quinta-feira, 28 de novembro de 2013

IMPRESSIONANTES PALAVRAS DO PAPA CONTRA O CAPITALISMO!!!

"Evangelii Gaudium" (A Alegria do Evangelho)

Em sua primeira exortação apostólica, dirigida a todos os católicos, sacerdotes e especialmente aos bispos, o Papa Francisco acaba de fazer uma análise severa do Capitalismo sem freios que vivemos hoje, que marginaliza povos inteiros em benefício de poucos que enriquecem selvagemente. 
As duras palavras do ex-cardeal argentino Jorge Bergoglio, hoje chefe supremo da Igreja Católica, contrariam toda a pregação de uma direita falsamente cristã que prefere aliar-se aos donos do poder econômico e político, ao invés de se postarem na defesa dos pobres. 
Trago os trechos mais importantes do documento papal, nos quais ele trata do Capitalismo como um sistema perverso. O texto está com a grafia do Português de Portugal, o que em nada dificulta o entendimento. O documento completo poder ser lido aqui: http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/mundo/noticia/2013/11/leia-a-primeira-exortacao-apostolica-do-papa-francisco-evangelii-gaudium-4345991.html
53. Assim como o mandamento «não matar» põe um limite claro para assegurar o valor da vida humana, assim também hoje devemos dizer «não a uma economia da exclusão e da desigualdade social». Esta economia mata. Não é possível que a morte por enregelamento dum idoso sem abrigo não seja notícia, enquanto o é a descida de dois pontos na Bolsa. Isto é exclusão. Não se pode tolerar mais o facto de se lançar comida no lixo, quando há pessoas que passam fome. Isto é desigualdade social. Hoje, tudo entra no jogo da competitividade e da lei do mais forte, onde o poderoso engole o mais fraco. Em consequência desta situação, grandes massas da população vêem-se excluídas e marginalizadas: sem trabalho, sem perspectivas, num beco sem saída. O ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora. Assim teve início a cultura do «descartável», que aliás chega a ser promovida. Já não se trata simplesmente do fenómeno de exploração e opressão, mas duma realidade nova: com a exclusão, fere-se, na própria raiz, a pertença à sociedade onde se vive, pois quem vive nas favelas, na periferia ou sem poder já não está nela, mas fora. Os excluídos não são «explorados», mas resíduos, «sobras».
54. Neste contexto, alguns defendem ainda as teorias da «recaída favorável» que pressupõem que todo o crescimento económico, favorecido pelo livre mercado, consegue por si mesmo produzir maior equidade e inclusão social no mundo. Esta opinião, que nunca foi confirmada pelos factos, exprime uma confiança vaga e ingénua na bondade daqueles que detêm o poder económico e nos mecanismos sacralizados do sistema económico reinante. Entretanto, os excluídos continuam a esperar. Para se poder apoiar um estilo de vida que exclui os outros ou mesmo entusiasmar-se com este ideal egoísta, desenvolveu-se uma globalização da indiferença. Quase sem nos dar conta, tornamo-nos incapazes de nos compadecer ao ouvir os clamores alheios, já não choramos à vista do drama dos outros, nem nos interessamos por cuidar deles, como se tudo fosse uma responsabilidade de outrem, que não nos incumbe. A cultura do bem-estar anestesia-nos, a ponto de perdermos a serenidade se o mercado oferece algo que ainda não compramos, enquanto todas estas vidas ceifadas por falta de possibilidades nos parecem um mero espectáculo que não nos incomoda de forma alguma.
Não à nova idolatria do dinheiro
55. Uma das causas desta situação está na relação estabelecida com o dinheiro, porque aceitamos pacificamente o seu domínio sobre nós e as nossas sociedades. A crise financeira que atravessamos faz-nos esquecer que, na sua origem, há uma crise antropológica profunda: a negação da primazia do ser humano. Criámos novos ídolos. A adoração do antigo bezerro de ouro (cf. Ex 32, 1-35) encontrou uma nova e cruel versão no fetichismo do dinheiro e na ditadura duma economia sem rosto e sem um objectivo verdadeiramente humano. A crise mundial, que investe as finanças e a economia, põe a descoberto os seus próprios desequilíbrios e sobretudo a grave carência duma orientação antropológica que reduz o ser humano apenas a uma das suas necessidades: o consumo.
