segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

ABRAÇO DE DILMA E CRISTINA: A AMIZADE BRASIL-ARGENTINA


Quem diria que um dia Brasil e Argentina seriam governador por mulheres, e que os dois países-irmãos estariam tão integrados na maior parte dos assuntos - o Futebol é uma das poucas exceções...
O encontro desta segunda-feira entre Cristina Kirschner e Dilma Roussef tem grande significado, e simboliza que as duas Nações podem conviver com muita amizade, e até um carto carinho mútuo (ao contrário do que pensavam os generais das duas ditaduras, que viviam fazendo planos para se defender de uma "provável" agressão do vizinho). 


Dilma e Cristina, Brasil e Argentina.

FISK DESCREVE A LUTA NAS RUAS DO CAIRO

Robert Fisk é o correspondente no Oriente Médio do jornal britânico The Independent. Vive em Beirute há 25 anos, e já recebeu vários prêmios internacionais. Aqui a primeira parte de seu relato sobre os fatos que presencia nas ruas do Cairo.
Egito em erupção
29/1/2011, Robert Fisk, The Independent, UK
Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu


Pode ser o fim. Com certeza é o começo do fim. Em todo o Egito, dezenas de milhares de árabes enfrentaram gás lacrimogêneo, canhões de água, granadas e tiroteio para exigir o fim da ditadura de Hosni Mubarak depois de mais de 30 anos.
Enquanto Cairo mergulha em nuvens de gás lacrimogêneo dos milhares de granadas lançadas contra multidões compactas, era como se a ditadura de Mubarak realmente andasse rumo ao fim. Ninguém, dos que estávamos ontem nas ruas do Cairo, tínhamos nem ideia de por onde andaria Mubarak – que mais tarde apareceria na televisão, para demitir todos seus ministros. Nem encontrei alguém preocupado com Mubarak.
Eram dezenas de milhares, valentes, a maioria pacíficos, mas a violência chocante dos battagi – em árabe, a palavra significa literalmente “bandidos” – uniformizados sem uniforme das milícias de Mubarak, que espancaram, agrediram e feriram manifestantes, enquanto os guardas apenas assistiam e nada fizeram, foi uma desgraça. Esses homens, quase todos dependentes de drogas e ex-policiais, eram ontem a linha de frente do Estado egípcio. Os verdadeiros representantes de Hosni Mubarak.
Num certo momento, havia uma cortina de gás lacrimogêneo por cima das águas do Nilo, enquanto as milícias antitumultos e os manifestantes combatiam sobre as grandes pontes sobre o rio. Incrível. A multidão levantou-se e não mais aceitará a violência, a brutalidade, as prisões, como se essa fosse a parte que lhe coubesse na maior nação árabe do planeta. Os próprios policiais pareciam saber que estavam sendo derrotados. “E o que podemos fazer?” – perguntou-nos um dos guardas das milícias antitumulto. “Cumprimos ordens. Pensam que queremos isso? Esse país está despencando ladeira abaixo.” O governo impôs um toque de recolher noite passada. A multidão ajoelhou-se para rezar, à frente da polícia.
Como se descreve um dia que pode vir a ser página gigante da história do Egito? Os jornalistas devem abandonar as análises e apenas narrar o que aconteceu da manhã à noite, numa das cidades mais antigas do mundo. Então, aí está a história como a anotei, garatujada no meio da multidão que não se rendeu a milhares de policiais uniformizados da cabeça aos pés e e milicianos sem uniforme.
(Leia o artigo completo no blog Redecastorphoto)

BRASIL PRESIDE CONSELHO DE SEGURANÇA DA ONU


Na próxima terça-feira (1º), o Brasil assume a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Em fevereiro, o comando será brasileiro. O posto é rotativo e sempre ocupado por um dos 15 membros do órgão. Há anos, o Brasil tenta ocupar um assento permanente no conselho e defende sua reforma. Ao assumir o comando, o objetivo é ampliar os debates para as áreas de conflito nas regiões mais pobres do mundo.
As informações são confirmadas pelas Nações Unidas. No dia 11 de fevereiro, o Brasil promove um debate sobre as questões paz, segurança e desenvolvimento. O ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, deverá participar das discussões.
Na ONU, o Brasil é representado pela embaixadora Maria Luiza Ribeiro Viotti. De acordo com diplomatas que acompanham as discussões nas Nações Unidos, o momento é para observar com atenção o que ocorre no Kosovo, no Congo e em Guiné Bissau, além dos efeitos do plebiscito no Sudão.
O Conselho tem cinco membros permanentes - EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França e China. Decisões mais graves do órgão, como sanções econômicas ou ações militares contra algum país só podem ser tomadas com nove votos, no mínimo, incluindo todos os votos dos membros permanentes. Ou seja: se um dos permanentes votar contra, ou se abstiver, a decisão estará automaticamente "vetada". 
O que o Brasil pretende, há vários governos, é tornar-se um membro permanente de um Conselho ampliado, no qual entraraim também como permanentes um país emergente da Ásia, como a Índia, um da África como a África do Sul e, talvez, a Alemanha e o Japão, potências militares e políticas relevantes no mundo de hoje. Com mais vozes o Conselho seria mais representativo do que o atual, criado depois da II Guerra Mundial, numa conjuntura totalmente diferente.
Além dos problemas citados acima, que são objeto da atenção do Conselho, surge a rebelião no Egito, agora exigindo acompanhamento e apoio da comunidade internacional.


