domingo, 26 de janeiro de 2014

RESPOSTAS AOS INIMIGOS DO BRASIL, COM OU SEM A COPA


Vai ter Copa: argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil

Vai ter Copa: argumentos para enfrentar quem torce contra o Brasil

Como a desinformação alimenta o festival de besteiras ditas contra a Copa 

do Mundo de Futebol no Brasil.

A veja, anti-Brasil, errou por "apenas" 25 anos...





Profetas do pânico: os gupos que patrocinam a campanha anticopa
 
Existe uma campanha orquestrada contra a Copa do Mundo no Brasil. A torcida 
para que as coisas deem errado é pequena, mas é barulhenta e até agora tem 
sido muito bem sucedida em queimar o filme do evento.

Tiveram, para isso, uma mãozinha de alguns governos, como o do estado do 
Paraná e da prefeitura de Curitiba, que deram o pior de todos exemplos ao aban-
donarem seus compromissos com as obras da Arena da Baixada, praticamente comprometida como sede.

A arrogância e o elitismo dos cartolas da Fifa também ajudaram. Aliás, a velha 
palavra “cartola” permanece a mais perfeita designação da arrogância e do eli-
tismo de muitos dirigentes de futebol do mundo inteiro.

Mas a campanha anticopa não seria nada sem o bombardeio de informação 
podre patrocinado pelos profetas do pânico.

O objetivo desses falsos profetas não é prever nada, mas incendiar a opinião 
pública contra tudo e contra todos, inclusive contra o bom senso.

Afinal, nada melhor do que o pânico para se assassinar o bom senso.

Como conseguiram azedar o clima da Copa do Mundo no Brasil

O grande problema é quando os profetas do pânico levam consigo muita gente 
que não é nem virulenta, nem violenta, mas que acaba entrando no clima de re-
plicar desinformações, disseminar raiva e ódio e incutir, em si mesmas, a des-
crença sobre a capacidade do Brasil de dar conta do recado.

Isso azedou o clima. Pela primeira vez em todas as copas, a principal preocupa-
ção do brasileiro não é se a nossa seleção irá ganhar ou perder a competição.

A campanha anticopa foi tão forte e, reconheçamos, tão eficiente que provocou 
algo estranho. Um clima esquisito se alastrou e, justo quando a Copa é no Bra-
sil, até agora não apareceu aquela sensação que, por aqui, sempre foi equivalen-
te à do Carnaval.

Se depender desses Panicopas (os profetas do pânico na Copa), essa será a 
mais triste de todas as copas.

“Hello!”: já fizemos uma copa antes

Até hoje, os países que recebem uma Copa tornam-se, por um ano, os mai-
ores entusiastas do evento. Foi assim, inclusive, no Brasil, em 1950. Sediamos 
o mundial com muito menos condições do que temos agora.

Aquela Copa nos deixou três grandes legados. O primeiro foi o Maracanã, o ma-
ior estádio do mundo – que só ficou pronto faltando poucos dias para o início 
dos jogos.

O segundo, graças à derrota para o Uruguai (“El Maracanazo”), foi o eterno me-
do que muitos brasileiros têm de que as coisas saiam errado no final e de o Bra-
sil dar vexame diante do mundo - o que Nélson Rodrigues apelidou de “complexo 
de vira-latas”,  a ideia de que o brasileiro nasceu para perder, para errar, para so-
frer.

O terceiro legado, inestimável, foi a associação cada vez mais profunda entre o 
futebol e a imagem do país. O futebol continua sendo o principal cartão de visitas 
do Brasil – imbatível nesse aspecto.

O cartunista Henfil, quando foi à China, em 1977, foi recebido com sorrisos no 
rosto e com a única palavra que os chineses sabiam do Português: “Pelé” (está 
no livro “Henfil na China”, de 1978).

O valor dessa imagem para o Brasil, se for calculada em campanhas publicitárias 
para se gerar o mesmo efeito, vale uma centena de Maracanãs. 

Desinformação #1: o dinheiro da Copa vai ser gasto em estádios e em jo-
gos de futebol, e isso não é importante

O pior sobre a Copa é a desinformação. É da desinformação que se alimenta o 
festival de besteiras que são ditas contra a Copa.

Não conheço uma única pessoa que fale dos gastos da Copa e saiba dizer quan-
to isso custará para o Brasil. Ou, pelo menos, quanto custarão só os estádios. 
Ou que tenha visto uma planilha de gastos da copa.

A “Copa” vai consumir quase 26 bilhões de reais.

A construção de estádios (8 bi) é cerca de 30% desse valor.

Cerca de 70% dos gastos da Copa não são em estádios, mas em infraestrutu-
ra, serviços e formação de mão de obra.

