247 – Depois de deixar em aberto a possibilidade de se candidatar
no futuro à Presidência do Brasil, o presidente do STF, Joaquim
Barbosa, já desperta especulações para 2014. Segundo o colunista
da Folha Fernando Rodrigues, ele pode apoiar um candidato nas
próximas eleições de olho em um cargo na administração federal.
Leia:
As possibilidades de Joaquim
BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, admitiu na segunda- feira que poderá, no futuro, seguir
uma carreira político-eleitoral, inclusive como candidato a presidente
da República.
Foi a primeira vez que Joaquim Barbosa falou em público dessa forma.
Em entrevistas recentes, preferia dar respostas indicando desinteresse
pela política.
"Tenho um temperamento que não se adapta bem à política. Isso
porque eu falo o que penso", foi uma de suas frases ao jornal "The
New York Times", em agosto passado.
Na última segunda-feira, o tom foi diferente: "Sempre tive uma
carreira técnica. No dia em que deixar o Supremo, como entrei muito
jovem, eu terei ainda tempo para refletir sobre isso [concorrer em
eleições]. Acho difícil exercer a carreira no Supremo até os 70 anos.
Eu não tenho no momento nenhuma intenção de me lançar candidato
à Presidência da República. Pode ser que no futuro surja o interesse".
O ministro tem dado sinais de estar insatisfeito com a vida no STF.
Seu mandato de presidente da corte vai até o final de novembro do
ano que vem. Mas alguns eventos no calendário de 2014 podem fazer
a diferença.
É possível que, até a metade do próximo ano, o STF tenha concluído
o julgamento do mensalão. Nessa época, pós-Copa do Mundo, a
campanha eleitoral começará a dominar o noticiário. Ficará então mais
claro quem são os candidatos competitivos.
Com sua missão cumprida no STF --o julgamento do mensalão--,
nada impediria Barbosa de sair para embarcar como apoiador de
algum candidato a presidente. Estaria se credenciando para
desempenhar uma função na administração federal do futuro governo.
Aos 59 anos, essa experiência no Executivo é um predicado útil para
quem vai, no futuro, "refletir" sobre ser candidato a presidente.