"TIA LENITA", AOS 87 ANOS E CHEIA DE PLANOS

Uma notícia que me emocionou hoje foi esta, do lançamento de um livro de Lenita Miranda de Figueiredo, a "Tia Lenita" que dirigia a Folhinha de S. Paulo quando o suplemento publicou meu primeiro artigo impresso. Na verdade, era uma pequena redação sobre o Dia da Pátria, poucas linhas, cujo texto não tenho, nem na memória. Mas ver a redação nas páginas do suplemento da Folha marcou minha vida: a partir dali não poderia ser outra coisa, se não jornalista. 
Fico feliz em saber que a Tia Lenita esteja viva e atuante, com planos de novos livros. Desejo-lhe o maior sucesso do mundo, e pedi à Mônica Bérgamo que lhe transmita minhas homenagens mais comovidas. 


Está na coluna da jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de S. Paulo de segunda-feira, dia 31: 




A ARTE DE TIA LENITA 
Lenita Miranda de Figueiredo, a Tia Lenita, lança hoje, às 18h30, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, a nova edição, atualizada, de "História da Arte para Crianças". Aos 87 anos, ela diz que a educação infantil "precisa virar de cabeça para baixo". Defende, por exemplo, que as crianças tenham aulas de educação sexual desde pequenas. "Era um tabu, hoje é necessário. Elas podem conversar com estranhos, encontrar um pedófilo", diz, com a convicção de quem fala com elas há mais de 40 anos. "Tem que ensinar que a gente nasce, cresce e morre, mas sem tirar a fantasia."
Em 1963, Tia Lenita criou a Folhinha de S.Paulo (atualFolhinha), caderno infantil pioneiro e que trazia, de forma lúdica, desde dicas de livros a aulas de "elegância e bom-tom", que ela acredita fazerem falta às crianças de hoje. "Elas estão muito mal-educadas." Vencedora do Prêmio Jabuti em 1961 e 1971, Lenita sonha ganhar o terceiro com um romance, protagonizado por uma bióloga e ambientado no Brasil, na Itália e na França, que prepara para 2012. Ela também quer lançar, até o final deste ano, "História da Folhinha" e "História da Música para Crianças".

domingo, 30 de janeiro de 2011

COMEÇOU A CORRUPÇÃO NA COPA 2014?

Já está nas bancas a nova edição da Caros Amigos. Mais uma vez a revista não embarca no oba-oba construído em torno dos megaeventos esportivos – a Copa do Mundo e as Olimpíadas – e trata de mostrar que eles vão beneficiar alguns poucos grupos econômicos e proporcionar inúmeros danos para a população. O papel da revista é alertar. Vários estudiosos demonstram que os interesses imobiliários já começaram a atacar os moradores que estão no caminho desses eventos. A revista faz uma reportagem obrigatória para quem quer olhar e conhecer o que está por trás dessa euforia esportiva.
CapaA equipe de Caros Amigos entrevistou o deputado Chico Alencar, do PSOL, o segundo mais votado para a Câmara Federal no estado do Rio de Janeiro. Ele fala de sua trajetória política, desde a militância na juventude católica, a sua saída do PT, até as lutas atuais para construir um novo caminho das esquerdas. Para ele, essas forças políticas necessitam de uma plataforma comum. Chico Alencar também analisa a situação do tráfico de drogas e a recente ocupação dos morros cariocas pela polícia e tropas federais.
Caros Amigos apresenta também uma entrevista exclusiva com o escritor paquistanês Tariq Ali, uma análise sobre o que acontece com o ENEM e reportagens sobre a rapper Shirley Casa Verde, a guerra dos Estados Unidos contra o site WikiLeaks, o dilema nuclear da Europa e os segredos da Ditadura Militar (1964-1985) escondidos no Cemitério da Vila Formosa, em São Paulo.
Enfim, uma revista verdadeiramente instigante.
Vale a pena conferir.

O SHOW QUE VIMOS HOJE, EM HAIA

Hoje tivemos uma tarde divertida: fomos ao World Forum, em Haia, assistir ao espetáculo do mágico Hans Klok, muito famoso na Europa e agora vivendo em Las Vegas, nos EUA. É um show perfeito, com música, vários bailarinos, e números humorísticos. O destaque, logicamente, é o mágico Hans Klok, que executa talvez uns 30 números num  ritmo intenso, tudo perfeitamente coreografado.
Neste vídeo que achei agora no You Tube estão alguns números que assistimos hoje ao vivo. Vale a pena ver:


EUA NÃO QUEREM DEMOCRACIA NO ORIENTE MÉDIO

Leia um trecho do post publicado pelo Luiz Carlos Azenha em seu notável blog (viomundo.com.br). Azenha vai na mesma linha dos posts que temos colocado aqui sobre o assunto: o falso espanto do Ocidente com as revoltas no mundo árabe onde os EUA sempre apoiaram ditaduras desde que tenham portas abertas para os negócios e a importação de petróleo. 
Cinismo é uma personagem onipresente na Política Internacional. Não deixem de ler todo o artigo do Azenha no seu blog.