56. Enquanto os lucros de poucos crescem exponencialmente, os da maioria situam-se cada vez mais longe do bem-estar daquela minoria feliz. Tal desequilíbrio provém de ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e a especulação financeira. Por isso, negam o direito de controle dos Estados, encarregados de velar pela tutela do bem comum. Instaura-se uma nova tirania invisível, às vezes virtual, que impõe, de forma unilateral e implacável, as suas leis e as suas regras. Além disso, a dívida e os respectivos juros afastam os países das possibilidades viáveis da sua economia, e os cidadãos do seu real poder de compra. A tudo isto vem juntar-se uma corrupção ramificada e uma evasão fiscal egoísta, que assumiram dimensões mundiais. A ambição do poder e do ter não conhece limites. Neste sistema que tende a fagocitar tudo para aumentar os benefícios, qualquer realidade que seja frágil, como o meio ambiente, fica indefesa face aos interesses do mercado divinizado, transformados em regra absoluta.
Não a um dinheiro que governa em vez de servir
57. Por detrás desta atitude, escondem-se a rejeição da ética e a recusa de Deus. Para a ética, olha-se habitualmente com um certo desprezo sarcástico; é considerada contraproducente, demasiado humana, porque relativiza o dinheiro e o poder. É sentida como uma ameaça, porque condena a manipulação e degradação da pessoa. Em última instância, a ética leva a Deus que espera uma resposta comprometida que está fora das categorias do mercado. Para estas, se absolutizadas, Deus é incontrolável, não manipulável e até mesmo perigoso, na medida em que chama o ser humano à sua plena realização e à independência de qualquer tipo de escravidão. A ética – uma ética não ideologizada – permite criar um equilíbrio e uma ordem social mais humana. Neste sentido, animo os peritos financeiros e os governantes dos vários países a considerarem as palavras dum sábio da antiguidade: «Não fazer os pobres participar dos seus próprios bens é roubá-los e tirar-lhes a vida. Não são nossos, mas deles, os bens que aferrolhamos».
58. Uma reforma financeira que tivesse em conta a ética exigiria uma vigorosa mudança de atitudes por parte dos dirigentes políticos, a quem exorto a enfrentar este desafio com determinação e clarividência, sem esquecer naturalmente a especificidade de cada contexto. O dinheiro deve servir, e não governar! O Papa ama a todos, ricos e pobres, mas tem a obrigação, em nome de Cristo, de lembrar que os ricos devem ajudar os pobres, respeitá-los e promovê-los. Exorto-vos a uma solidariedade desinteressada e a um regresso da economia e das finanças a uma ética propícia ao ser humano.
Não à desigualdade social que gera violência
59. Hoje, em muitas partes, reclama-se maior segurança. Mas, enquanto não se eliminar a exclusão e a desigualdade dentro da sociedade e entre os vários povos será impossível desarreigar a violência. Acusam-se da violência os pobres e as populações mais pobres, mas, sem igualdade de oportunidades, as várias formas de agressão e de guerra encontrarão um terreno fértil que, mais cedo ou mais tarde, há-de provocar a explosão. Quando a sociedade – local, nacional ou mundial – abandona na periferia uma parte de si mesma, não há programas políticos, nem forças da ordem ou serviços secretos que possam garantir indefinidamente a tranquilidade. Isto não acontece apenas porque a desigualdade social provoca a reacção violenta de quantos são excluídos do sistema, mas porque o sistema social e económico é injusto na sua raiz. Assim como o bem tende a difundir-se, assim também o mal consentido, que é a injustiça, tende a expandir a sua força nociva e a minar, silenciosamente, as bases de qualquer sistema político e social, por mais sólido que pareça. Se cada acção tem consequências, um mal embrenhado nas estruturas duma sociedade sempre contém um potencial de dissolução e de morte. É o mal cristalizado nas estruturas sociais injustas, a partir do qual não podemos esperar um futuro melhor. Estamos longe do chamado «fim da história», já que as condições dum desenvolvimento sustentável e pacífico ainda não estão adequadamente implantadas e realizadas.
60. Os mecanismos da economia actual promovem uma exacerbação do consumo, mas sabe-se que o consumismo desenfreado, aliado à desigualdade social, é duplamente daninho para o tecido social. Assim, mais cedo ou mais tarde, a desigualdade social gera uma violência que as corridas armamentistas não resolvem nem poderão resolver jamais. Servem apenas para tentar enganar aqueles que reclamam maior segurança, como se hoje não se soubesse que as armas e a repressão violenta, mais do que dar solução, criam novos e piores conflitos. Alguns comprazem-se simplesmente em culpar, dos próprios males, os pobres e os países pobres, com generalizações indevidas, e pretendem encontrar a solução numa «educação» que os tranquilize e transforme em seres domesticados e inofensivos. Isto torna-se ainda mais irritante, quando os excluídos vêem crescer este câncer social que é a corrupção profundamente radicada em muitos países – nos seus Governos, empresários e instituições – seja qual for a ideologia política dos governantes.
(Os grifos são meus - ABF)

