quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O "NOVO" VAN GOGH DESCOBERTO EM 2013

O Museu Van Gogh, de Amsterdã, recebe anualmente centenas de milhares de visitantes de todo o mundo que desejam conhecer e reverenciar o genial pintos holandês que, em apenas dez anos de atividade, produziu uma obra revolucionária. Embora não reconhecida em seu tempo, a arte de Vincent Van Gogh cresce no respeito dos especialistas, em popularidade e influência sobre artistas que vieram depois dele.
Todos sabem que Vincent só vendeu um quadro enquanto viveu, para seu irmão Theo, que era negociante de Arte em Paris e tentava inutilmente colocar o trabalho do pintor no mercado. Van Gogh viveu e morreu pobre, praticamente sustentado pelo irmão, até suicidar-se aos 37 anos de idade, em 1890. Ironicamente, hoje seus quadros estão entre os mais valorizados do mundo: "Noite Estrelada" está avaliado em 345 milhões de dólares; e "Retrato do Dr. Gachet" foi arrematado em leilão pelo empresário japonês Ryoli Saito, ainda em 1990, por 148,3 milhões de dólares.

"Noite Estrelada", de Van Gogh, 1889.

Mas o tema deste post é o quadro de Van Gogh que acaba de ter confirmada a sua autenticidade, depois de anos de pesquisas e depois de ter ficado abandonado desde 1901, por seu dono na Noruega. O próprio Museu havia negado a autenticidade da obra nos anos 90, mas pesquisadores insistiram numa nova análise com os mais modernos recursos tecnológicos e críticos.

"Por-do-Sol em Montmajour" teve examinadas detalhadamente, no microscópio, a tela e as tintas utilizadas, inclusive o padrão de descoloração, comparados com outros quadros de Van Gogh. O estilo, a técnica e a assinatura também foram comparados com outros trabalhos do mesmo período - na mesma fase de Arles, no sul da França, Van Gogh pintou alguns girassóis, a "Casa Amarela" e outras obras. 

Detalhe das ruínas de uma abadia, em poucas pinceladas, ajudaram a confirmar a localização da paisagem.

A tela é grande para os padrões do pintor - 93,3 por 73,3 centímetros - e foi mencionada em duas cartas de Vincent a seu irmão Theo. Para confirmar os pigmentos utilizados e outros detalhes, os técnicos mais qualificados do Museu van Gogh chegaram a consultar o Museu de Belas Artes de Boston, nos Estados Unidos, e outros que possuem obras do pintor.
Visitei o Museu com amigas brasileiras, e um dos pontos alto da visita, naturalmente, foi ver o quadro exposto pela primeira vez em mais de cem anos como um autêntico Van Gogh. A exposição geral que está instalada tem o tema "Van Gogh no Trabalho", organizada para mostrar as condições e métodos de trabalho do pintor. São cerca de 200 trabalhos, entre pinturas e desenhos (alguns fantásticos, que merecem outro post), cadernos originais, tubos de tinta e a única paleta sobrevivente usada por Van Gogh, vinda do Museu d'Orsay, de Paris.


A tela recém-descoberta de Van Gogh, tal como está exposta em Amsterdã.

(texto: Antonio Barbosa Filho)


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