Washington sustenta o governo egípcio à base de cerca de 5 bilhões de dólares anuais.
É muito pouco provável que o governo Obama vá além de declarações vazias a respeito do governo ditatorial de Hosni Mubarak, ou de “platitudes” em defesa da liberdade de expressão da população.
A reticência dos Estados Unidos — e de todos os governos ocidentais — em relação ao Egito tem relação com o fato de que qualquer democratização para valer dos países árabes aumentará o poder dos partidos islâmicos (a Irmandade Islâmica, por exemplo, no Egito).
Foi prometendo combater a corrupção e promovendo serviços sociais que o Hamas  e o Hizbollah ganharam legitimidade respectivamente em Gaza e no Líbano.
Notem, nas próximas horas, como os governos ocidentais vão enfatizar a necessidade de “preservar a estabilidade” e a “segurança” dos governos árabes que estão na defensiva.
Democracia nos países árabes resultaria em governos menos submissos aos Estados Unidos, mais “antenados” com as ruas e, portanto, muito mais agressivos em defesa dos direitos e dos interesses dos palestinos — para não falar em defesa de seus próprios interesses.
Será muito curioso observar, nos próximos dias, a dança hipócrita dos que defendem apaixonadamente a democracia no Irã mas se esquecem de fazer o mesmo quando se trata do Egito. Inclusive no Brasil.
PS do Viomundo: Vamos ver se o governo Obama deixa de fornecer gás lacrimogêneo e outros equipamentos de “segurança” ao governo Mubarak, por exemplo.
 

ALCKMIN DESCONSTRÓI SERRA, MOSTRA REVISTA

A revista IstoÉ, em sua edição 2151, traz reveladora matéria sob o título "Os detetives de Alckmin". Assinada por Alan Rodrigues, a reportagem mostra mais detalhes da briga de foice dentro do PSDB e das oposições, especialmente as medidas que o governador Alckmin toma para desconstruir o que resta da liderança de José Serra.
Conheço bem Geraldo Alckmin (fomos companheiros no MDB-PMDB, e dirigimos o partido ao mesmo tempo em Pindamonhangaba e Taubaté), e afirmo há tempos que ele e seu grupo não perdoam as traições e perseguições de Serra. Quando Alckmin disputou a Prefeitura da capital paulista, o então governador Serra o traiu vergonhosamente, apoiando o candidato de outro partido, o poste Gilberto Kassab. Depois tentou atrair Geraldinho com um importante cargo no seu governo, como se Alckmin fosse um desses políticos que se acomodam com um emprego.
Serra enganou-se (também)  com Alckmin, e agora está tendo o troco. Se depender de Alckmin e de Aécio Neves (os dois tucanos com mais votos, isto é, força) Serra deixou de ser figura nacional: terá sempre uma vaga para disputar a vereança ou até um mandato no Congresso. E tá bom demais.








Se o ex-governador paulista José Serra tivesse como sucessor um adversário de partido, talvez sua vida hoje fosse mais tranquila. Apesar das juras públicas de mútua admiração, Serra e o atual governador Geraldo Alckmin, ambos do PSDB, são, no mínimo, “desafetos”, como se costuma chamar dois tucanos que não se suportam. Serra não perdoa Alckmin, que não perdoa Serra. Pelo lado do ex-governador, pesa na conta negativa a candidatura à Presidência da República que Alckmin assegurou em 2006, tomando sua frente. Pelo lado de Alckmin, o passivo passa pelo apoio que lhe faltou na candidatura à prefeitura da capital, em 2008, quando Gilberto Kassab, do DEM, catalisou as simpatias serristas. Mais do que isso, o atual governador e seus correligionários ainda amargam o desprezo com que teriam sido tratados depois que Serra sucedeu Alckmin em 2006, anunciando revisão de contratos, suspensão de projetos e caça a funcionários fantasmas. A auditoria jamais foi divulgada. Agora vem o troco.

Logo depois da posse, sem alterar seu estilo manso de político interiorano, Alckmin ordenou a sua equipe que investigasse todos os contratos diretos e indiretos da administração Serra (2007-2010). A operação pente-fino foi entregue à chefia de Vicente Falconi, do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (Indg), um especialista indicado pelo senador mineiro Aécio Neves. Sua missão é virar pelo avesso os contratos, concorrências e licitações, principalmente de obras, foco de denúncias nunca comprovadas de superfaturamento e tráfico de influência no governo Serra. Para a plateia, Alckmin justifica q

NO MÉXICO, SOLDADOS ANTI-DROGAS MUDAM DE LADO

MILITARES MEXICANOS TREINADOS PELOS EUA VIRAM SICÁRIOS!