FERNANDO MORAIS: "MENSALÃO" FOI TREMENDO ERRO JURÍDICO

Jornalistas Ricardo Kotscho, Audálio Dantas, 

Fernando Morais e Antonio Barbosa Filho (SP, 18/11/2013)

Fernando Morais: “Presos pagam uma condenação 

a mais, a superexposição”

Acompanhem a entrevista concedida ao blog pelo escritor Fernando Morais, que 
condena a superexposição na forma como as prisões e deslocamentos dos presos 
foram conduzidos. Sobre o julgamento, Morais é taxativo: “Estamos diante de um 
tremendo erro judiciário”.
Fernando, qual sua análise do julgamento?
[ Fernando Morais ] Sempre fui muito pessimista em relação ao desfecho desse 
processo. De todas as pessoas que estavam próximas do Zé Dirceu, do Genoino, 
e de outros, eu sempre fui dos mais céticos, não acreditava que isso terminaria de 
outra maneira. O desenrolar do processo indicava isso.
Agora, o que mais me surpreendeu nisso tudo é essa superexposição a que estão 
submetidos os presos. Da forma como conduzem as prisões, os deslocamentos, 
parece haver a nítida intenção de expô-los à execração pública. Da forma como 
conduzem essas ações nada mais é do impor-lhes uma pena adicional a que eles
 não estavam condenados.
No auge da perseguição que sofreu de Joseph Stalin na União Soviética, Trotsky
 disse que “a pior das agressões a uma pessoa, a um cidadão, é expor-lhe a hu-
milhações, porque elas desarmam o indivíduo e o agridem no essencial de sua dig-
nidade”.
E mesmo com a saúde frágil do Genoino…
[ Fernando Morais ] Sem falar no Genoino, de quem não quero, não posso e não con-
sigo falar, ainda… Em qualquer parte do mundo um cardiopata como ele tem direito a
 tratamento, assistência médica completa, a uma internação hospitalar, a uma alimen-
tação condizente com o seu estado. E eu li uma entrevista de uma das filhas dele di-
zendo que ele está comendo sanduíches, porque nem deixam a família levar-lhe comida.
Zé Dirceu e os demais desse processo são vítimas de um aberrante, um tremendo erro 
judiciário. É sempre arriscado fazer avaliações políticas no calor dos acontecimentos, 
embora esse julgamento, desde o início do processo, seja eminentemente político. Mas, 
na hora que baixar a poeira, quando os ânimos serenarem, o Brasil descobrirá que nós 
estamos diante de um tremendo erro judiciário.
Você atuou no documentário do Raimundo Pereira “AP470 – o julgamento medieval”.
[ Fernando Morais ] Sim, eu ajudei o jornalista Raimundo Pereira na pesquisa e na 
elaboração do documentário “AP 470 – o julgamento medieval” (clique aqui e confira o vídeo). 
Ali, com a obsessão do Raimundo pelo detalhe, pela minúcia, pela precisão, o erro judiciário 
fica absolutamente claro. Ele prova e comprova a exaustão que o dinheiro público dessa his-
tória, os R$ 74 milhões da Visanet, que constituem o maior montante que, dizem, foi usado 
no mensalão, na verdade foram empregados no pagamento de publicidade e patrocínios nor-
mais do cartão que se chamava Visa e hoje é Cielo.
No caso, a maior parte foi em pagamento de publicidade e de patrocínio às meninas do vôlei, 
ao tenista Guga… E boa parte desse dinheiro foi para premiar gerentes do Banco do Brasil, 
em bônus e prêmios porque como qualquer outro, o Banco do Brasil estabelecia cotas de 
venda de cartões para seus gerentes e os bonificava, os premiava quando eles as atingiam.
A disparidade das penas também é outro dado que chama atenção. Por exemplo, Ramon 
Hollerbach, ex-sócio do Marcos Valério, foi condenado a 29 anos, 7 meses e 20 dias de 
prisão. O goleiro Bruno, do Flamengo, que mandou matar a namorada, esquartejá-la e dis-
tribuir seus restos aos cachorros, foi condenado a 22 anos de prisão. Isso dá bem a medida 
do que é a justiça no Brasil.

COCAÍNA DE TUCANOS É PROTEGIDA PELA MÍDIA GOLPISTA!

MÍDIA ESCONDE BAIXA DO DESEMPREGO. E A COCAÍNA DE UNS TUCANOS...

TAXA DE DESEMPREGO NO PAÍS RECUA PARA 9,8%, MOSTRAM 

DIEESE E SEADE



Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A taxa de desemprego no país caiu de 10,2% em setembro para 9,8% em 
outubro, o terceiro mês consecutivo de queda. Levantamento feito em seis regiões 
metropolitanas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-
econômicos (Dieese) e pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação
Seade) mostra que o total de desempregados foi estimado em 2,044 milhões, o que re-
presenta 94 mil a menos que no mês anterior.

O nível de ocupação teve aumento de 0,5% em outubro, na comparação com setem-
bro. O total de ocupados foi 18.84 milhões e a População Economicamente Ativa 
somou 20,89 milhões de pessoas. A redução no contingente de desempregados foi 
impulsionada pela geração de 90 mil postos e pela estabilidade na força de trabalho.

Entre as regiões analisadas, tiveram redução nas taxas de desemprego as capitais 
Belo Horizonte (passou de 7,2% para 6,9%), Fortaleza (de 7,7% para 7,3%), Recife 
(de 14,5% para 13,5%), Salvador (de 17,8% para 17,1%) e São Paulo (de 10% para 
9,6%). Em Porto Alegre, a taxa ficou relativamente estável (passou de 6,2% para 
6,1%).

Edição: Graça Adjuto

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

COMO A DIREITA SEM-VOTOS ARMOU O "MENSALÃO"