No sábado, dia 26/10, trouxe a matéria da parte de baixo da foto, sobre a proposta que Dilma fez de um foro mundial para discutir a criminosa conduta do governo norte-americano "e a faz quando a cada dia novas vozes no mundo somam-se à crítica das ações ilegais de espionagem levadas a cabo pela NSA - Agencia de Segurança Nacional dos Estados Unidos a cidadãos, empresas e dirigentes políticos de vários países".
O jornal afirma que tal encontro entre chefes-de-Estado, acadêmicos e representantes da sociedade civil poderia acontecer em abril de 2014, no Brasil. Para tanto, Dilma conta com o apoio de Fadi Chehadé, presidente da Corporação da Internet para Atribuição de Nomes e Números, organismo que controla a rede mundial. A desculpa dada para tais escutas ilegais, de que serviriam para proteger contra o terrorismo, não justifica, segundo Roussef, que seu próprio correio pessoal e o da primeira-ministra alemã Angela Merkel tenham sido violados, afima a matéria.
Hoje, dia 27, o mesmo jornal revela que as delegações de Brasil e Alemanha junto às Nações Unidas estão trabalhando na redação de um projeto de regulação que vise "proteger a privacidade na rede", e que já teria recebido o apoio de cerca de vinte países "segundo fontes diplomáticas citadas por vários meios de comunicação estadunidenses". El Pais acrescenta que "trata-se da primeira iniciativa de caráter internacional para tentar dar uma resposta às práticas de vigilância indiscriminada por parte dos EUA, que nos últimos anos têm causado uma indignação generalizada entre seus aliados depois de ser revelada pela mídia".
Portanto, ainda que discretamente, a diplomacia brasileira está trabalhando para formar um consenso internacional contrário aos abusos dos EUA, e de qualquer outro país, sob o pretexto de prevenir o terrorismo, mas que acabam servindo a interesses econômicos e geopolíticos. Todos reconhecem que uma resolução da ONU não terá poder de controlar a espionagem norte-americana (toda espionagem em país estrangeiro é, por princípio, feita à margem das leis internacionais). Mas criará um constrangimento ao governo Obama, que tem um discurso formalmente favorável ao respeito entre as nações, à liberdade de expressão e das comunicações.
El País, de hoje 27/10/2013: "Espanha tutelada (e espiada) pelos Estados Unidos"
Texto: A. Barbosa Filho
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