(El País, 24) 1. Em 2009, a Embaixada dos EUA no México informou que militares treinados pelos EUA passaram para o lado do Cartel 'Los ZETAS'. Um deles esteve envolvido em um atentado fracassado contra um ex-Procurador-Geral Adjunto. Washington treinou, no México e nos EUA, 5.000 militares mexicanos desde 1996, incluindo membros das Forças Especiais, que serviram, depois, como destacados membros de Los Zetas. Foi feita uma lista de todos Los Zetas presos, mortos e identificados e confrontadas as suas identidades com os nomes e sobrenomes dos 5.000 soldados que receberam o treinamento.

2. Por exemplo. López Villafana recebeu treinamento contra o narcotráfico em Fort Bragg, e o exército mexicano informou a Embaixada que Lopez deu baixa em 2007, após 20 anos e oito meses de serviço. O interesse e a dedicação da embaixada para confirmar a possível mudança de campo por militares treinados pelos EUA mostra a gravidade da infiltração do crime organizado nas instituições e quartéis.

3. "A partir do momento em que não sabemos o nome de cada soldado mexicano que foi para o lado de Los Zetas, não podemos descartar categoricamente essa possibilidade", disse a informação da embaixada. "É impossível garantir que cada soldado mexicano que receba nosso treinamento no futuro não irá passar para o crime organizado. No entanto, estamos confiantes de que a legislação que condena a 60 anos de prisão os soldados que tenham sido cúmplices do crime organizado será uma ferramenta útil de persuasão".

ROBERTO GOYENECHE, UM DOS REIS DO TANGO

Morto em 29 de janeiro de 1997, Roberto Goyeneche era uma voz que muitos comparavam a Carlos Gardel. Dizem que ele era capaz de fazer uma platéia chorar mesmo lendo um trecho da Bíblia. Aqui ele interpreta o clássico "Balada para um Loco", de Astor Piazzola, um de meus ídolos, em parceria com Horácio Ferrer (que acaba sempre esquecido...):



sábado, 29 de janeiro de 2011

VEJA FAZ PUBLICIDADE NA CAPA!

Veja e o "bom-mocismo" de Luciano Huck

Reproduzo matéria publicada no blog Lado B:

O mundo “explodindo” em convulsões sociais, protestos e catástrofes climático-ambientais à espera de iniciativas que diminuam os impactos de seus efeitos, de mudanças de atitude, e a revista semanal de maior circulação no país ignora tudo isso. Ela estampa uma capa estilo “Caras”, colocando o casal Angélica e Luciano Huck em destaque. Cuma?!

Mas o bom e velho jornalismo resiste bravamente na capa de outra revista, com menor poder de inserção, mas coerente com sua linha editorial e com a missão de se pautar pelo interesse público: a CartaCapital.

À revelia do “bom mocismo” que Veja tenta colar à sua imagem, Huck se defende de processo contra ele por acusação de crime ambiental movido pela Prefeitura de Angra dos Reis desde 2007:

*****

Luciano Huck é processado pela Prefeitura de Angra dos Reis
"A Prefeitura de Angra dos Reis move uma ação civil pública contra Luciano Huck. O apresentador teria feito contruções irregulares em sua casa de veraneio no município e causado danos ao meio ambiente. Huck ainda não foi informado oficialmente da ação. Oficiais de Justiça foram à TV Globo mas não conseguiram encontrá-lo. A assessoria de imprensa de Luciano afirmou que ele não tem conhecimento da ação, nem da visita de algum oficial de Justiça. A assessoria afirmou ainda que esse processo surpreende porque a planta e o habite-se da residência foram devidamente aprovados pela Prefeitura de Angra".

Luciano Huck estaria sendo processado pela Prefeitura de Angra dos Reis, diz jornal

*****

Para elucidar o porquê da decisão de Veja colocar o “bom mocinho” Luciano Huck na sua capa esta semana, basta consultar detalhes do processo que ele responde. Mesmo vencedor da ação em primeira instância, Huck terá a casa vistoriada por perícia e o Ministério Público do Rio de Janeiro, que recorreu da decisão, exige que ele deposite o valor das custas processuais. Confira e tire suas próprias conclusões.

Veja, agora, se presta a fazer assessoria de imprensa às celebridades? A revista se supera!

COMO MATAVA A DITADURA BRASILEIRA

O jornalista e militante Celso Lungaretti, com quem me encontrei poucas vezes e troquei alguma correspondência, tem um blog muito dinâmico e corajoso: naufrago-da-utopia.blogspot. Recomendo que visitem e conheçam o material, inclusive seus depoimentos sobre seu amigo Geraldo Vandré, com dados pouco conhecidos.

Aqui reproduzo um de seus posts mais recentes, sobre a violência da repressão durante a ditadura militar. Quem é daquele tempo vai lembrar-se; quem não viveu a triste época, precisa conhecer bem, e lutar para que nunca se repita.



ASSIM MATAVA A DITADURA

De vez em quando O Estado de S. Paulo faz verdadeiro jornalismo, honrando suas tradições centenárias.

É o caso do ótimo trabalho investigativo desenvolvido por Marcelo Godoy, A tortura e a morte, pela voz dos porões, cuja leitura integral recomendo enfaticamente.