Os gastos com mobilidade urbana praticamente empatam com o dos estádios.

O gastos em aeroportos (6,7 bi), somados ao que será investido pela iniciativa 
privada (2,8 bi até 2014) é maior que o gasto com estádios.

O ministério que teve o maior crescimento do volume de recursos, de 2012 pa-
ra 2013, não foi o dos Esportes (que cuida da Copa), mas sim a Secretaria da 
Aviação Civil (que cuida de aeroportos).

Quase 2 bi serão gastos em segurança pública, formação de mão de obra e ou-
tros serviços.

Ou seja, o maior gasto da Copa não é em estádios. Quem acha o contrário es-
tá desinformado e, provavelmente, desinformando outras pessoas.

Desinformação #2: se deu mais atenção à Copa do que a questões mais importantes

Os atrasos nas obras pelo menos serviram para mostrar que a organização do 
evento não está isenta de problemas que afetam também outras áreas. De to-
do modo, não dá para se dizer que a organização da Copa teve mais colher de 
chá que outras áreas. 

Certamente, os recursos a serem gastos em estádios seriam úteis a outras áreas. 
Mas se os problemas do Brasil pudessem ser resolvidos com 8 bi, já teriam sido.

Em 2013, os recursos destinados à educação e à saúde cresceram. Em 2014, 
vão crescer de novo. 

Portanto, o Brasil não irá gastar menos com saúde e educação por causa da Co-
pa. Ao contrário, vai gastar mais. Não por causa da Copa, mas independente-
mente dela.

No que se refere à segurança pública, também haverá mais recursos para a área. 
Aqui, uma das razões é, sim, a Copa.

Dados como esses estão disponíveis na proposta orçamentária enviada pelo Exe-
cutivo e aprovada pelo Congresso (nas referências ao final está indicado onde en-
contrar mais detalhes).  

Se alguém quiser ajudar de verdade a melhorar a saúde e a educação do país, ao 
invés de protestar contra a Copa, o alvo certo é lutar pela aprovação do Plano 
Nacional de Educação, pelo cumprimento do piso salarial nacional dos professores, 
pela fixação de percentuais mais elevados e progressivos de financiamento público 
para a saúde e pela regulação mais firme sobre os planos de saúde.

Se quiserem lutar contra a corrupção, sugiro protestos em frente às instâncias do 
Poder Judiciário, que andam deixando prescrever crimes sem o devido julgamen-
to, e rolezinhos diante das sedes do Ministério Público em alguns estados, que an-
dam com as gavetas cheias de processos, sem dar a eles qualquer andamento.

Marchar em frente aos estádios, quebrar orelhões públicos e pichar veículos em concessionárias não tem nada a ver com lutar pela saúde e pela educação.

Os estádios, que foram malhados como Judas e tratados como ícones do des-
perdício, geraram, até a Copa das Confederações, 24,5 mil empregos diretos. 
Alto lá quando alguém falar que isso não é importante.

Será que o raciocínio contra os estádios vale para a também para a Praça da 
Apoteose e para todos os monumentos de Niemeyer? Vale para a estátua do 
Cristo Redentor? Vale para as igrejas de Ouro Preto e Mariana? 

Havia coisas mais importantes a serem feitas no Brasil, antes desses monumen-
tos extraordinários. Mas o que não foi feito de importante deixou de ser feito 
porque construíram o bondinho do Pão-de-Açúcar? 

Até mesmo para o futebol, o jogo e o estádio são, para dizer a verdade, um 
detalhe menos importante. No fundo, estádios e jogos são apenas formas para 
se juntar as pessoas. Isso sim é muito importante. Mais do que alguns imaginam. 

Desinformação #3: O Brasil não está preparado para sediar o mundial e 
vai passar vexame

Se o Brasil deu conta da Copa do Mundo em 1950, por que não daria conta ago-
ra? 

Se realizou a Copa das Confederações no ano passado, por que não daria conta 
da Copa do Mundo? 

Se recebeu muito mais gente na Jornada Mundial da Juventude, em uma só cida-
de, porque teria dificuldades para receber um evento com menos turistas, e espa-
lhados em mais de uma cidade?

O Brasil não vai dar vexame, quando o assunto for segurança, nem diante da Ale-
manha, que se viu rendida quando dos atentados terroristas em Munique, nos Jo-
gos Olímpicos de Verão de 1972; nem diante dos Estados Unidos, que sofreu 
atentados na Maratona Internacional de Boston, no ano passado.

O Brasil não vai dar vexame diante da Itália, quando o assunto for a maneira co-
mo tratamos estrangeiros, sejam eles europeus, americanos ou africanos.

