e condições de vida melhores ao povo
brasileiro deveria ser a pauta principal para debater o Brasil.
Contudo, o sistema midiático comercial e privado vai boicotar e sa-
botar até o fim dos dias os avanços sociais e econômicos efetivados
nos governos petistas. A imprensa alienígena se recusa a gerar infor-
mação para que todos os brasileiros saibam que o que está a aconte-
cer no Brasil é uma revolução silenciosa e que mudou o País conti-
nental para sempre.
Nada sai na televisão e nas diferentes mídias, a não ser apenas a
luta política, ideológica e partidária protagonizada pelo Governo
popular e pela oposição exemplificada em STF, PGR, PSDB, DEM,
PPS, e, por fim, os barões da imprensa burguesa, golpistas por
DNA e de carteirinha, pois se trata da classe empresarial mais
retrógrada, reacionária e sectária, dentre todas as classes ou ca-
tegorias patronais.
Nada é debatido. Apenas casos de corrupção verídicos ou não,
pois a grande imprensa de mercado transformou propositalmen-
te a política brasileira em uma novela de péssima qualidade de
conotação policial. Grande parte desses casos não foi compro-
vada e desmentida por falta de provas ou porque os acusadores
na verdade eram os envolvidos, como ocorreu com o senador do
DEM de Goiás, Demóstenes Torres, associado do bicheiro Carlinhos
Cachoeira, que era o "editor" e "pauteiro" das revistas Veja e
Época de Policarpo Jr e Eumano Silva. Então restou para a direita
o "mensalão", o do PT, porque o do PSDB ficou "escondido" por
15 anos nas gavetas de promotores e juízes e até hoje os envol-
vidos não foram julgados. Um acinte à inteligência alheia e à no-
ção de justiça intrínseca a cada cidadão.
Somente agora, de forma discreta, sai alguma coisa na imprensa
de mercado, que já tratou também de não mostrar os escândalos
da Siemens e da Alston como deveria fazê-lo, em que estão en-
volvidas as principais lideranças tucanas, nas pessoas de José
Serra, Geraldo Alckmin, além do falecido Mário Covas. Gilberto
Kassab, que era do DEM e hoje é do PSD e aliado histórico do
PSDB paulista, também está envolvido e tenta, de alguma forma,
não se transformar em um cadáver político.
Henrique Pizzolato está na Itália e já afirmou que vai provar sua
inocência e divulgar, por exemplo, que a Globo é uma das benefi-
ciadas do dinheiro da Visanet. Dos R$ 73,8 milhões, a Globo rece-
beu R$ 5,5 milhões, mas mesmo assim tal fato importante nunca
foi repercutido e muito menos o senhor prevericador Roberto Gurgel
e os juízes do STF, à frente Joaquim Barbosa, debruçaram-se sobre
essa questão de forma que administradores de tal empresa de con-
cessão pública fossem também denunciados e punidos.
É o Judiciário do "um peso e duas medidas". Não houve desvio de
dinheiro público do Banco do Brasil para a DNA Propaganda. A Visa-
net (Cielo) era empresa da iniciativa privada, com sócios majoritá-
rios privados e cujo dinheiro foi repassado de forma legal, docu-
mentado, como comprovam os autos do inquérito que foi proposi-
talmente engavetado para que o PT fosse criminalizado e alguns
de seus integrantes denunciados, julgados e depois presos.
Pizzolato pode reverter o quadro na Itália. O ex-executivo do BB
não tinha os poderes de decisão a ele imputados. Ele era apenas
um dos membros do comitê de marketing do banco, além de ser
o único petista, porque os outros eram membros nomeados no Go-
verno do neoliberal FHC. Somente Pizzolato foi acusado e punido
pelos juízes conservadores e políticos do STF.
O resto é fantasia e estratégia da imprensa entreguista e coloniza-
da para combater os trabalhistas que estão no poder há 11 anos,
bem como favoritos a vencer as eleições presidenciais de 2014. Os
juízes do STF devem a verdade à Nação. O Judiciário brasileiro é
um dos responsáveis pela exclusão social, porque não faz justiça
e comete erros graves contra a cidadania e a ordem legal e consti-
tucional. Farsa, fraude e golpe: eis a alma da direita e o mensalão!
É isso aí.
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