247 – Calcula-se entre US$ 40 bilhões e US$ 60 bilhões de dólares
o volume de reservas brasileiras lançadas ao mercado durante a
gestão do economista Gustavo Franco na presidência do Banco
Central. Entre 1997 e 1999, especialmente na virada de 98 para 99,
Franco procurou manter o regime de paridade entre o real e o dólar
a custo de injetar grossas quantidades do dinheiro americano em
poder no Brasil em leilões diários.
Ao final desse processo, o País estava com bilhões de dólares a
menos em reservas e estabeleceu-se, pelo mercado, uma desva-
lorização de mais de 60% do real sobre o dólar. Sabe-se hoje que
todo aquele gasto foi inútil. Retirado do Banco Central pelo então
presidente Fernando Henrique Cardoso, Franco viu seu sucessor, o
economista Armínio Fraga, catapultar, como seu primeiro ato, a taxa
de juros básica da economia para mais de 40%.
Ficou a impressão generalizada que Franco presidiu um BC de faz
de conta, assentado em bases falsas como a paridade cambial e
uma taxa de juros sem credibilidade. Nos últimos tempos, o mesmo
Gustavo Franco tem dado seguidos palpites sobre o momento da
economia (como este
aqui).
Nesta quinta-feira 31, mais que um pitaco, deu um verdadeiro
mostrou os dentes ao ex-presidente Lula e sugeriu: "Por que não
te calas?".
Segundo Gustavo Franco, "a estabilização não foi feita por Lula,
mas APESAR dele". O petista, segundo sua crítica, faz "apropriação
indébita", - "pior que oportunismo", escreve – ao falar da estabili-
zação e do tripé macroeconômico "como se tivesse sido ele o
inventor". O economista diz ainda que Lula e o PT "sabotaram o
Plano Real até onde puderam, mas fracassaram em atrapalhar o
suficiente".
As afirmações são respostas aos ataques de Lula à gestão econômica
de seu antecessor. Nesta quarta-feira 30, ao criticar a ex-senadora
Marina Silva, o ex-presidente declarou que hoje o País tem mais
estabilidade em todos os níveis do que quando ele entrou no gover-
no, em 2003, junto com ela, que era sua ministra. "Ela deve se es-
quecer que em 1998 a política cambial fez esse país quebrar três
vezes. (...) Nunca tivemos tanto tempo de estabilidade econômica
como temos agora", disse Lula.
O guru de FHC rebate: "O país se tranquilizou quanto à economia
quando ele, Lula, adotou as políticas macroeconômicas de FHC, que
sempre atacou". O economista responde ainda que "o país não
quebrou em 1998, quando enfrentou uma crise parecida com a de
2008". E justifica: "E a política cambial de 1994-98, tão fundamental
para o sucesso da estabilização, nada teve que ver com a crise, que
vem de fora, como a de 2008".
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