O Brasil não vai dar vexame diante da Inglaterra e da França, quando o assunto 
for racismo no futebol. Ninguém vai jogar bananas para nenhum jogador, a não 
ser que haja um Panicopa no meio da torcida. 

O Brasil não vai dar vexame diante da Rússia, quando o assunto for respeito à di-
versidade e combate à homofobia.

O Brasil não vai dar vexame diante de ninguém quando o assunto for manifesta-
ções populares, desde que os governadores de cada estado convençam seus comandantes da PM a usarem a inteligência antes do spray de pimenta e a evi-
tar a farra das balas de borracha.

Podem ocorrer problemas? Podem. Certamente ocorrerão. Eles ocorrem todos 
os dias. Por que na Copa seria diferente? A grande questão não é se haverá pro-
blemas. É de que forma nós, brasileiros, iremos lidar com tais problemas.

Desinformação #4: os turistas estrangeiros estão com medo de vir ao 
Brasil 

De tanto medo do Brasil, o turismo para o Brasil cresceu 5,6% em 2013, acima 
da média mundial. Foi um recorde histórico (a última maior marca havia sido em 
2005).

Recebemos mais de 6 milhões de estrangeiros. Em 2014, só a Copa deve trazer 
meio milhão de pessoas. 

De quebra, o Brasil ainda foi colocado em primeiro lugar entre os melhores países 
para se visitar em 2014, conforme o prestigiado guia turístico Lonely Planet 
(“Best in Travel 2014”, citado nas referências ao final).

Adivinhe qual uma das principais razões para a sugestão? Pois é, a Copa.


Desinformação #5: a Copa é uma forma de enganar o povo e desviá-lo 
de seus reais problemas

O Brasil tem de problemas que não foram causados e nem serão resolvidos 
pela Copa.

O Brasil tem futebol sem precisar, para isso, fazer uma copa do mundo. E a 
maioria assiste aos jogos da seleção sem ir a estádios. 

Quem quiser torcer contra o Brasil que torça. Há quem não goste de futebol, 
é um direito a ser respeitado. Mas daí querer dar ares de “visão crítica” é piada.

Desinformação #6: muitas coisas não ficarão prontas antes da Copa, o 
que é um grave problema

É verdade, muitas coisas não ficarão prontas antes da Copa, mas isso não é 
um grave problema. Tem até um nome: chama-se “legado”.

Mas, além do legado em infraestrutura para o país, a Copa provocou um ou-
tro, imaterial, mas que pode fazer uma boa diferença. 

Trata-se da medida provisória enviada por Dilma e aprovada pelo Congresso 
(entrará em vigor em abril deste ano), que limita o tempo de mandato de diri-
gentes esportivos.

A lei ainda obrigará as entidades (não apenas de futebol) a fazer o que nunca 
fizeram: prestar contas, em meios eletrônicos, sobre dados econômicos e fi-
nanceiros, contratos, patrocínios, direitos de imagem e outros aspectos de 
gestão. Os atletas também terão direito a voto e participação na direção. Se-
ria bom se o aclamado Barcelona, de Neymar, fizesse o mesmo.

Estresse de 2013 virou o jogo contra a Copa

Foi o estresse de 2013 que virou o jogo contra a Copa. Principalmente quan-
do aos protestos se misturaram os críticos mascarados e os descarados.

Os mascarados acompanharam os protestos de perto e neles pegaram caro-
na, quebrando e botando fogo. Os descarados ficaram bem de longe, noti-
ciando o que não viam e nem ouviam; dando cartaz ao que não tinha cartaz; 
fingindo dublar a “voz das ruas”, enquanto as ruas hostilizavam as emissoras, 
os jornalões, as revistinhas e até as coitadas das bancas.

O fato é que um sentimento estranho tomou conta dos brasileiros. Diferen-
temente de outras copas, o que mais as pessoas querem hoje saber não é 
a data dos jogos, nem os grupos, nem a escalação dos times de cada sele-
ção.  

A maioria quer saber se o país irá funcionar bem e se terá paz durante a 
competição. Estranho. 

É quase um termômetro, ou um teste do grau de envenenamento a que 
uma pessoa está acometida. Pergunte a alguém sobre a Copa e ouça se ela 
fala dos jogos ou de algo que tenha a ver com medo. Assim se descobre se 
ela está empolgada ou se sentou em uma flecha envenenada deixada por 
um profeta do apocalipse.

Todo mundo em pânico: esse filme de comédia a gente já viu

Funciona assim: os profetas do pânico rogam uma praga e marcam a data 
para a tragédia acontecer. E esperam para ver o que acontece. Se algo “pre-
visto” não acontece, não tem problema. A intenção era só disseminar o pâni-
co e o baixo astral mesmo.