Como o texto é longo, vou reproduzir aqui o mais chocante, qual seja a sistemática de assassinatos introduzida pela ditadura militar nos estertores da luta armada (os intertítulos e a edição -- corte de trechos dispensáveis -- são meus):
"Pela primeira vez uma dezena de agentes do Destacamento de Operações de Informações (DOI) de São Paulo decidiu falar. Diretamente envolvidos nas operações contra a guerrilha urbana, eles trabalharam na mais secreta das seções do órgão: a Investigação. (...) O que eles relatam aqui ao Estado são detalhes de como funcionou a estrutura que possibilitou a prisão, a tortura e a morte de dois casais de militantes da Ação Libertadora Nacional (ALN), um dos grupos de esquerda que pegaram em armas contra o regime militar.

São dois casos exemplares, que representaram o fim de uma era e o início de outra no DOI. Ninguém mais que estivesse marcado para morrer teria a execução justificada com a encenação de um tiroteio: o segredo e o desaparecimento se tornariam regras....

A "ERA USTRA": EXECUTAVAM OS RESISTENTES E DAVAM-NOS COMO MORTOS EM TIROTEIO
Filha do então tenente-coronel do Exército João Luiz de Moraes, Sônia [Maria Moraes Angel Jones] fora casada com o líder do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8) Stuart Edgar Angel Jones.

[Antônio Carlos Bicalho] Lana, seu companheiro, era (...) era um dos últimos cabeças da ALN ainda vivos.

"Eles estavam em um ônibus, que parou num posto de venda de passagens, perto do Canal 1, em Santos", conta o agente Alemão. Lana desceu e foi comprar os bilhetes para São Paulo - Sônia ficou no ônibus. Enrolada em uma toalha, ele carregava uma pistola.

Antes de ele chegar ao guichê, um homem baixo, de cabelos castanhos, aproximou-se a passos largos e se atirou em cima de Lana.
Em segundos, outros cinco homens armados se atracaram com o guerrilheiro enquanto dois passageiros se levantaram e detiveram Sônia. Quatro dias depois, a morte do casal foi noticiada pelos jornais. O comunicado do Exército dizia que haviam resistido à prisão, na zona sul de São Paulo, sendo alvejados num tiroteio.
O guerrilheiro recebeu uma coronhada, assim como [o capitão do Exército Ênio Pimentel da Silveira, vulgo Doutor] Ney, ferido acidentalmente por um subordinado. No ônibus, dois agentes prenderam Sônia. Lana subiu a Serra do Mar no Corcel do Doutor Ney. Ele e Sônia foram levados a um dos centros clandestinos de detenção da Investigação: o Sìtio, no Cipó, na zona sul - o outro era a Boate, em Itapevi, na Grande São Paulo. "O Ney queria os cabeças. Ele não matou o Bruno (Lana) porque queria informação (...)", disse um oficial. O destino de Bruno, no entanto, estava selado. Ele ia morrer. Sua companheira também não ficaria viva.

No Sítio e na Boate, os presos ficavam acorrentados em argolas presas às paredes. O acesso a eles era restrito até para integrantes da Investigação.

Antes de executar o casal com tiros no tórax, cabeça e no ouvido, era preciso justificar as mortes. O teatro simulando a perseguição e o tiroteio foram encenados na zona sul. Uma tenente da PM fez o papel de Sônia e um agente, o de Lana.

...[o tenente-coronel Aldir Santos Maciel, que dois meses depois passaria a chefiar o DOI/SP] reafirmou a versão de que o casal morreu em tiroteio, "o último na rua que houve em São Paulo". De fato, em seu comando no DOI (1974-1976), não houve mais teatro. O método acabou com a saída de [Carlos Alberto Brilhante] Ustra [o comandante no período 1970-1974). A partir de então, todos desapareceram, sem explicações.

A "ERA MACIEL": EXECUTAVAM OS RESISTENTES EM SEGREDO E SUMIAM COM SEUS CORPOS
Foi o que ocorreu com o segundo casal dessa história: Wilson Silva e Ana Rosa Kucinski. Os agentes contam que, sob o comando de Maciel, eles foram presos em São Paulo, em 22 de abril de 1974, e levados ao Rio. "O casal foi morto no Rio", disse o agente Fábio. Lá, em Petrópolis, havia outra prisão clandestina.

As prisões ocorreriam (...) quando Wilson desceu de um Fusca, no Anhangabaú, no centro [de São Paulo]. Olhou para os lados e, ia atravessar a Avenida 23 de Maio, quando foi agarrado por Zé. Mais adiante, outros agentes detiveram Ana Rosa. O casal foi entregue ao Doutor Ney.
Wilson Silva e Ana Rosa Kucinski
Wilson se tornou o último chefe da ALN em São Paulo a morrer.
Oficialmente, o casal nunca foi detido. Seu sumiço foi o prenúncio do que ia ocorrer com metade do Comitê Central do PCB.

Vários líderes do Partidão morreram na Boate. Corpos esquartejados foram amarrados a mourões e lançados de madrugada num rio. "Era perto de Avaré", disse um oficial. "O Marival é um traidor, mas não mentiu (Marival foi o primeiro a falar da Boate, em 1992; nas buscas feitas num rio em Avaré, os bombeiros só acharam pedaços de concreto)", contou Zé. O método só acabaria com nova troca do comando. Maciel e o general Ednardo D?Ávila Melo, chefe do 2º Exército, foram substituídos após a morte do operário Manoel Fiel Filho, nas dependências do DOI de São Paulo, em 1976."

