segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

BANANA DA GLOBO NEWS PREGA O ASSASSINATO

Mais um saboroso texto do jornalista Paulo Nogueira sobre 

seus ex-colegas, hoje militantes da uma imprensa partidária 

e aética: 


Manhattan Disconnection



Postado em 24 Jan 2012
http://youtu.be/kH3oThn1l7g


Caio Blinder é boa gente.
Me lembro dele, em algumas ocasiões, na redação da Exame, na década de 1990.  Ele já morava fora, e nas visitas ao Brasil aproveitava para combinar alguns frilas.
Como entender, então, as barbaridades que ele disse no programa Manhattan Connection?
Antes de mais nada: jamais assisti uma única vez o programa. As cenas que vi foram postadas no Facebook.
Caio tinha, no passado, um papel inglório no programa. Ele era o alter ego de Paulo Francis. Isso, na prática, significava que ele era a favor daquilo que era atacado por Francis e contra o que Francis defendia.
Ou seja: Caio era pago para fazer sombra para Paulo Francis.
A única explicação que encontro para as pataquadas de Caio está exatamente nesse passado em que ele abdicava de suas próprias idéias para rechaçar as de Francis, fossem quais fossem. Apoiar o assassinato de cientistas do Irã supostamente envolvidos num programa nuclear é ir contra todos os preceitos da civilização.
Caio vive nos Estados Unidos, o país que jogou duas bombas atômicas no Japão quando Hitler já se matara e a guerra estava ganha, em agosto de 1945.  Em Hiroxima, a bomba caiu numa manhã, quando milhares de crianças saíam de casa para ir à escola.
A bomba atômica é um horror.  Por décadas, na Guerra Fria, a humanidade viveu intimidada, apavorada com a possibilidade de um holocausto nuclear provocado pelos Estados Unidos e pela União Soviética. Um dinheiro incalculável foi gasto não para combater a pobreza e a miséria, mas para produzir armas capazes de dizimar a humanidade. (A União Soviética acabaria quebrando por causa disso, e os Estados Unidos seguem o mesmo caminho.)
Einstein foi quem animou o presidente americano Franklin Roosevelt a correr atrás de uma bomba atômica. Teria sido defensável matar Einstein antes que ele convencesse Roosevelt? Pela estranha lógica de Caio Blinder, sim.
“Às vezes, quando penso nas coisas que falei, sinto inveja dos mudos”, escreveu Sêneca.
Imagino que Caio, um bom cara, repito, vai sentir algo parecido quando, de volta a seu juízo normal, ouvir aquilo que disse.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/manhattan-disconnection/

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