A notícia abaixo não menciona que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o responsável pela demissão do embaixador Bustani da diretoria da Organização para a Proibição de Armas Químicas. O diplomata brasileiro, respeitado em todo o mundo, vinha tentando fazer inspeções sobre as armas químicas que os EUA alegavam existir no Iraque, mas ao mesmo tempo exigia inspecionar as instalações de fabricação de armas químicas dos próprios Estados Unidos. Logicamente, os EUA não querem para si o que exigem dos outros países, e consideram-se acima das leis internacionais. As mesmas convenções que proíbem a produção e uso de armas químicas e biológicas pelo Iraque ou pela Síria, proíbem o mesmo para os EUA e israel. Mas esses não se submetem às normas que impõem ao resto do mundo, especialmente em suas áreas de interesse direto. EUA não apenas continuam fabricando armas proibidas com as vendem a ditadores amigos.
Vendo-se pressionados pelo embaixador Bustani, que conseguia apoio internacional para sua pretensão de agir igualmente em todos os países que desobecem a legislação internacional, os EUA pediram a cabeça do brasileiro ao Governo Fernando Henrique. Ao invés de defender nosso compatriota, Fernando Henrique somou-se às pressões que levaram a sua demissão.
Brasileiro foi 1º diretor de organização premiada com Nobel da Paz
- Bustani, atualmente embaixador em Paris, foi demitido da Opaq em um episódio polêmico em 2002
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq), que ganhou o prêmio Nobel da Paz deste ano, teve um brasileiro, o diplomata José Maurício Bustani, como seu primeiro diretor-geral.
Bustani, atualmente embaixador em Paris, foi demitido da Opaq em um episódio polêmico em 2002, um ano antes da invasão dos Estados Unidos ao Iraque.
Natural de Porto Velho (Rondônia), Bustani assumiu a direção da Opaq em 1997, ano de criação da organização. Em 2000, ele foi reeleito por unanimidade e teve sua gestão elogiada pelo então secretário de Estado americano, Colin Powell.
Bustani, atualmente embaixador em Paris, foi demitido da Opaq em um episódio polêmico em 2002, um ano antes da invasão dos Estados Unidos ao Iraque.
Natural de Porto Velho (Rondônia), Bustani assumiu a direção da Opaq em 1997, ano de criação da organização. Em 2000, ele foi reeleito por unanimidade e teve sua gestão elogiada pelo então secretário de Estado americano, Colin Powell.
No entanto, um ano antes da invasão do Iraque, o brasileiro ficou no centro de uma disputa com os Estados Unidos que levou a sua demissão.Ampliar
Bustani defendia a adesão do Iraque, então sob comando de Saddam Hussein, à organização como uma medida que abriria caminho para inspeções de armas no país. Mas os Estados Unidos disseram que as inspeções acabariam sendo lenientes demais.
Representantes dos Estados Unidos acusaram o brasileiro de má administração à frente da entidade.
Mas especialistas defenderam a gestão de Bustani e acusaram os Estados Unidos de se opor à tentativa dele de ampliar o alcance da Opaq para incluir países como Iraque e Líbia, à época com regimes hostis ao governo americano.
Em entrevista à BBC Brasil em julho de 2002, meses após seu afastamento, Bustani acusou os Estados Unidos de promover um esvaziamento da entidade e de proteger os países ricos com grandes indústrias químicas, concentrando suas inspeções no Hemisfério Sul, onde as empresas químicas não são tão importantes.
Críticos de seu afastamento disseram na época que os Estados Unidos estariam insatisfeitos com as tentativas de Bustani de promover inspeções em instalações militares americanas com o mesmo rigor que as inspeções em outros países signatários da convenção internacional contra armas químicas.
Bustani chegou a recorrer à Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra seu afastamento, considerado irregular pelo tribunal administrativo da entidade.
Representantes dos Estados Unidos acusaram o brasileiro de má administração à frente da entidade.
Mas especialistas defenderam a gestão de Bustani e acusaram os Estados Unidos de se opor à tentativa dele de ampliar o alcance da Opaq para incluir países como Iraque e Líbia, à época com regimes hostis ao governo americano.
Em entrevista à BBC Brasil em julho de 2002, meses após seu afastamento, Bustani acusou os Estados Unidos de promover um esvaziamento da entidade e de proteger os países ricos com grandes indústrias químicas, concentrando suas inspeções no Hemisfério Sul, onde as empresas químicas não são tão importantes.
Críticos de seu afastamento disseram na época que os Estados Unidos estariam insatisfeitos com as tentativas de Bustani de promover inspeções em instalações militares americanas com o mesmo rigor que as inspeções em outros países signatários da convenção internacional contra armas químicas.
Bustani chegou a recorrer à Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra seu afastamento, considerado irregular pelo tribunal administrativo da entidade.
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