SURPRESA NO EGITO?


Meu querido amigo Eduardo Guimarães, fundador do Movimento dos Sem-Mídia e dono de um dos melhores blogs brasileiros (endereço na coluna da direita), escreveu mais um belo texto, desta vêz sobre a manipulação que a mídia faz da revolta do povo egípcio contra o ditador Hosni Mubarak.

Fica parecendo que tudo acontece de repente, uma surpresa histórica, já que os brasileiros nada sabem sobre a opressão e a corrupção do homem que governa o país há 30 anos, sob lei marcial, e com total apoio dos Estados Unidos. Leiam este texto, inclusive a continuação dele no blog do Edú. Vocês vão gostar.

(Na foto, de Marianne Lemmen, um dos momentos mais agradáveis de minha vida: navegando sobre o Rio Nilo, entre Assuan - Aswan - e Luxor. Tempo maravilhoso, quente mas com uma brisa deliciosa, vendo o cenário milenar do rio sagrado e suas margens férteis, com o deserto ao fundo, nos dois lados. Sensação de Paz, como raras vezes senti.)


De repente, não mais do que de repente, os brasileiros descobriram um país chamado Egito, suas contradições e o sofrimento do seu povo, imposto por um regime ditatorial a que está submetido desde 1981, há exatos 30 anos, por obra e graça do ditador Mohamed Hosni Mubarak, quem, durante esse tempo todo, só disputou eleições consigo mesmo.

Apesar de ser um dos berços da civilização humana, porém, até há pouco nada sabíamos sobre o país além de que tem pirâmides, esfinges e do que nos informou Hollywood no decorrer da vida com seus filmes bobalhões sobre múmias egípcias que ressuscitam para nos aterrorizar ou com aquelas versões pasteurizadas sobre a saga de Cleopatra, a Rainha do Nilo.

Somos mantidos na ignorância pela mídia ideológica que controla as comunicações e até a própria cultura, no Brasil. Por isso, temos conhecimentos seletivos e limitados sobre a geopolítica mundial.

Sobre um país como Irã, no entanto, onde as eleições, ainda que pouco transparentes, pelo menos têm candidatos de oposição, supostamente sabemos muito, mas o que sabemos são informações filtradas que nos dão só o lado oposicionista da história por lá.

Só poderia ser assim mesmo, porque o Egito, à diferença do Irã, é uma daquelas ditaduras “do bem” que os Estados Unidos e a mídia “brasileira” poupam de críticas porque se submetem aos interesses geopolíticos, comerciais e estratégico-militares dos americanos.

Então, de repente, com a verdadeira avalanche de imagens que se abateu sobre o mundo dando conta da repressão que o ditador egípcio desencadeou sobre um povo aparentemente disposto a não aceitar mais viver sob seu regime de força, a mídia serviçal dos EUA teve que expor uma de suas ditaduras de estimação, contra a qual não costuma dizer um A.


DIREITA QUER LULA MORTO

Elementos que praticam o terrorismo midiático (o que já é crime codificado em alguns países) estão babando de ódio porque o ex-presidente Lula recebeu o primeiro de uma série de títulos de Doutor Honoris Causa, desta vez em Minas Gerais.
O blogueiro do Esgoto, Reinaldo de tal, escreve que é um absurdo Lula ter chegado à Universidade na sexta-feira em um BMW e ter viajado com outros convidados em um jatinho. Que horror, não é mesmo? Um peão sendo homenageado porque foi o presidente que mais investiu em Educação na História do Brasil, e ainda por cima andando de avião privado e em carro de luxo!
O senador Tasso Jereissati, coronel tucano do Ceará derrotado pelo povo em 2010, costuma gritar: "tenho jatinhos porque posso", sem revelar como fez sua imensa fortuna fazendo política. Isso não choca o Reinaldo do Esgoto e sua corja.

Pois a direita-burra pode se preparar: Lula ainda tem uns 40 títulos para receber, alguns nas principais Universidades do mundo. Logo, logo, terá mais títulos do que o ex-sociólogo Fernando Henrique. É a diferença entre ser uma personalidade amada pelo povo e respeitada pelos líderes e intelectuais do mundo, ou ser um capacho entreguista.
Não adianta espernear. Enquanto Lula for vivo, a direita-burra e corrupta não volta ao poder no Brasil. Como a direita costuma patrocinar atentados e golpes, convém ficar de olho nesses covardes.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

O REI DO ESGOTO NA DESCICLOPÉDIA

O site humorístico www.desciclo.pedia.ws é uma sátira da wikipédia.com, um dos sites mais buscados da internet, já que traz tópicos sobre todos os assuntos, elaborados pelos próprios visitantes. Neste texto (do qual publico apenas uma pequena parte) o blogueiro da veja, conhecido como "Rei do Esgoto" por suas baixarias e ofensas, é tratado como merece: uma piada infame que ocupa espaço na mídia antiga brasileira.

