Algumas verdades sobre Marina Silva
Ainda curando as feridas da rejeição do registro da Rede Sustentabilidade, o deputado federal Alfredo Sirkis (PV-RJ), um dos principais articuladores da frustrada legenda - juntamente com o tucano Walter Feldman e a "banqueira" Maria Alice Setubal, uma das herdeiras do Itaú - decidiu falar algumas duras verdades sobre a midiática Marina Silva. Em seu blog, ele cometeu o que chamou de "sincericídio". Após chiar contra a "hipocrisia cartorial" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele não vacilou em criticar os próprios erros da ex-senadora.
"Para mim não foi surpresa alguma [a decisão do tribunal], nunca foi uma questão de fé - Deus não joga nesta liga - mas de lucidez e conhecimento baseado na experiência pregressa. Eu tinha certeza absoluta que se não tivéssemos uma a uma as assinaturas certificadas, carimbadas, validadas pela repartição cartórios de zonas eleitorais íamos levar bomba... Mas não ter entendido que o jogo seria assim e ter se precavido a tempo e horas foi uma das muitas auto complacências resultantes de uma mística de auto ilusão. Para ser direto em bom carioquês: 'demos mole'", confessa o líder "sonhático".
Para ele, a principal culpada por este erro foi a própria heroína da Rede. "Marina é uma extraordinária líder popular, profundamente dedicada a uma causa da qual compartilhamos e certamente a pessoa no país que melhor projeta o discurso da sustentabilidade, da ética e da justiça socioambiental. Possui, no entanto, limitações, como todos nós. As vezes falha como operadora política comete equívocos de avaliação estratégica e tática, cultiva um processo decisório ad hoc e caótico e acaba só conseguindo trabalhar direito com seus incondicionais".
Incisivo, ele ainda afirma que Marina Silva "reage mal a críticas e opiniões fortes discordantes e não estabelece alianças estratégicas com seus pares. Tem certas características dos lideres populistas embora deles se distinga por uma generosidade e uma pureza d’alma que em geral eles não têm. Não tenho mais idade nem paciência para fazer parte de séquitos incondicionais e discordei bastante de diversos movimentos que foram operados desde 2010. A saída do PV foi precipitada por uma tragédia de erros de parte a parte. Agora, ironicamente, ficamos a mercê de algum outro partido, possivelmente ainda pior do que o PV".
Apesar das críticas, Alfredo Sirkis afirma que "ficarei com Marina como candidata presidencial porque ela é a nossa voz para milhões de brasileiros mas não esperem de mim a renúncia à lucidez e uma adesão mística incondicional, acrítica". Ou seja, após revelar alguns dos graves defeitos da ex-senadora - autoritária, avessa às críticas e inábil -, o deputado federal insinua que ela será candidata em 2014, deixando de lada a retórica sobre o "novo na política". A conferir!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos, desde que não contenham expressões ofensivas ou chulas, nem atentem contra as leis vigentes no Brasil sobre a honra e imagem de pessoas e instituições.