O que diziam os profetas do pânico sobre o Brasil em 2013?  Entre outras 
coisas:

Que estávamos à beira de um sério apagão elétrico.

Que o Brasil não conseguiria cumprir sua meta de inflação e nem de superá-
vit primário.

Que o preço dos alimentos estava fora de controle.

Que não se conseguiria aprontar todos os estádios para a Copa das Confe-
derações.

O apagão não veio e as termelétricas foram desligadas antes do previsto. A 
inflação ficou dentro da meta. A inflação de alimentos retrocedeu. Todos os 
estádios previstos para a Copa das Confederações foram entregues.

Essas foram as profecias de 2013. Todas furadas.

Cada ano tem suas previsões malditas mais badaladas. Em 2007 e 2008, a 
mesma turma do pânico dizia que o Brasil estava tendo uma grande epide-
mia de febre amarela. Acabou morrendo mais gente de overdose de vacina 
do que de febre amarela, graças aos profetas do pânico.

Em 2009 e 2010, os agourentos diziam que o Brasil não estava preparado 
para enfrentar a gripe aviária e nem a gripe “suína”, o H1N1. Segundo esses 
especialistas em catástrofes, os brasileiros não tinham competência nem es-
trutura para lidar com um problema daquele tamanho. Soa parecido com o 
discurso anticopa, não?

O cataclismo do H1N1 seria gravíssimo. Os videntes falavam aos quatro can-
tos que não se poderia pegar ônibus, metrô ou trem, tal o contágio. Não se 
poderia ir à escola, ao trabalho, ao supermercado. Resultado? Não houve epi-
demia de coisa alguma.

Mas os profetas do pânico não se dão por vencidos. Eles são insistentes (e 
chatos também). Quando uma de suas profecias furadas não acontece, eles simplesmente adiam a data do juízo final, ou trocam de praga.

Agora, atenção todos, o próximo fim do mundo é a Copa. “Imagina na Copa” 
é o slogan. E há muita gente boa que não só reproduz tal slogan como perde 
seu tempo e sua paciência acreditando nisso, pela enésima vez. 

Para enfrentar o pessoal que é ruim da cabeça ou doente do pé

O pânico é a bomba criada pelos covardes e pulhas para abater os incautos, 
os ingênuos e os desinformados.

Só existe um antídoto para se enfrentar os profetas do pânico. É combater 
a desinformação com dados, argumentos e, sobretudo, bom senso, a prin-
cipal vítima da campanha contra a Copa.

Informação é para ser usada. É para se fazer o enfrentamento do debate. 
Na escola, no trabalho, na família, na mesa de bar.

É preciso que cada um seja mais veemente, mais incisivo e mais altivo que 
os profetas do pânico. Eles gostam de falar grosso? Vamos ver como se 
comportam se forem jogados contra a parede, desmascarados por uma 
informação que desmonta sua desinformação.

As pessoas precisam tomar consciência de que deixar uma informação er-
rada e uma opinião maldosa se disseminar é como jogar lixo na rua. 

Deixar envenenar o ambiente não é um bom caminho para melhorar o país.

A essa altura do campeonato, faltando poucos meses para a abertura do 
evento, já não se trata mais de Fifa. É do Brasil que estamos falando.

É claro que as informações deste texto só fazem sentido para aqueles para 
quem as palavras “Brasil” e “brasileiros” significam alguma coisa.

Há quem por aqui nasceu, mas não nutre qualquer sentimento nacional, 
qualquer brasilidade; sequer acreditam que isso existe. Paciência. São os 
que pensam diferente que têm que mostrar que isso existe sim.

Ter orgulho do país e torcer para que as coisas deem certo não deve ser 
confundido com compactuar com as mazelas que persistem e precisam 
ser superadas. É simplesmente tentar colocar cada coisa em seu lugar.

Uma das maneiras de se colocar as coisas no lugar é desmascarar oportu-
nistas que querem usar da pregação anticopa para atingir objetivos que 
nunca foram o de melhorar o país.

O pior dessa campanha fúnebre não é a tentativa de se desmoralizar go-
vernos, mas a tentativa de desmoralizar o Brasil.

É preciso enfrentar, confrontar e vencer esse debate. É preciso mostrar 
que esse pessoal que é profeta do pânico é ruim da cabeça ou doente do 
pé.

(*) Antonio Lassance é doutor em Ciência Política e torcedor da Seleção 
Brasileira de Futebol desde sempre.
http://www.cartamaior.com.br/?%2FColuna%2FVai-ter-Copa-argu-
mentos-para-enfrentar-quem-torce-contra-o-Brasil

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