Vejam se não é engraçado, leiam o restante no site original, e notem que, apesar do humor, 90% do que está escrito abaixo é verdade!



Reinaldo "Tio Rei" Azevedo nasceu na cidade de Doscórgos (pronuncia-se "dois córregos", o que significa, em Língua Portuguesa, "par de pequenos rios com fluxo de água bastante tênue" ou "par de ribeiros de pequeno caudal"). Tal fato é negado peremptoriamente por todos habitantes decentes desta desconhecida cidade do mal estado de São Paulo. É filho de dona Sméagol Gollum Azevedo, uma beldade hobbit de quem herdou a beleza física, e de E. T. de Varginha Azevedo. É irmão quase-gêmeo-univitelino-cara-de-um-bunda-doutro de Quico Villagrán, conhecido menino mimado e amigo do Chaves. Os irmãos foram separados ainda pequenos quando a Universidade Nacional do México resolveu estudar as mutações genéticas induzidas pelo consumo excessivo de pamonhas de Piracicaba em Doscórgos. Foi com Tio Rei que Quico Villagrán aprendeu a xingar os outros de "petralha! petralha!" (no sotaque mexicano soa como "gentalha! gentalha!").

Desde criança Tio Rei sentiu que era uma pessoa diferente pois não se interessava pelas brincadeiras imbecis dos moleques de rua. Entre jogar bolar e ler um livro, preferia brincar de boneca com as meninas da rua.

Aos nove anos sua vida mudou. Os estudos de catecismo na sacristia com o padre Manuelzão fizeram com que descobrisse o amor divino em sua plenitude. A experiência foi tão marcante que o jovem Reinaldo ficou uma semana sem poder sentar-se. Desde então, é fielmente Católico.

Aos 12 anos, sensibilizou-se ao ler o clássico "O Jovem Toerless" ("Die Verwirrungen des Zöglings Törleß") de Robert Musil. Ao ler as agruras do personagem Bassini teve a primeira ereção que ele escondeu colocando o livro na frente das calças enquanto a bibliotecária enrubecia pensando que aquilo era por ele ter olhado as pernas dela. A partir de então decidiu dedicar a sua vida às artes da literatura e do teatro gay da praça da República em São Paulo, capitá. Como homenagem, ao iniciar seu blog no site da VEJA, mantinha sempre um texto esclarecedor para os entendidos copiado d'"O Homem sem Qualidades" ("Der Mann ohne Eigenschaften"), também do Robert Musil.

Deixou sua cidade natal aos 17 anos para estudar na capitá São Paulo. Influenciada pelo seu mais famigerado habitante, Doscórgos criou um concurso literário famoso em todo o Brasil pela indiscutível qualidade artística de seus concorrentes.

Tio Rei entrou no curso de letras da USP onde, em uma classe composta somente por mulheres, destacou-se por ser o único com careca precoce. Fez sucesso entre as mulheres do curso como exemplo daquele "sujeito que eu nunca xavecaria mesmo sendo o único do sexo masculino na minha turma".

Reinaldo Azevedo mostra o tamanho ideal para aquilo que ele gosta de esconder.

A vida do estudante pobre do interior na cidade grande revelou-se difícil. Para se sustentar, Reinaldo Azevedo tentou sem sucesso trabalhar como michê e em shows eróticos de boates gays. As coisas melhoraram quando com o lançamento do filme E.T. passou a ser convidado para representar o personagem principal em espetáculos ao ar livre na praça da Sé. Foi nesta época, influenciado por marreteiros, trombadinhas e putas de rua que se decidiu tornar corintiano.

Durante sua vida estudantil, flertou brevemente com o trotsquismo do grupo estudantil Libelu. Deixou o esquerdismo decepcionado depois que aquele bofe lindo não lhe deu bola. Desde então passou a ser um ferrenho defensor da ideologia política de quem pagar o maior salário.

Reinaldo Azevedo, apesar da aparência, é um terráqueo.

Depois de se formar em letras, Reinaldo estudou jornalismo na Universidade Metodista com o objetivo de conhecer mais pessoas do sexo masculino. Logo se decepcionou, mas ainda ficou conhecido nas assembleias estudantis por começar discursando a favor do status quo e no final, todo mijado, defender os ensinamentos do Livro Vermelho de Mao.

Enquanto estudava jornalismo, Tio Rei trabalhou como professor no colégio Anglo. Conta-se que era professor de Português, embora nenhum de seus alunos tenha nascido em Portugal. Suas aulas ficaram famosas pela motivação que dava aos alunos: estes, logo que saíam de suas aulas, escreviam longas redações nas portas dos banheiros dizendo o que sentiam pelo professor que chamavam de "tia Rei".

A seguir, a vida pessoal de Reinaldo Azevedo deu uma virada de 180 graus, quando ele deixou de ficar fisicamente de quatro e casou-se, para surpresa de todos, com uma ... mulher. Entrou no armário, trancou a porta com cadeado, engoliu a chave e, lá de dentro, começou a xingar todos os desafetos de "ratos de sauna". Então descobriu-se com sangue de gaúcho, pois apesar de ter dado muito, embora menos do que desejasse, era muito macho. Passou por experiências extremamente desagradáveis e traumatizantes quando resolveu ter filhos e não pode pagar pela inseminação artificial de sua esposa, tendo que optar pelos tradicionais métodos naturais.

