O chororô de O Globo porque o governo Dilma
vai bem no social
02 jan 2014/2 Comentários/ Blog do Zé /Por Equipe do Blog
“Dilma vai bem no social e mal na economia”. Esta é a manchete do alto da 1ª página de O Globo
hoje, com matérias ocupando duas páginas internas sobre o assunto. Nenhuma novidade em se tra-
tando do jornalão carioca, sua linha editorial é sempre esta: priorizar a economia, o mercado e rele-
gar o avanço social à última de suas prioridades. No caso hoje, ainda que nas entrelinhas das ma-
térias publicadas a respeito, é visível a contrariedade do Globo com a prioridade dada à área social
pela gestão Dilma Rousseff.
Esta manchete principal do jornal – que mais se assemelha a título de editorial – chama para o ba-
lanço que O Globo publica hoje, pelo qual, em sua avaliação, de 46 metas (mensuráveis) do gover-
no Dilma, 24 já foram alcançadas ou devem ser até dezembro deste novo ano e 22 estão em ritmo
lento e não devem ser cumpridas. O jornal é obrigado a reconhecer – e o faz – que a redução da
miséria e do desemprego são pontos fortes do governo Dilma, mas registra que “as reformas não
avançam e o crescimento do PIB deve ser o menor desde o governo Collor” (1990-1992).
O jornal bate nessa tecla, de que o pior desempenho do governo Dilma se dá no crescimento eco-
nômico e nas propostas de reforma política e tributária. Já os maiores avanços, estão na queda da
miséria e do desemprego, além da criação de moradias no Minha Casa, Minha Vida. O material
afirma, ainda, que o MST terminou 2013 com o menor número de invasões de terra em 11 anos de
governos do PT. Foram 110, a maior trégua dada pelo movimento desde 2002, ano da 1ª eleição
do presidente Lula, levantou o jornalão.
Estadão fala de “guerra psicológica” como se não fosse um de seus fomentadores
Já O Estado de S.Paulo esperou poucos dias para já vir com contundente críticas à presidenta
Dilma por sua mensagem de final de ano em rede de rádio e TV. Sob o título “Uma retórica peri-
gosa”, o Estadão dedicou seu principal editorial do 1º dia do ano a este pronunciamento da che-
fe do Estado, no qual ela denunciou que o governo é vítima de uma “guerra psicológica” e adver-
tiu à nação de que isto pode ser prejudicial aos investimentos.
“Sem nada melhor para explicar e justificar a inflação alta, a estagnação econômica, a piora das
finanças públicas e a deterioração das contas externas, a presidente Dilma Rousseff inventou
uma estapafúrdia “guerra psicológica” de “alguns setores” contra o governo. Se esses “setores”
criarem uma “desconfiança injustificada” em relação à política econômica, poderão, segundo ela,
inibir investimentos”, começa o editorial.
“A presidente – aconselha o jornalão – deveria ter mais cuidado com seus marqueteiros, conheci-
dos pelos maus conselhos e por sua perigosa influência nas decisões – quase sempre de inspi-
ração eleitoreira – tomadas pelo Executivo. Mas sobra uma dúvida: e se, desta vez, a turma do
marketing for inocente de mais essa experiência ridícula vivida por sua cliente? Nesse caso, ela
deveria ter mais cuidado com os próprios impulsos e pesar mais suas palavras, imaginando co-
mo reagirá um espectador medianamente inteligente e razoavelmente informado. Detalhe relevan-
te: pesar mais as palavras antes de pronunciá-las.”
Para jornal, presidenta recorreu a “retórica totalitária”
Para o jornalão paulista “o sentido mais perverso dessa expressão aparece quando se culpam
“alguns setores” pela inibição de investimentos. Esse é um velho e bem conhecido vício da retó-
rica totalitária: apresentar os críticos como inimigos da pátria. Falta ver se o discurso de fim de
ano terá sido o começo de uma escalada”, conclui o texto do Estadão.
Retórica totalitária? E que escalada? A presidenta da República simplesmente afirmou na rede
de rádio e TV o que os brasileiros estão fartos de saber: há “guerra psicológica”, sim, contra o
governo, quando torcem pelo aumento da inflação, desequilíbrio das contas públicas, corte de
investimento, mudança da política de pleno emprego no país, arrocho salarial…Guerra psicoló-
gica ostensiva, estampada diariamente nos jornais, da qual o Estadão mesmo é um dos princi-
pais porta-vozes. Como sempre demonstrava aqui no blog, o ex-ministro José Dirceu.