No jornalismo, começou a carreira profissional como repórter da Folha, mas de tão puxa-saco que era, logo o mandaram para cobrir Brasília. Sempre afável com os poderosos, Tio Rei conseguiu se tornar amiguinho do Mendonção (ui!), aliás, Luis Carlos Mendonça de Barros, na época, ministro do então imperador do Brasil, Fernando II, o Boca de Caçapa. Tornou-se editor-chefe das revistas do seu amiguinho Mendonção(ui!): a "Bravo!", que falava de cultura e a "República", puxa-saquismo político-partidário, uma espécie de "Caros Amigos" do PSDB. Depois de algum tempo, o "amigão" Mendonção(ui!) vendeu-lhe a revista "República" com a garantia de farta verba publicitária a ser repassada pelo governo do PSDB do mal estado de São Paulo. Reinaldo mudou o nome da revista para o muito apropriado "Primeira Leitura", já que ninguém quis fazer uma segunda leitura da revista. Atingiu então o ápice da vida profissional como editor-jornalista-repórter-empresário-senhor absoluto de holerites e contra-cheques. Seu maior prazer nesta época era recusar os pedidos de empregos de ex-colegas de trabalho desempregados. Imprimiu à revista "Primeira (e última) Leitura" um forte tom crítico e imparcial pró-PSDB demonstrando em seus artigos como a atividade empresarial livre é a base das liberdades democráticas, dos bons costumes e da Civilização Ocidental. Em uma campanha famosa convenceu seus 91 assinantes de que se aquele petralha nojento e apedeuta assumisse o governo do Brasil, a inflação chegaria a 1.449,347820 % ao mês e todos teriam que abandonar seus apartamentos na Vieira Souto para viver na comuna popular da Cidade de Deus.

A revista "Primeira (e última) Leitura", graças ao seu conteúdo diferenciado e ao tino empresarial de seu editor-jornalista-repórter-empresário-senhor supremo Reinaldo Azevedo foi um grande sucesso empresarial. Sob sua gestão, a quantidade de assinantes aumentou exatos 535,7142857142857142% passando de 14 para 89. O lucro exorbitante foi garantido pela propaganda de empresas como o banco estadual Nossa Caixa (o "nossa" nesta palavra é sempre seja excludente, isto é, não inclui você, leitor; a "nossa" é "deles") cujo departamento de marketing elegeu a revista "Primeira (e última) Leitura" como o veículo principal para se comunicar com os segmentos populares que moram Jardim Ângela e compram fogão em 120 prestações mensais sem juros nas Casas Bahia. Segundo dizem as revistas de fofocas e os rumores dos salões de cabelereiras e termas de São Paulo, o amiguinho Mendonção(ui!) foi trocado nesta época pelo acunpunturista-governador de São Paulo e sócio-atleta da Opus Dei, Geraldo Alckmin. Entretanto, a inveja, o mau-caráter, a falta de escrúpulos fizeram com que os jornalistas petralhas daFolha de São Paulo dedurassem a próspera e desinteressada associação comercial entre a "Primeira (e última) Leitura" e o banco Nossa Caixa. Isto obrigou o acupunturista-governadorGeraldo Alckmin a cancelar as verbas publicitárias da Nossa Caixa, asfixiando assim o fluxo de caixa da próspera empresa de Reinaldo Azevedo e rompendo traiçoeiramente os acordos de sangue firmados pelo Mendonção(ui!).

Ao perder a garantia de verbas publicitárias da Nossa Caixa, Reinaldo Azevedo não culpou a falta de colaboração do PSDB nem julgou mal o negócio que lhe foi passado com garantias de lucro pelo "amigão" Mendonção(ui!). Logo tentou um teste para ser dublê do seu irmão "Quico" no seriado Chaves, mas foi recusado por não ser tão belo quanto o original. Consciente de que, ao contrário da Mônica Veloso, não receberia uma proposta da Playboy, Sexy, G Magazine ou mesmo do Globo Rural para posar exibindo seus portentosos atributos físicos, Reinaldo percebeu que sempre haverá lugar no mercado lugar para um jornalista que saiba vender o seu trabalho. Pediu emprego no grupo Abril que então passava por uma mudança editorial chefiada por Eurípedes Alcântara, notável jornalista científico que se distinguiu ao divulgar no Brasil a surpreendente combinação de genes do boi e do tomate, o famoso boimate (bem, isto não é piada...).

A sempre benevolente editora Abril da famiglia Civita comprou as revistas do "Tio Rei", mas fechou a "Primeira Leitura" para economizar papel).

"Tio Rei" assumiu o posto de pit bull antipetralha na revista Veja capaz de dizer corajosamente tudo o que o patrão pensa mas não tem coragem de falar. O seu blog tornou-se famoso pela quantidade e qualidade dos comentaristas, inclusive alguns que editam do mesmo computador utilizado por Reinaldo Azevedo.